[REC] 4: Apocalipsis de Jaume Balagueró é uma longa-metragem de ficção espanhola e a última entrega da saga de terror que se iniciou em 2007.
Depois de termos sido surpreendidos por uma intensa madrugada no prédio de Barcelona no qual Ángela Vidal (Manuela Velasco) ficou retida depois de ali ter ido para uma reportagem, somos levados para um petroleiro onde são agora investigados os verdadeiros acontecimentos por detrás do estranho e macabro caso da Menina de Medeiros.
Quando tudo aponta para que Ángela seja a portadora do demónio que já provocou inúmeras mortes, novos factos demonstram que afinal ela talvez possa não ser mais do que uma sobrevivente do mesmo. A pergunta impõe-se... conseguir-lhe-à alguém sobreviver?
Depois de [REC] 3: Genesis, de Paco Plaza - co-realizador do título de 2007 - no qual o espectador é inserido num ambiente totalmente diferente - um casamento com personagens totalmente distintas - e que por isso é considerado a entrega mais débil desta saga (não poderia estar mais em desacordo pois abre todo um novo potencial sobre a verdadeira origem desta praga), voltamos a encontrar "Ángela Vidal" numa encarnação bem diferente daquela que conhecemos em [REC] 2. Balagueró e Manu Díez dão vida a um argumento que apesar de nos retirar do claustro de um prédio amaldiçoado nos leva para o isolamento de um navio perdido algures no mar em plena tempestade onde os acontecimentos estão longe de estar resolvidos.
Recentemente nomeado a nove Prémios Gaudí da Academia Catalã de Cinema, [REC] 4: Apocalipsis é um filme que, seguindo a tradição dos seus antecessores, capta a essência de um verdadeiro filme de terror fiel ao seu género e que conquista os seus seguidores pela capcidade de nos manter num constante clima de suspense sobre quem será realmente o verdadeiro "vilão" num espaço que de si já tem perigos em demasia e impossíveis de se ignorar.
E talvez seja este o ponto mais forte de [REC] 4: Apocalipsis na medida em que ao pensarmos neste filme sabemos de antemão que o clima e ambiente geral segue aquilo que os títulos anteriores já nos entregaram tendo como diferença fundamental o espaço em que eles ocorrem - do prédio, ao palacete festivo, e deste ao navio. No entanto, ao contrário desses, [REC] 4: Apocalipsis oculta-nos a verdadeira identidade daquele que está por detrás da possessão demoníaca fazendo com que apenas no final o espectador perceba o quão perto dele esteve e quais as suas reais intenções.
Com um ritmo acelerante do início até ao final e com elementos técnicos como a sua caracterização e música original entre os mais bem sucedidos e aqueles que mais contribuem para o pesado desenrolar dos acontecimentos, [REC] 4: Apocalipsis tem, no entanto, duas debilidades latentes que prejudicam um pouco a dinamização da história; a primeira prende-se com a perda da filmagem como se o câmara fosse um dos personagens da própria história à semelhança do que temos no título original. A sensação presencial dos factos, que transformam o próprio espectador num dos intervenientes, faz com que muito do que aconteça à nossa volta seja sentido com uma intensidade exponenciada e, como tal, realista.
O segundo factor prende-se com aquele que será provavelmente o mais deficitário dos elementos, ou seja, o seu final. Todos nós, seguidores desta saga, esperamos que a porta fique aberta para o futuro. Todos nós sabemos que estes filmes enquanto rentáveis encontram sempre o seu espaço, enredo e caminho para que durem eternamente mas, ao contrário de [REC] 3: Genesis que leva o espectador para uma potencial e real origem do vírus para fora daquele prédio de Barcelona, [REC] 4: Apocalipsis deixa essa porta aberta com um argumento inicialmente convincente que perpetua a sugestão de uma possessão ou vírus - nunca devidamente explicado - localizado fora do espaço habitual mantendo o clima de claustro mas que aos poucos nos encaminha para um final que não convence e descredibiliza um pouco todo o excelente trabalho que foi conseguido até então conseguindo apenas sugerir que não será a última vez em que iremos estar na presença deste indesejado "hóspede" nem tão pouco esclarecendo se dos infectados presentes naquele barco algum consegue "sobreviver".
O segundo factor prende-se com aquele que será provavelmente o mais deficitário dos elementos, ou seja, o seu final. Todos nós, seguidores desta saga, esperamos que a porta fique aberta para o futuro. Todos nós sabemos que estes filmes enquanto rentáveis encontram sempre o seu espaço, enredo e caminho para que durem eternamente mas, ao contrário de [REC] 3: Genesis que leva o espectador para uma potencial e real origem do vírus para fora daquele prédio de Barcelona, [REC] 4: Apocalipsis deixa essa porta aberta com um argumento inicialmente convincente que perpetua a sugestão de uma possessão ou vírus - nunca devidamente explicado - localizado fora do espaço habitual mantendo o clima de claustro mas que aos poucos nos encaminha para um final que não convence e descredibiliza um pouco todo o excelente trabalho que foi conseguido até então conseguindo apenas sugerir que não será a última vez em que iremos estar na presença deste indesejado "hóspede" nem tão pouco esclarecendo se dos infectados presentes naquele barco algum consegue "sobreviver".
[REC] 4: Apocalipsis é, acima de tudo, um inesperado desfecho para a história de "Ángela Vidal" que apesar de se mostrar uma guerreira sobrevivente de umas improváveis 48 horas não tem o fim que esperamos para uma verdadeira heroína... nem tão pouco a história assim o permitiu retirando-lhe o protagonismo de uma personagem principal. No final gostamos, mas [REC] 4: Apocalipsis está longe de ser o merecido "fim" desta saga.
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