Provas, Exorcismos de Susana Nobre é uma curta-metragem portuguesa de ficção presente na secção competitiva nacional da sexta edição do Córtex - Festival de Curtas-Metragens de Sintra que decorre no Centro Cultural Olga de Cadaval.
Em Alhandra, Óscar é um homem perto dos cinquenta anos de idade que passou metade da sua vida a trabalhar na mesma fábrica.
Com um estilo de vida afectado pela ausência de um trabalho e fazer aquilo que fez toda a sua vida, Óscar regressa com os seus colegas todos os dias à fábrica na esperança de garantir aquilo que em tempos tiveram. Mas, e se fôr preciso começar de novo?!
Retomando uma certa atmosfera já presente no seu documentário Vida Activa (2014), a realizadora Susana Nobre transforma esta história real num documento de ficção que, uma vez mais, insere o espectador em toda a dinâmica da crise económica que afectou Portugal nos últimos anos. Recorrendo a actores não profissionais mas sim a anónimos que se interpretam a si próprios, Provas, Exorcismos apresenta-se de uma forma quer nostálgica quer melancólica onde se reflexiona sobre recomeçar uma vida numa altura em que a mesma já deveria estar consolidada. Vários são os testemunhos de intervenientes que após os quarenta anos de idade se vêem a braços com uma vida interrompida e que não se sabe como (re)começar.
"Óscar" é um homem pacato, pai e cuja expressão parece apagada no tempo. Tem uma missão a cumprir que se baseia unicamente na manutenção da sua vida tal como em tempos fora - ou pelo menos tentá-lo - e dessa forma sentir que a sua própria "missão" pessoal está de certa forma cumprida. Os objectivos são, na sua essência, poucos. As esperanças de um futuro melhor dissipam-se a cada dia que passa resumindo toda a sua existência a um cumprimento de obrigações como pagar as contas ou ter refeições todos os dias. No seio de todo este desespero e incerteza resta apenas uma pergunta... onde ficou - no tempo - o "homem"?
Francamente destacado - pela qualidade - do seu anterior documentário, Susana Nobre consegue com Provas, Exorcismos criar uma identificação do espectador com a história - e com as personagens - não esquecendo de criar (in)voluntariamente alguma comédia trágica sobre os verdadeiros, e mais negros, pensamentos do Homem enquanto, ao mesmo tempo, documenta a vida, o trabalho (ou a falta dele), os caminhos e alguns pensamentos sentidos e silenciados daqueles que se conformaram com o pouco - ou nada - que têm.
Em Alhandra, Óscar é um homem perto dos cinquenta anos de idade que passou metade da sua vida a trabalhar na mesma fábrica.
Com um estilo de vida afectado pela ausência de um trabalho e fazer aquilo que fez toda a sua vida, Óscar regressa com os seus colegas todos os dias à fábrica na esperança de garantir aquilo que em tempos tiveram. Mas, e se fôr preciso começar de novo?!
Retomando uma certa atmosfera já presente no seu documentário Vida Activa (2014), a realizadora Susana Nobre transforma esta história real num documento de ficção que, uma vez mais, insere o espectador em toda a dinâmica da crise económica que afectou Portugal nos últimos anos. Recorrendo a actores não profissionais mas sim a anónimos que se interpretam a si próprios, Provas, Exorcismos apresenta-se de uma forma quer nostálgica quer melancólica onde se reflexiona sobre recomeçar uma vida numa altura em que a mesma já deveria estar consolidada. Vários são os testemunhos de intervenientes que após os quarenta anos de idade se vêem a braços com uma vida interrompida e que não se sabe como (re)começar.
"Óscar" é um homem pacato, pai e cuja expressão parece apagada no tempo. Tem uma missão a cumprir que se baseia unicamente na manutenção da sua vida tal como em tempos fora - ou pelo menos tentá-lo - e dessa forma sentir que a sua própria "missão" pessoal está de certa forma cumprida. Os objectivos são, na sua essência, poucos. As esperanças de um futuro melhor dissipam-se a cada dia que passa resumindo toda a sua existência a um cumprimento de obrigações como pagar as contas ou ter refeições todos os dias. No seio de todo este desespero e incerteza resta apenas uma pergunta... onde ficou - no tempo - o "homem"?
Francamente destacado - pela qualidade - do seu anterior documentário, Susana Nobre consegue com Provas, Exorcismos criar uma identificação do espectador com a história - e com as personagens - não esquecendo de criar (in)voluntariamente alguma comédia trágica sobre os verdadeiros, e mais negros, pensamentos do Homem enquanto, ao mesmo tempo, documenta a vida, o trabalho (ou a falta dele), os caminhos e alguns pensamentos sentidos e silenciados daqueles que se conformaram com o pouco - ou nada - que têm.
.
.
7 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário