sábado, 6 de agosto de 2011

La Mujer sin Cabeza (2008)

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A Mulher sem Cabeça de Lucrecia Martel nomeado para a Palma de Ouro em Cannes e o grande vencedor da Academia Argentina de Cinema do seu ano é um filme que inicialmente tem um potencial extremo mas que de um momento para o outro o perde para não voltar a encontrar.
Tudo começa quando Verónica (María Onetto) ao conduzir por uma estrada de terra semi-deserta embate em algo que inicialmente não consegue perceber o que é. Somos induzidos a pensar que ou será um cão ou uma pessoa pois momentos antes no início do filme vemos algumas crianças a brincar com cães naquela estrada, e ficamos por aí.
A existência de Verónica (Vero), fica a partir desse momento literalmente transformada quando o seu dia-a-dia começa a ser vivido com uma angústia sobre o que será que ela terá atropelado.
Se por um lado recebemos informações de ter sido um cão que atropelou por outro também as recebemos sobre um jovem que desapareceu ou morreu naquele mesmo dia. Que será então que realmente aconteceu e do qual nunca nada ao certo viremos a saber?
Esta história e as suas consequentes premissas sobre a possibilidade de ter sido uma pessoa que Vero atropelou e do qual escapou sem qualquer tipo de consequências, além das morais, poderia ter sido um aspecto mais aprofundado e desenvolvido. Certamente seria bastante interessante ver até que ponto poderia esta personagem ir com um verdadeiro drama moral a ser vivido no "presente".
No entanto, esta história acaba só por se centralizar no dia-a-dia de Vero, no seu regresso ao trabalho, às vivências familiares e pouco mais que isso, seguindo assim a sua presença quase muda e sem reacção, apática a tudo e todos que a rodeiam até um final onde... muda a cor de cabelo.
Não é por ser um filme "parado" que ele me desiludiu mas sim pelo facto de não se ter um qualquer tipo de reacção, mesmo que sem perceber o que tinha Vero afinal atropelado, mas que se sentisse modificar realmente a sua vida. À excepção de um visual nitidamente marcante da sua personagem, também em loura como em morena, e que dá um cartaz visualmente apelativo, est'A Mulher sem Cabeça acaba por ser, de certa forma, um filme sem um conteúdo marcadamente interessante para podermos pensar que no meio de tão trágico acontecimento a sua vida mudou realmente.
Argumento com potencial, desenvolvimento que poderia abrir portas por muitos campos, uma actriz com algum carisma e presença mas que, por um ou outro motivo, se perde em direcção ao nada deixando-nos apenas na memória o título, o cartaz e as boas intenções com que foi, penso, planeado.
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