Supercut de Jesús Choya Zataraín é uma curta-metragem espanhola de ficção de um jovem realizador que aqui conta uma pequena grande história sobre o poder de uma amizade de infância que, lentamente, deu lugar a um amor não confessado.
Quando Lucas (Jesús Choya Zataraín) se prepara para sair da terra onde sempre viveu, pede a Alejandro (Carlos Palencia), um amigo de infância para que com ele grave alguns dos locais que marcaram a sua adolescência. Entre histórias e memórias... um segredo está prestes a ser revelado.
Realizador, escrito e interpretado por Choya Zataraín, este breve mas emotivo Supercut revela uma planificação madura e firme nas intenções do jovem realizador. Com as esperadas turbulências de um vídeo semi-familiar onde dois amigos revisitam os locais onde a sua amizade fora cimentada, esta curta-metragem espelha na sua planificação uma maturidade de ideias e de conceitos que tantas vezes faltam em inúmeras obras do género. Aqui, temos não só o tradicional registo familiar como também aquele da amizade, da cumplicidade e até, percebemos, de um amor não confessado mas construído com o passar dos anos e de uma empatia que se confirmou como algo mais afectivo e sentimental.
Supercut, em breves momentos, consegue apresentar duas firmes personagens. "Lucas" e "Alejandro" conhecem-se - possivelmente - desde muito jovens (sendo ambos ainda dois jovens prestes a abandonar a sua adolescência), confirmando que ambos estão naquele momento individual em que resultam de uma série de cumplicidades e momentos que ambos experimentaram e viveram em comum e que todos aqueles pequenos sinais - para os demais - mais não são do que confirmação mútuas de que ambos "estiveram lá" no crescimento do "outro". Mas, a certo momento, quando "Lucas" se prepara para deixar aquele espaço que, no fundo, sempre foi o seu, o espectador questiona-se - sendo depois confirmado - se não existirá algo mais para lá da amizade que compreendemos e testemunhamos.
A sensibilidade e o cuidado com que o espectador regista e presencia a evolução de sentimentos - da amizade e da cumplicidade a um despertar afectivo e sentimental que precede o amor -, revela uma idêntica sensibilidade por parte do jovem realizador em transformar esta video-memória da personagem que interpreta num filme nobre onde se expõem os sentimentos de uma personagem que ousa dar a conhecer os seus sentimentos por aquele com quem partilhou grande parte da sua jovem vida como - sendo sua directa consequência - retirar do "outro" - interpretado por Palencia - uma potencial confirmação de que esses sentimentos não foram apenas vividos em segredo por um deles.
Com a confirmação - ou não - desta experiência sentimental em comum, é deixado ao espectador a ideia de que existe uma cumplicidade extrema, que ambos não só viveram como se "formaram" enquanto jovens adultos, como as mesmas vivências, com os mesmos espaços e com as mesmas partilhas transformando-os (em certa medida) num elemento único que se desenvolveu - evidentemente - por dois caminhos opostos.
Permanece igualmente para o espectador a confirmação de que estes dois caminhos vividos em comum chegam, agora, a uma bifurcação que os irá separar. Não sabemos se se voltarão a encontrar ou tão pouco se esta amizade irá resistir à separação e à distância. No entanto, confirmamos que ficará para sempre o registo da cumplicidade tida até então e de que foram (ambos) elementos fundamentais não só na vida um do outro como principalmente no adulto em que se irão transformar. Assim, sensível na revisitação do espaço - que irá ter para sempre um significado especial para ambos -, como também na confirmação de uma história sobre sentimentos e afectividades, Supercut marca um simpático e emocionante registo cinematográfico deste jovem realizador que (esperemos) regresse ao formato com mais histórias por contar.
Quando Lucas (Jesús Choya Zataraín) se prepara para sair da terra onde sempre viveu, pede a Alejandro (Carlos Palencia), um amigo de infância para que com ele grave alguns dos locais que marcaram a sua adolescência. Entre histórias e memórias... um segredo está prestes a ser revelado.
Realizador, escrito e interpretado por Choya Zataraín, este breve mas emotivo Supercut revela uma planificação madura e firme nas intenções do jovem realizador. Com as esperadas turbulências de um vídeo semi-familiar onde dois amigos revisitam os locais onde a sua amizade fora cimentada, esta curta-metragem espelha na sua planificação uma maturidade de ideias e de conceitos que tantas vezes faltam em inúmeras obras do género. Aqui, temos não só o tradicional registo familiar como também aquele da amizade, da cumplicidade e até, percebemos, de um amor não confessado mas construído com o passar dos anos e de uma empatia que se confirmou como algo mais afectivo e sentimental.
Supercut, em breves momentos, consegue apresentar duas firmes personagens. "Lucas" e "Alejandro" conhecem-se - possivelmente - desde muito jovens (sendo ambos ainda dois jovens prestes a abandonar a sua adolescência), confirmando que ambos estão naquele momento individual em que resultam de uma série de cumplicidades e momentos que ambos experimentaram e viveram em comum e que todos aqueles pequenos sinais - para os demais - mais não são do que confirmação mútuas de que ambos "estiveram lá" no crescimento do "outro". Mas, a certo momento, quando "Lucas" se prepara para deixar aquele espaço que, no fundo, sempre foi o seu, o espectador questiona-se - sendo depois confirmado - se não existirá algo mais para lá da amizade que compreendemos e testemunhamos.
A sensibilidade e o cuidado com que o espectador regista e presencia a evolução de sentimentos - da amizade e da cumplicidade a um despertar afectivo e sentimental que precede o amor -, revela uma idêntica sensibilidade por parte do jovem realizador em transformar esta video-memória da personagem que interpreta num filme nobre onde se expõem os sentimentos de uma personagem que ousa dar a conhecer os seus sentimentos por aquele com quem partilhou grande parte da sua jovem vida como - sendo sua directa consequência - retirar do "outro" - interpretado por Palencia - uma potencial confirmação de que esses sentimentos não foram apenas vividos em segredo por um deles.
Com a confirmação - ou não - desta experiência sentimental em comum, é deixado ao espectador a ideia de que existe uma cumplicidade extrema, que ambos não só viveram como se "formaram" enquanto jovens adultos, como as mesmas vivências, com os mesmos espaços e com as mesmas partilhas transformando-os (em certa medida) num elemento único que se desenvolveu - evidentemente - por dois caminhos opostos.
Permanece igualmente para o espectador a confirmação de que estes dois caminhos vividos em comum chegam, agora, a uma bifurcação que os irá separar. Não sabemos se se voltarão a encontrar ou tão pouco se esta amizade irá resistir à separação e à distância. No entanto, confirmamos que ficará para sempre o registo da cumplicidade tida até então e de que foram (ambos) elementos fundamentais não só na vida um do outro como principalmente no adulto em que se irão transformar. Assim, sensível na revisitação do espaço - que irá ter para sempre um significado especial para ambos -, como também na confirmação de uma história sobre sentimentos e afectividades, Supercut marca um simpático e emocionante registo cinematográfico deste jovem realizador que (esperemos) regresse ao formato com mais histórias por contar.
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