True Colors de Nicole Morciniec é uma curta-metragem norte-americana de animação e a grande vencedora da secção Mini Córtex do Córtex - Festival de Curtas-Metragens de Sintra que hoje terminou no Centro Cultural Olga de Cadaval.
Quando um pequeno pássaro se apaixona por um outro muito mais vistoso e exuberante do que as suas próprias castanhas penas, pensa que não pode ser rival de um terceiro que se lança à conquista da dama (supostamente) desprotegida. Mas, numa história de amor não pode vencer outro que não o coração.
Num mundo em que o aspecto e a aparência parecem valer por tudo e principalmente como um cartão de visita ao qual cada porta se abre sem grandes questões, Nicole Morciniec consegue, com esta simples e simpática curta-metragem, fazer denotar que ainda há espaço para pequenas grandes histórias de amor onde o que mais importa é o poder de um coração desejoso de amar e ser amado.
Munido de uma personagem com a qual o espectador se deixa encantar desde os primeiros instantes, True Colors faz jus à canção dos anos '80 de Cindy Lauper quando refere "(...) But I see your true colors/Shining through/I see your true colors/And that's why I love you (...)" confirmando que há sempre alguém que espreita e que vê o verdadeiro "eu" para lá de toda a potencial artificialidade que um aspecto ou uma exuberância façam inicialmente denotar.
Dos momentos em que vemos uma alma desesperada e colhida pela incerteza de um potencial amor não correspondido àqueles em que confirmam que o sentimento escondido num coração magoado poderão (irão) dar força ao nosso herói de tons castanhos, True Colors consegue de forma simpática e por vezes emotiva registar a força e o poder de alguém que desistiu de desistir e assumiu que o seu lugar no mundo é, finalmente, enfrentar tudo e todos tal como é sem pinturas e artifícios... mas de coração aberto.
Emocionalmente forte mas dotado de uma animação ligeira capaz de fazer transmitir uma mensagem tão importante aos mais jovens, True Colors consegue ser "aquela" animação que tanto se espera... mesmo com o tão indispensável vilão à mistura.
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8 / 10
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