Pequeños de Román Reyes é uma curta-metragem espanhola de ficção que oscila a sua dinâmica entre a manifestação e a perda da memória.
Dos tempos passados enquanto crianças inocentes e com toda uma vida pela frente à revelação enquanto mais velhos - décadas passadas - da perda de uma memória do que (se) foi. No entanto, e se o argumento de Reyes prefere antes equacionar a hipótese de, enquanto pequenos e de jovem idade, se colocam questões silenciadas sobre o que será (ou como se será) nesse futuro ainda distante?
Numa mescla de momentos, expressões, memórias e até mesmo sentimentos, a curta-metragem de Román Reyes não só coloca questões pertinentes sem nunca ser proferido um discurso que os verbalize mas é, através das suas imagens, que se questiona o passado e o futuro sem, no entanto, existir uma noção de presente definida. Afinal, algum dos espectadores consegue afirmar com convicção qual dos momentos retratados é o tal "presente"?
Como alguma curiosidade sobre o futuro, alguma nostalgia relativa ao passado e uma dose enorme de satisfação por todo um celebrar de momentos vividos ou esperados, Pequeños celebra assim a vida. A vida que se espera... aquela que se teve... aquela que se imaginou ou aquela que se viveu. No fundo, a vida como um todo... bons e maus momentos... recordados e esquecidos.
Breve mas no ponto, Pequeños é assim um intenso trabalho sobre o que se espera ter, o que se perdeu, onde se (nos) encontra a felicidade ou a tristeza de terem passado pelos (nossos) olhos décadas de momentos, experiências e aquilo que são (agora) memórias.
.
6 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário