quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Rise of the Guardians (2012)

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A Origem dos Guardiões de Peter Ramsey posso hoje afirmar que é um dos mais interessantes e inventivos filmes de animação a que assisti nos últimos tempos.
Num mundo onde as crianças vivem o seu normal dia-a-dia, um espírito mau conhecido como Pitch, no fundo o Papão (Jude Law), planeia conquistá-lo através da remoção de qualquer sonho e tranquilidade que elas possam ter.
É então que conhecemos os guardiões dessas mesmas crianças: o Pai Natal (Alex Baldwin), a Fada dos Dentes (Isla Fisher), o Coelho da Páscoa (Hugh Jackman) e o João Pestana (quem disser que não gostou dele mente...), que todos conhecem das inúmeras histórias e lendas que ouviram contar antes de adormecer. É então que se lhes junta um desconhecido Jack Frost (Chris Pine), aquele que mantém o espírito jovial e trapaceiro que todas as crianças possuem nas suas partidas e brincadeiras mas de quem, aparentemente, nenhuma delas recorda ou sabe sequer que existe. E são estes mesmos guardiões que, unindo os seus esforços, vão combater os maléficos objectivos de Pitch que de dia para dia parecem estar a ser concretizados, garantindo assim a tranquilidade das crianças e a sua própria sobrevivência junto das suas memórias.
O argumento de David Lindsay-Abaire baseado na obra de William Joyce, consegue não só captar todo o espírito de magia pelo qual milhares de crianças passam em toda a sua infância através da recriação de pequenos e imaginários heróis, como manter ao mesmo tempo um amplo sentido de acção e aventura que consegue seduzir não só os mais velhos como também alguns daqueles que se pensa já não se sentirem atraídos por este tipo de história (não poderia ser maior erro deduzir tal coisa).
O ritmo acelerado mas muito consistente com que todos os acontecimentos decorrem consegue tomar várias direcções sem nunca perder o seu rumo principal que serve de união entre todas as histórias "pessoais" destes verdadeiros super-heróis que residem no imaginário de tantos e tantos contos infantis. Cada um deles tem direito ao seu pequeno espaço ao longo deste filme e nenhum deles se irá sobrepôr às diferentes histórias, garantindo assim que possamos criar uma maior ou menos identificação com eles sem que isso signifique que nos passemos a abstrair dos demais. "Jack Frost", no entanto, acaba por se tornar naquele herói esquecido que aqui assume um desempenho de líder. É ele que não se recorda do seu passado ou do seu próprio lugar no "mundo" dos guardiões bem como também é dele que a maioria das crianças que instintivamente jurou proteger... não se lembra.
E a dar vida a toda esta história temos aquilo que poderá ser simplesmente comparado a um simplesmente deslumbrante conjunto de imagens que nos consegue cativar em todos os momentos. É quase impossível pensar que algum de nós ao assistir a este filme, não se deixa deslumbrar pelos inúmeros recantos e detalhes que o "covil" do Pai Natal apresenta. Mas ao mesmo tempo também se torna impensável que o espaço do espírito maligno não nos consegue seduzir. Todo aquele natural ambiente negro onde apenas residem pensamentos maus e negativos consegue ser tão apelativo, curioso e misterioso como qualquer um dos outros opulentos e coloridos espaços "naturais" onde os nossos guardiões são reis e senhores. Todos estes universos são, sem excepção, sedutores e apelativos para o nosso próprio deleite visual.
Visualmente rico e com uma história interessante, imaginativa e muito bem ritmada que nos prende a todo o segundo ao ecrã, tendo também um conjunto de personagens que por si só poderiam originar diversos filmes sobre as suas histórias, passados e universos, estes Guardiões formam por si só um conjunto de personagens vitoriosas que, levem ou não o Oscar na sua categoria, irão certamente apresentar no futuro mais algumas das suas aventuras que seduzem muitos para além do seu público alvo.
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"Jack Frost: Am I on the naughty list?"
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8 / 10
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