sábado, 27 de fevereiro de 2016

Gods of Egypt (2016)

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Os Deuses do Egipto de é uma longa-metragem de co-produção norte-americana e australiana que revitaliza, uma vez mais, a temática da mitologia egípcia centrando a acção na passagem do trono de Osiris (Bryan Brown) para o seu filho Horus (Nikolaj Coster-Waldau) ao mesmo tempo que Set (Gerard Butler) usurpa o poder ao seu sobrinho controlando não só o Egipto como os seus deuses.
Numa tentativa de recuperação de poder, Horus alia-se ao mortal Bek (Brenton Thwaites) que pretende que o deus conceda o dom da vida à sua recentemente falecida mulher Zaya (Courtney Eaton) enquanto tentam restabelecer a ordem e eliminando o caos a que as terras banhadas pelo Nilo estão condenadas.
Num conjunto de aventuras e peripécias dignas de um filme do género - que não sendo nenhuma obra de arte consegue cumprir os objectivos propostos com alguma qualidade - Gods of Egypt insere-se numa linha de contos mitológicos - gregos, romanos, egípcios (...) - que apelam ao imaginário do espectador em se deixar levar pela mais antiga de todas as fontes de problemas... a eterna sede de poder.
Deuses, egípcios ou não, ou humanos, aquilo que se esconde - na sua essência - por detrás deste tipo de histórias é um intenso conflito de poderes, tramas palacianas e enredos de usurpação de poder que contagiam o espectador através da sua contextualização mais ou menos histórica. Mitologia à parte, este enredo poderia centrar-se em qualquer época temporal, em qualquer momento histórico e mesmo nas mais variadas culturas... tudo se resume ao controlo sobre os demais tão apetecido por aqueles que dispõe de recursos para os reclamar. E, como sempre, à custa de todos aqueles que de uma ou outra forma de deixam subjugar ou aliciar com promessas de fama e glória.
Intrigas palacianas à parte, Gods of Egypt seduziu-me particularmente pela sua vertente mitológica que à semelhança de filmes como Clash of Titans - (1981) ou (2010) com especial destaque para o clássico de Desmond Davis que reunia um conjunto de notáveis estrelas de Hollywood aqui apenas batida (ou talvez não) pelo poder de efeitos especiais ultra modernos - ou até mesmo a "recente" trilogia The Mummy (1999) remetem o espectador mais atento para os antigos livros de História onde qualquer um se deliciava com os inúmeros contos sobre os poderes de divindades e sobre a forma como o exerciam... Ao mesmo tempo, talvez seja essa a maior debilidade de Gods of Egypt que se concentra essencialmente em três ou quatro figuras deixando todas as demais num certo clima suspenso que todos percebemos ser a porta de entrada para a sequela desta obra que agora estreou.
Gods of Egypt destaca-se ainda por uma interessante conjugação de estrelas como o são Gerard Butler ou Geoffrey Rush como o todo poderoso deus Rá, sem esquecer Coster-Waldau na sua mais recente incursão cinematográfica para lá da televisiva Game of Thrones e um conjunto de novos talentos australianos como Thwaites ou Eaton que dão um certo ar fresco à dinâmica hollywoodesca a que estamos habituados. Destaca-se ainda pelas suas óbvias componentes técnicas quer a nível de efeitos especiais - muitos e muito dinâmicos para a história - bem como pelo seu guarda-roupa - não chegará a Oscar pela sua estreia tão cedo no ano cinematográfico - direcção artística, fotografia e música que insere o espectador num espaço perdido num tempo imaginado como o é este das divindades.
Para aqueles que se deixam levar pela dinâmica deste género no qual se inserem os já referidos Clash of Titans, The Mummy ou até mesmo Prince of Persia: The Sand of Time, Gods of Egypt é um filme simpático, bem construído e que promete não desiludir os seus potenciais fãs.
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7 / 10
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