sexta-feira, 21 de outubro de 2011

The Nines (2007)

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Os Noves de John August tem como trio protagonista Ryan Reynolds, Melissa McCarthy e Hope Davis naquela que é uma história mais "enrolada" e desinteressante do que propriamente apelativa e estruturada.
Gary (Reynolds) é um conceituado actor em rota de colisão com tudo e todos. O seu passatempo preferido quando não filma é o consumo de crack que o leva a estados completamente alterados ao ponto de ser colocado em prisão domiciliária ao mando da sua publicitária Margaret (McCarthy).
É durante esta detenção que Gary encontra bilhetes pela casa de que não se lembra ter escrito. Ouve ruídos estando sózinho em casa e ocasionalmente parece que vê outra imagem sua naquela mesma casa.
Dividido naquilo que se pode chamar de três capítulos, os dois seguintes a esta pequena introdução servem quase unica e exclusivamente como uma explicação do que realmente se passa na parte inicial. Assim, indo de explicação em explicação, o filme que inicialmente até prometia ser algo de interessante acaba por se perder definitiva e literalmente à medida que cada segundo avança.
A explicação de como alguns indivíduos são um 9, que é o mesmo que dizer que está na escala hierarquica abaixo de Deus, e outros estão entre 6 e 8 não convence. Parece que estamos a assistir a uma catalogação das figuras de Estado norte-americanas, as quais precisam de um dado número para saber quem é o seguinte na linha de sucessão. Enfim... muita demagogia e pouca história que, como disse, se perde há medida que o filme avança.
As três histórias que têm aparentemente uma ligação entre si, conseguem tornar-se cada uma pior que a anterior e salvo raros, muito raros, momentos em que alguma coerência parece despertar no meio do "nada", tudo o resto a que assistimos é uma tentativa falhada de intelectualizar uma história que tem muito pouco conteúdo. Aliás... o conteúdo até lá pode estar (perdido), o mal é estar tudo completamente descontextualizado.
As interpretações, à excepção de McCarthy que até consegue dar um ar de sua graça e afirmar-se num filme pobre, são também elas pobres. Ryan Reynolds parece a partir do segundo capítulo, tão perdido quanto nós espectadores. Deambula num filme à custa de meia dúzia de frases feitas e de uma suposta interpretação sensível que não vence e muito menos convence. E Hope Davis vai pelo mesmo caminho não conseguindo convencer ninguém de que é a "bad girl" lá do bairro.
Octavia Spencer, que insiste (ou insistem) em ser a actriz secundária fetiche de muitos filmes interpreta aqui aquele que é possivelmente um dos melhores segmentos do filme, no qual encarna uma prostitua pronta para alucinar com o crack alheio. Tendo graça e fazendo rir, nem isso consegue salvar o filme daquilo que ele é na prática... muito pouco.
Este tipo de filmes com um argumento com potencial que se deixam levar por alguns devaneios intelectuais onde a história tem de ter um qualquer sentido "superior" que poucos vão perceber acabam, normalmente, por se perder nesse próprio enredo e não conseguir dar nem um décimo daquilo que poderiam ter sido. Assim, uma história que até tinha pernas para andar e conseguir seduzir pelo menos um público específico acaba por ser mais aborrecido e desinteressante do que sequer conseguir convencer o público que assiste à sua projecção.
Valer a pena ver... bom... pode valer apenas pela curiosidade, como foi o meu caso, ou então para fãs de algum dos actores envolvidos porque de resto o filme não compensa a atenção que damos ao tempo em que estamos a vê-lo.
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2 / 10
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2 comentários:

  1. Será tão pobre o filme? Será que uma pesquisa não traz um entendimento melhor? Acabei de rever o filme e talvez The Nines enfoque teorias de ser multidimensional e realidades simultâneas. A escala numérica de 10 - Deus, 8 - Coalas, 7 - Macacos e 9 - ser multidimensional é uma jogada do diretor. Além disso, mostra que o personagem principal (9), esqueceu de sua condição multidimensional e se apegou extremamente á realidade linear dos seres humanos (7) E me parece que os personagens (Sarah, Susan e Sierra) são (9), pois buscam despertar o personagem principal de sua condição multidimensional. Notem que o personagem principal deixa a matéria corporal, tornando-se um bólido luminoso e arremessado ao espaço sideral ao final do filme. Segue um apanhado teórico, filosófico e científico da teoria quântica multidimensional - "Ser um humano multidimensional é estar conscientemente em vários locais diferentes ao mesmo tempo, pois existimos em diversas realidades. Vocês já devem ter ouvido falar que existem outras porções de vocês mesmos que estão muito mais unidas e que sabem muito mais que vocês, pois é, isso é verdadeiro, então, como vamos poder saber quando esses outros aspectos do nosso ser vão começar a se manifestar? Aí então, começaremos a descobrir aspectos nossos que existem no não físico, ou partes de nós que vivem de outra forma, desenvolvendo outros potenciais e até mesmo, vivendo em outros planetas." danielbrasilsm@hotmail.com - Daniel Brasil

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