Woodgreen de Welket Bungué é uma curta-metragem de ficção de co-produção brasileira e britânica que relata a viagem de Soho N'a (Bungué), um emigrante guineense residente em Londres que embarca numa viagem para o Brasil aquando de uma crise matrimonial. Chegado a terras de Vera Cruz, fica perdido numa ilha durante dez dias e ao regressar, decide gravar a sua viagem de volta a Londres com a câmara do telemóvel apenas para perceber que o espaço tal como o conhecia... já não parece ser o mesmo.
Com argumento também da autoria de Welket Bungué, Woodgreen regista três momentos distintos... Do primeiro em que atravessa os locais de uma folia carnavalesca num Brasil distante a um segundo que capta uma Londres intensa mas indiferenciada onde todos caminham sem ninguém se olhar numa clara dicotomia calor versus frio que opõem as sociedades Sul-Americanas e Europeias. Numa espera-o uma vida de indiferença e distanciamento que lhe recordam tudo o que perdeu... casa, mulher e cão. Na outra a ideia de uma vida diferente, talvez melhor, onde a mudança lhe confere uma réstia de oportunidade.
Do desespero de um homem à sua viagem pela busca de uma nova oportunidade, Woodgreen reflecte sobre as oportunidades e escolhas - quando as pode fazer - de um homem deslocado da sua terra que tenta encontrar um espaço - novo e seu - ultrapassando barreiras e obstáculos que surgem pela confiança e inexperiência que tudo o que se apresenta como "novo" lhe colocam.
Num registo semi-documental onde este e a ficção se confundem, esta curta-metragem filmada na primeira pessoa como que de um registo de viagem se tratasse explora a solidão do Homem em breves minutos que deixam no espectador a vontade de conhecer um pouco mais - dele e da sua viagem - para lá dos breves apontamentos situacionais que nos são fornecidos em legendas. Interessante pela ideia de exploração do desconhecido como caminho possível para essa tal nova oportunidade, Woodgreen apenas "falha" pela sua (infelizmente) curta duração.
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6 / 10
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