sábado, 28 de maio de 2011

Vedo Nudo (1969)

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Vejo Tudo Nu de Dino Risi cuja estrela principal é Nino Manfredi é um filme composto por vários segmentos, ou curtas-metragens, que focam única e exclusivamente uma temática... o sexo.
Em todas elas Nino Manfredi é o principal interveniente, em torno do qual se desenrolam as inúmeras histórias que, no seu geral, pouco adiantam além do já referido sexo.
A mais engraçada acaba mesmo por ser A Última Virgem onde uma jovem suspeita que Manfredi, aqui um funcionário da companhia de telefones, é um conhecido assassino que a vai "despachar", mas onde acabam os dois a satisfazerem os seus mais profundos desejos sexuais. Além de cómica na sua essência, revela-nos muito de uma Itália puritana (ou talvez não) e ambos factores conseguem fazer desta curta algo de bem conseguido e do mais forte de todo o filme.
As demais curtas, algumas delas bem curtas, apenas prezam pela repetitividade incansável desta temática e, algumas das quais, sem qualquer tipo de originalidade ou interesse pois, ao acabarmos de a ver damos por nós a pensar "ok... foi isto?".
À excepção de Manfredi que foi senhor e mestre do cinema italiano ao longo de várias décadas, as restantes interpretações não deixam qualquer tipo de saudade ou de marca suficientemente relevante para que nos recordemos dela, acabando apenas por funcionar como seus satélites. E verdade seja dita que mesmo Manfredi é recordado pois participa em todas as curtas que compõem este filme. Não fosse isso e também passaria completamente despercebido neste filme.
Fruto de uma época onde o sexo e a sexualidade eram no fundo assuntos tabu, acredito que este filme na sua estreia tenha feito algum furor e despertado interesse no público de então. Hoje, passados que estão mais de quarenta anos desde a sua estreia duvido que gere o mesmo interesse enquanto filme como então. Poderá sim gerar no sentido de ser fruto de uma época e de uma cultura ou mesmo por ser uma obra de um realizador importantíssimo no cinema italiano mas, não mais do que isso.
É, no fundo, um filme perfeitamente dispensável e que muito pouco, se é que algo, contribui para um momento cinematográfico bem passado mas, para os resistentes que o queiram ver... aguentem-se para poderem ver alguns momentos dignos de interesse porque... são poucos... muito poucos...
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