A Academia Portuguesa de Cinema anunciou ontem que iria homenagear Vanessa Redgrave, uma das maiores actrizes e lendas do cinema e dos palcos britânicos, no próximo dia 17 de Setembro conferindo-lhe o título de Membro Honorário Internacional aquando da sua visita a Portugal para apresentação do documentário Sea Sorrow que realiza e produz.
Proveniente de uma família com longa tradição na área da representação e com uma carreira cinematográfica iniciada em 1958 com a longa-metragem Behind the Mask, de Brian Desmond Hurst, Vanessa Redgrave recebeu as suas duas primeiras nomeações a Oscar já na década de 60 com as obras Morgan: A Suitable Case for Treatment (1966) - a sua segunda longa-metragem - e Isadora (1968). Ainda em 1966 Redgrave viria a participar em A Man for All Seasons, de Fred Zinnemann e Blow-Up, de Michelangelo Antonioni. Em 1967 surgiriam as obras Camelot, de Joshua Logan, a sua primeira colaboração com Tony Richardson em The Sailor from Gibraltar e ainda a curta-metragem Red and Blue também de Richardson.
Com a chegada de 1968 e a sua segunda nomeação a Oscar chegam ainda The Charge of the Light Brigade novamente de Richardson, Un Tranquillo Posto di Campagna, de Elio Petri e The Sea Gull, de Sidney Lumet. Com o final da década Redgrave participa em Oh! What a Lovely War, de Richard Attenborough e no início da década de 70 é protagonista de Dropout, de Tinto Brass.
Em 1971 participa em The Devils, de Ken Russell, La Vacanza, de Tinto Brass, The Trojan Women, de Michael Cacoyannis e finalmente em Mary, Queen of Scots, de Charles Jarrott. Seguir-se-iam Murder on the Orient Express (1974), de Sidney Lumet, Out of Season (1975), de Alan Bridges, The Seven-Per-Cent Solution (1976), de Herbert Ross e em 1977 com Julia, de Fred Zinnemann recebe o seu primeiro - e até à data único - Oscar na categoria de Melhor Actriz Secundária. Agatha (1979), de Michael Apted, Yanks (1979), de John Schlesinger e Bear Island (1979), de Don Sharp viriam encerrar a década.
Já nos anos 80, Vanessa Redgrave viria a interpretar Sing Sing (1983), de Sergio Corbucci, The Bostonians (1984), de James Ivory, Wetherby (1985), de David Hare, Steaming (1985), de Joseph Losey, Comrades (1986), de Bill Douglas, Prick Up Your Ears (1987), de Stephen Frears, Consuming Passions (1988), de Giles Foster e a longa-metragem belga Romeo.Juliet (1990), de Armand Acosta viria a iniciar a década de 90.
Ainda em 1990 participaria em Diceria dell'Untore, de Beppe Cino e Pokhorony Stalina, de Evgeniy Evtushenko seguindo-se-lhe The Balldad of the Sad Cafe (1991), de Simon Callow, Howards End (1992), de James Ivory que lhe traria a sua última nomeação ao Oscar na categoria de Melhor Actriz Secundária, Un Muro de Silencio (1993), de Lita Stantic, Storia di una Capinera (1993), de Franco Zeffirelli, Mother's Boys (1993), de Yves Simoneau e, no mesmo ano, a co-produção luso-germano-dinamarquesa The House of Spirits, de Bille August. Em 1994 chegariam Great Moments in Aviation, de Beeban Kidron e Little Odessa, de James Gray seguidos por A Month by the Lake (1995), de John Irvin, Mission: Impossible (1996), de Brian De Palma, Smilla's Sense of Snow (1997) novamente de Bille August, Wilde (1997), de Brian Gilbert, Mrs. Dalloway (1997), de Marleen Gorris, Déjà Vu (1997), de Henry Jaglom, Deep Impact (1998), de Mimi Leder, Lulu on the Bridge (1998), de Paul Auster e a década viria a terminar com Cradle Will Rock (1999), de Tim Robbins, Uninvited (1999), de Carlo Gabriel Nero e Girl, Interrupted (1999), de James Mangold.
O novo século chegava com Vanessa Redgrave a interpretar Mirka (2000), de Rachid Benhadj, a curta-metragem Children's Story, Chechnia (2000), de Andrey Nekrasov, A Rumor of Angels (2000), de Peter O'Fallon, a narração do documentário Escape to Life: The Erika and Klaus Mann Story (2000), de Wieland Speck e Andrea Weiss e ainda The 3 Kings (2000), de Shaun Mosley. A década continuaria com The Pledge (2001), de Sean Penn, Crime and Punishment (2002), de Menahem Golan, Good Boy! (2003), de John Hoffman, The Fever (2004), de Carlo Gabriel Nero, Short Order (2005), de Anthony Byrne, The Keeper: The Legend of Omar Khayyam (2005), de Kayvan Mashayekh e ainda em 2005 a sua mais recente colaboração com James Ivory através de The White Countess contracenando com a sua filha Natasha Richardson. The Thief Lord, de Richard Claus chegaria em 2006 assim como Venus, de Roger Michell seguidos por Evening (2007), de Lajos Koltai, Atonement (2007), de Joe Wright, The Riddle (2007), de Brendan Foley, How About You... (2007), de Anthony Byrne, Restraint (2008), de David Denneen, Gud, Lukt och Henne (2008), de Karin Westerlund e Identity of the Soul (2009), de Thomas Hoegh. Letters to Juliet (2010), de Gary Winick abriria a nova década à qual se seguiram Miral (2010), de Julian Schnabel, The Whistleblower (2010), de Larysa Kondracki, a longa-metragem de animação Konferenz der Tiere (2010), de Reinhard Klooss e Holger Tappe, Coriolanus (2011), de Ralph Fiennes, Cars 2 (2011), de John Lasseter e Brad Lewis, Anonymous (2011), de Roland Emmerich, Song for Marion (2012), de Paul Andrew Williams, The Last Will and Testament of Rosalind Leigh (2012), de Rodrigo Gudiño.
Nos últimos anos Redgrave veio ainda a participar em The Butler (2013), de Lee Daniels, Foxcatcher (2014), de Bennett Miller e The Secret Scripture (2016), de Jim Sheridan. O ano de 2017 chega com Film Stars Don't Die in Liverpool, de Paul McGuigan no qual contracena com Annette Bening, Julie Walters e Jamie Bell tendo ainda por estrear The Medusa, de Peter Webber, The Aspern Papers, de Julien Landais, Georgetown, de Christoph Waltz e Andorra, de Fred Schepisi.
Entre os inúmeros prémios e nomeações alcançados por Redgrave destacam-se ainda as nomeações a Oscar por Mary, Queen of Scots e The Bostonians, as treze nomeações aos Globos de Ouro - em cinema e televisão - dos quais detém dois como actriz secundária em Julia (em 1978) e em If These Walls Could Talk 2 (em 2001), este último que também lhe rendeu um Emmy e o SAG na mesma categoria, um BAFTA de Carreira em 2010, dois prémios de interpretação no Festival Internacional de Cinema de Cannes em 1966 e 1969 por Morgan: A Suitable Case for Treatment e Isadora respectivamente, um David di Donatello honorário partilhado com Glenda Jackson pela sua participação em Mary, Queen of Scots, um Medusa Carreira da Academia Grega de Cinema em 2016 e a Coppa Volpi de Melhor Actriz Secundária pela sua participação em Little Odessa que celebram uma carreira que se estende por mais de seis décadas.
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Minha segunda filha chama-se Vanessa, por Vanessa Redgrave e sua primeira filha chama-se Isadora, por Isadora Duncan magistralmente vivida por Vanessa Redgrave.
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