quinta-feira, 1 de junho de 2017

Hofuku (2016)

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Hofuku de Anaís Medina e Tony Navarro é uma curta-metragem espanhola de ficção que mescla imagem real e animação naquela que pretende assumir-se como uma história de terror e suspense baseada em antigas lendas japonesas.
Hector (Kevin Morales Arteaga) passa o seu tempo com Luna (Barbara Homs) mas a sua relação irá sofrer graves transformações quando a desconfiança se instala no seu seio.
Esta curta-metragem aparenta-se de certa forma promissora na sua premissa mas, ao mesmo tempo, é com o desenrolar da acção que o espectador compreende não só as suas limitações como as suas fragilidades nomeadamente na narrativa e na forma como o espectador chega até às suas personagens. Com uma intensidade dramática quase sempre abalada pela credibilidade conferida pelos actores às personagens que encarnam, Hofuku perde-se num certo relato pseudo-fantasmagórico que assola a actualidade com velhos costumes e superstições nipónicas que mais surgem de um certo fascínio pela tradição oriental do que propriamente com a real manifestação sobrenatural no espaço dito "moderno". Por outras palavras, existe aqui mais fixação com esse tal mundo de lendas e tradições sobrenaturais do que realmente o mesmo se apresenta no mundo que hoje conhecemos.
No entanto, Hofuku consegue, ainda assim, manifestar alguma qualidade no domínio da animação que confere a toda a curta-metragem alguns dos seus elementos e segmentos mais interessantes. Assim, se a junção dos dois momentos - ficção e animação - acabam por não funcionar harmoniosamente como um todo, não deixa também de ser real que é este último que dinamiza de melhor forma não só o seu argumento como principalmente a sua tentada mensagem de vingança.
Frágil como um todo mas potencialmente interessante pela forma como tenta transmitir um retrato de vingança no mundo moderno através de velhos lendas, superstições e ensinamentos orientais, Hofuku é aquela obra que poderia ter arriscada mais depositando algum cuidado no trabalho executado.
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3 / 10
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