terça-feira, 16 de agosto de 2011

The Banger Sisters (2002)

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As Manas Rock de Bob Dolman reune um trio protagonista de luxo... Susan Sarandon, Goldie Hawn e Geoffrey Rush numa história sobre a lembrança, o orgulho próprio e, acima de tudo, sobre os fortes elos de amizade que se criam e sobrevivem a todos os tempos.
Suzette (Hawn) é uma ex-groupie que ainda leva um estilo de vida liberto de todo o tipo de responsabilidades. Lavinia (Sarandon) é a sua mulher amiga mas não se encontram há largos anos. Quando Suzette se encontra em dificuldades resolve procurar Lavinia e pedir-lhe apoio.
Pelo caminho Suzette conhece Harry (Rush) um escritor falhado que planeia o último encontro com o seu pai e com quem ela estabelece uma relação muito... "colorida".
Este filme feito muito ao estilo de um road-movie mas não com actores adolescentes que tornam assim a viagem bem mais interessante pelo conjunto de experiências mais "vividas", não só é uma extraordinária história de amizade que prova que esta resiste ao longo dos tempos independentemente das inúmeras viagens e caminhos que cada um de nóss tome, mas também é um excelente filme sobre a descoberta pessoal e do jovem idealista que se encontra dentro de cada um de nós, apesar de alguns muito tentarem fazê-lo desaparecer.
Este trio de actores não poderia ter sido melhor escolhido. Por um lado temos uma Goldie Hawn, frenética como sempre, naquele que é a sua última interpretação em cinema. Trágico se pensarmos que já lá vão dez anos desde que este filme foi feito mas como em muitas ocasiões digo, é mau quando um actor se "cola" apenas e só a um estilo de personagem. Chega uma altura que já está tão gasto que já ninguém o quer... o que é uma pena pois confesso já sentir saudades de ver o "fogo" interior desta actriz no cinema.
Por outro lado temos a eterna força da natureza que é Susan Sarandon. Diferente do habitual aqui Sarandon interpreta a tal mulher conservadora que em adolescente fez corar tudo e todos. Com o passar dos anos esqueceu o seu verdadeiro "eu" e, é agora com a presença de Suzette que a sua verdadeira personalidade e os seus verdadeiros sonhos e vontades adormecidos e reprimidos vão de novo voltar a brilhar.
A fechar este trio temos um excelente Geoffrey Rush que com este "Harry" nos entrega uma personagem profundamente dramática que se encontra solitário no mundo sem ninguém que o acompanhe. Já nem as suas palavras e os seus pensamentos que em tempos redigia no papel o conseguem acompanhar. Novamente é engraçado constatar como Suzette faz renascer em todos aqueles desejos e vontades que nem os próprios sonham em confessar.
Confesso eu no entanto que a primeira vez que assisti a este filme não dei muito por ele. Achei uma daquelas comédias que poderia facilmente ter mais uma ou duas horas de duração e aí sim ter-lhe-ia visto algum sentido e significado. Quase passados também dez anos desde que o vi pela segunda vez e que o achei daquelas pequenos grandes filmes que nos fazem pensar no passado. Nas decisões que tomamos e no facto de terem ou não sido as mais acertadas ou simplesmente no facto de aquele "jovem idealista" que também eu tinha (e tenho) se ter ou não perdido pelo caminho à custa de uma ou outra decisão que poderia aos olhos da altura ter achado incorrecta... Divagações...
Foi então que chegado o final deste segundo visionamento que percebo que este filme tem mais do que ao primeiro olhar parece e que para além de uma divertida comédia é um sentido drama com toques de humor que não deixa pensativos, e receptivos, àquilo que fomos e especialmente àquilo que somos.
Deixa-me profundamente contente quando estes filmes que passam quase despercebidos do grande público conseguem retirar de mim sentidos pensamentos positivos.
E como não poderia terminar isto de outra forma... Goldie Hawn... VOLTA...
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"Suzette: (...) you're going right up your own asshole, and i don't feel like following!"
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7 / 10
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