sábado, 4 de agosto de 2012

MacGruber (2010)

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MacGruber - Licença para Estragar de Jorma Taccone é o estilo de filme que adoramos ver mesmo sabendo que não vai ser nada de especial.
Depois de um trágico acontecimento no seu casamento, MacGruber (Will Forte) refugia-se num mosteiro até ao dia em que é contactado pelo Coronel Jim Faith (Powers Boothe) e por Dixon Piper (Ryan Phillippe) um jovem tenente do exército que o avisam do ressurgimento de Dieter Von Cunth (Val Kilmer), o seu arqui-inimigo.
Se inicialmente MacGruber recusa voltar ao activo, o que é certo é que os fantasmas do passado o atormentam, e o desejo de vingança àquele que destruiu a sua vida são mais fortes fazendo com que regresse para o eliminar.
Naquela que poderia ser considerada a maior desastrosa operação secreta (ou talvez não) conseguirá MacGruber vigar a morte dos seus e livrar o mundo de um criminoso tão perigoso como Von Cunth?
Apesar de ser uma premissa já bem conhecida de filmes de acção, este filme é na realidade uma comédia. Bom, chamar-lhe comédia também é estar a ser simpático, uma vez que momentos que nos dêem real vontade de rir são muito poucos. E mesmo aqueles que nos dão vontade de rir... bom... são pelo mais grosseiro, grotesco ou mesmo clichés refundidos em tantos e tantos filmes do passado que na prática, se pensarmos bem neles, mais não provocam do que um simples bocejo.
As interpretações também falam por si. Will Forte enquanto a personagem que dá nome ao filme, mais parece um MacGyver fora do seu tempo. O discípulo mais ou menos perfeito do mítico herói dos anos 80 que consegui salvar as vítimas de um qualquer terrorista internacional das mais complicadas situações apenas com uma pastilha elástica e um cotonete. Perfeita a sua interpretação mas ao mesmo tempo aborrecida e não o suficiente satisfatória para conseguir salvar o filme a que dá corpo... e alguma alma.
E se o actor principal não consegue fazer valer o filme, os actores que o secundam menos ainda. Kristen Wiig aparece como uma das suas antigas agentes mas que, nos nossos tempos, se dedica com mais coração à música do que propriamente a salvar o mundo da próxima ameaça nuclear. Ryan Phillippe, alguém do nosso tempo e sem qualquer conhecimento de como funcionavam as antigas operações militares secretas, tão pouco consegue ser dinâmico na sua interpretação limitando-se, tal como os demais, a recorrer aos típicos clichés brejeiros que tão sustentam este e outros filmes do género.
E concluindo com a encarnação do mal... bom... qual encarnação... Val Kilmer é apenas uma imagem quase desfocada daquilo que em tempos tentou ser... um actor. Não só o encontramos na sua fase decadente como não consegue ter qualquer graça ou enquadramento num filme de comédia. Deambula por ali a exibir o seu excesso, quase disforme, de peso e a tentar encarnar algo para o qual percebermos não estar minimamente interessado. Quase arrisco dizer que há excepção de algum salário mais ou menos chorudo que lhe deram, estar ali ou não terá sido para ele a mesma coisa.
Se retirarmos alguns momentos icónicos dos anos 80 como a presença constante do auto-rádio nas mãos de MacGruber, o seu carro e algumas das tentativas de piadola, bem como a sempre presente roupa característica do já referido herói MacGyver, este filme acaba por ser algo sem qualquer sabor ou graça que pouco nos entretém e distrái ao longo dos seus oitenta minutos de duração. Temos o (pseudo) herói, a sua nova paixão, as piadolas sexuais que não se enquadram lá muito bem e um vilão que faz mais um frete para dar continuidade ao filme mas nenhum deles suficientemente forte ou consistente para percebermos que alguma coisa de boa vai dali resultar.
É mais um filme, mas não é por isso que se torna interessante de ver. Quando acabamos apenas pensamos "viu-se", e com isto não quero dizer nada de positivo.
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2 / 10
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