Vermes de Gabriel Cowan é uma longa-metragem norte-americana de ficção que completa o serão de qualquer pessoa que não tem abslutamente mais nada que fazer na vida.
Na década de 80 do século vários cientistas reunidos em Cuttyhunk Island registaram um enorme avanço nas suas investigações sobre a evolução humana denotando nos seus "objectos" de estudo uma maior consciencialização física e mental.
É quando todas as notícias parecem promissoras que uma boa parte da população morre misteriosamente tendo apenas fugido Jamie Akerman (Mircea Monroe) que regressa anos mais tarde com o irmão para vender a propriedade da família. Quando pensa que finalmente pode pôr um termo aos trágicos acontecimentos do seu passado, Jamie percebe que afinal este apenas esperava por si para conseguir de uma vez por todas terminar aquilo que havia começado.
Depois de uma descrição destas que fora já complementada com a minha observação inicial sobre "filme para quem nada mais tem para fazer", questionar-se-ão aqueles que lerem este comentário que nada de bom daqui podem esperar. E não poderiam estar mais certos. Imaginem aquele filme sobre um qualquer vírus que deforma a espécie humana de forma tão "alternativa" que a caracterização dada aos seus actores parece feita pelas crianças de uma qualquer pré-primária que exaltam os seus dotes criativos... Já imaginaram?! Pois eis que esse mesmo conceito se aplica aos vermes que dão título a este filme. O ironicamente fantástico momento em que uma criança "chora" - literalmente falando - vermes dos seus pequenos olhos e que eles viajam pelo seu corpo até lançarem uma ofensiva contra uns desprotegidos pais que só se preocupam com a situação quando eles já estão em cima da sua cama - não... não é uma brincadeira... - é por si só sinal da desgraça que poderemos esperar de todo o restante filme. E isto se não considerarmos o verme de 100 kgs que já perto do final resolve dar um ar de sua graça e viajar à frente da única e última sobrevivente.
A questão - talvez retórica quiçá - que me aflige ao tecer este comentário prende-se com os autores do seu argumento - Gabriel Cowan, Devin Adair, John Suits, Charles Dahlgren e Matthew Cowan - ou seja, para elaborar esta "história" terão sido realmente necessário cinco argumentistas e dois dos quais enquanto "consultores"?! É francamente preocupante pensar que uma história já vista em diversos filmes série-B dos já referidos anos 80 do século passado - que, na sua maioria, eram feitos com muito maior qualidade e bom humor que não os desacreditando os tornava suportáveis - precisou de cinco cérebros para escrever uma história que não possui nada de novo, não denota qualquer tipo de terror, não consegue criar empatia por nenhuma das suas personagens (por vezes até desejamos que os vermes despachem a população toda e rapidamente) e ainda por cima se provoca algum momento risível é porque nos questionamos enquanto espectadores se estamos realmente a atravessar por esta experiência que de paranormal muito pouco - ou nada - tem.
Do filme, propriamente dito, pouco há a dizer... ele é simplesmente mau e absurdo na medida em que nenhum de nós consegue acreditar num vírus, aqui sob a forma de um verme geneticamente alterado - que dá poderes extra-sensoriais aos humanos que utilizam como hospedeiros tornando-os numa epidemia que se quer propagar a qualquer custo utilizando inclusive voos ditos supersónicos de um para outro hospedeiro. Risível? Talvez. Absurdo? Seguramente. Mas naqueles dias em que a insónia ataca e pouco temos para fazer este é o antídoto perfeito para esvaziar o nosso cérebro e nos deixar a esperar o sono com alguma maior tranquilidade.
E para quem tinha alguma curiosidade em saber qual o desfecho não só da população como também da referida praga... bom, apenas adianto que quem já viu um dos tais filmes com mais de trinta anos encontra aqui as devidas referências e semelhanças que não deixam margem para dúvida que não estamos perante algo original quanto mais a última obra de referência do género.
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