Taras de Roberto Pérez Toledo é uma curta-metragem espanhola de ficção na qual o realizador - e também argumentista como vem sendo hábito nos seus filmes - teoriza sobre a possibilidade de todos nós termos marcado no nosso corpo os traumas, medos, receios e inseguranças que levamos para cada relação (ou relacionamento) que iniciamos. Qual fácil seria que o nosso corpo "falasse" sobre uma cicatriz que nos envergonha, sobre a perda de cabelo... sobre dimensões fálicas ou até mesmo sobre algum peso a mais que nos impede de sermos quem somos junto da pessoa com quem decidimos passar algum tempo... ou até mesmo o resto da vida?
Pérez Toledo consegue em breves instantes - não mais de três minutos -, deixar exposto aquilo que cada um de nós assume como uma facilidade maior no relacionamento para com o "outro". Expôr uma imperfeição física, um receio para com o corpo que resolvemos entregar a um parceiro sexual ou sentimental, ou até mesmo os medos psicológicos que nos acompanham junto à ideia - e desejo - de uma vida em comum. Quão fácil seria poder dar o próximo passo quando tudo aquilo que nos impede de o fazer já estivesse, desde o primeiro instante, aos olhos daqueles com quem decidimos passar os nossos dias? Livres de um complexo, do medo da rejeição ou até mesmo das barreiras que "nos" impedem de ser quem realmente somos junto da pessoa que amamos, Taras é assim a simples apologia de um amor completamente livre e separado do estigma da incerteza.
No final, Taras é o sentido registo de como tudo seria mais simples se o corpo trouxesse consigo todas as marcas de um passado já vivido ou até mesmo aquelas que nele ficaram e que nunca permitiram que muitos de "nós" o vivessem no seu pleno.
No final, Taras é o sentido registo de como tudo seria mais simples se o corpo trouxesse consigo todas as marcas de um passado já vivido ou até mesmo aquelas que nele ficaram e que nunca permitiram que muitos de "nós" o vivessem no seu pleno.
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