sábado, 31 de março de 2012

Maddie, A Verdade da Mentira (2008)

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Maddie, A Verdade da Mentira de Carlos Coelho da Silva é um documentário baseado na obra do antigo inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral que investigou o estranho desaparecimento da criança inglesa no Algarve em 2007.
Este documentário de aproximadamente cinquenta minutos consegue dar-nos algumas respostas e esclarecimentos sobre o assunto mais mediático dos últimos anos no nosso país ao ponto de levantar até algum desfecho sobre o que de facto aconteceu naquela noite.
Através de algumas entrevistas e imagens da imprensa da altura suportadas por uma reconstituição dramatizada dos acontecimentos percebemos claramente a existência de vários aspectos que não foram, à altura, debatidos ou divulgados.
No entanto, e enquanto um documentário, deveria ser mais consistente e fiel nesta mesma reconstituição não se limitando assim apenas a umas poucas e repetidas imagens para explicar todos os acontecimentos, e é aqui que falha um pouco.
Ainda assim e meramente como uma peça explicativa do livro que fora removido das bancas e que dá através da imagem um fiel retrato do descrito no mesmo, este documentário consegue cumprir aquilo a que se propõe e dar um olhar sobre os acontecimentos daquela trágica noite. Não é uma obra que ficará na memória do seu público como algo de extrema qualidade limitando-se apenas a ser mais um alvo de curiosidade devido ao tema que aborda.
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5 / 10
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sexta-feira, 30 de março de 2012

Pobeg (2005)

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Fuga de Yegor Konchalovsky despertou-me o interesse por já conhecer alguns trabalhos deste realizador e por prometer um intenso filme de acção muito ao estilo de uma perseguição infernal por esse imenso país que é a Rússia que se desenrola após uma verdadeira tragédia.
Evgeny (Yevgeny Mironov) é um cirurgião adorado por todos... pelos seus colegas que o consideram um génio, pelos seus pacientes que o adoram e pelo seu próprio patrão que o respeita. A vida parece correr-lhe bem até ao dia em que quando está prestes a assinar um novo contrato que lhe irá fazer render milhões, a sua mulher aparece morta e Evgeny no local do crime.
Depois de julgado e considerado culpado Evgeny é enviado para uma prisão de alta segurança mas, antes de lá chegar, surge a única oportunidade que ele terá de fugir e provar a sua inocência. Conseguirá finalmente descobrir quem esteve por detrás de tão hediondo crime?
Dos ainda poucos filmes russos que vi até à data, todos eles têm um factor comum entre si... uma certa frieza que juntamente com uma intensidade dramática bem acentuada tão bem caracterizam os espaços, as personagens e principalmente as suas histórias. São marcas características que nos fazem quase de imediato dizer "eis um filme russo".
Aqui, no entanto, esse factor que caracteriza estes filmes desaparece. E da mesma forma que desaparece este factor, desaparece também a magia que tinham. Tenta-se, com este filme, uma aproximação ao cinema de acção norte-americano que descaracteriza quase na totalidade o realismo que se pretende ter. As perseguições a alta velocidade que acabam por se tornar, de certa forma, ridículas e nas quais percebemos estarem claramente a ser encenadas (numa cidade de interior uma estrada sem movimento passa, convenientemente, a ter automóveis estrategicamente colocados para tornar a perseguição mais "credível"), a fuga pelo pântano que nos transporta de imediato para um Sem Perdão onde um Richard Gere e uma Kim Basinger lutam pela sua sobrevivência, ou as incansáveis fugas a pé que fazem a qualquer um de nós recordar O Fugitivo com Harrison Ford, são elementos que tornam este filme num qualquer modelo de filme de segunda categoria norte-americano e não russo como se pretendia.
A própria paródia feita por actores russos a eles próprios, onde o factor vodka equivale à sua caracterização enquanto alcoólatras e a consequente irresponsabilidade que daí provém, funcionam mais como elementos empobrecedores do filme do que propriamente dignificantes.
As interpretações acabam por completar o lote de elementos fracos que este filme apresenta. Por um lado temos Yevgeny Mironov que tenta a todo o custo apresentar um desempenho credível e que nos faça criar um qualquer tipo de empatia com aquele homem atormentado e injustamente perseguido pela autoridade. Por outro temos os demais actores que graças às suas personagens estereotipadas ridicularizam mais ainda a história para além de todas as falhas técnicas que já haviam sido detectadas por qualquer espectador mais inexperiente.
Em suma, temos aqui a vontade de um realizador em tornar uma aventura já vista em milhares de filmes americanos numa experiência russa que saiu mal dirigida e que na maior parte do tempo mais não serve do que parodiar uma história que poderia ser séria e interessante dada a sua temática de fundo.
Não que se trata de uma comédia, mas também não consegue atingir o nível dramático pretendido, acaba por permanecer num limbo desinteressante e já (re)visto em tantas outras produções com muito maior qualidade e interpretações melhor conseguidas. Vemos pela curiosidade, interessa-nos até certo ponto tornando-se, no entanto, enfadonho a meio gás.
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4 / 10
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quinta-feira, 29 de março de 2012

Bones (2001)

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Bones de Ernest R. Dickerson é um filme de suspense que conta com as interpretações de Pam Grier e Snoop Dogg .
Tudo começa quando um grupo de amigos compra um edifício num bairro degradado e marginalizado da cidade para o transformarem numa discoteca de renome e restaurar um pouco da dignidade perdida ao bairro. Nada sabiam eles sobre os trágicos acontecimentos que ensombravam o local há várias décadas depois de ali ter sido morto um homem.
Morto mas apenas fisicamente, Jimmy Bones (Snoop Dogg) está preparado para regressar e assim poder atormentar todos aqueles que traiçoeiramente o fizeram perder a vida.
Este filme de suspense não consegue trazer nada de novo aos géneros de terror/suspense/fantástico onde se pretende integrar, conseguindo apenas ser mais um filme-pipoca que entretém, acima de tudo, adolescentes numa noite de fim-de-semana e não indo muito mais além disso.
É o perfeito exemplo de um filme de terror que muito tentou mas pouco conseguiu. É certo que ocasionalmente consegue provocar um ou outro susto mediano e consegue igualmente criar as situações de "nojo" (larvas e um filme de terror estão quase tão próximas como um pão da manteiga), mas há excepção disso este filme limita-se aos clichés ocasionais do género e das intermináveis corridas para fugir do mal que está sempre, mas sempre, tão perto de "nós".
As interpretações fazem justiça ao filme que é... superficiais e com pouco conteúdo tentando os actores, no entanto, mostrar um grande empenho, história e profundidade onde ela é assumidamente impossível de ser retirada.
Os efeitos especiais, onde poderia ter existido um pouco mais de empenho, também se pautam pela mediocridade e chegando mais junto do final do filme conseguem mesmo roçar o absurdo e completamente desnecessário (vejam e depois digam-me se não tenho razão).
Pouco mais há a dizer sobre este Bones além de que serve única e exclusivamente como um entretenimento barato e sem grande conteúdo, logo também não pensamos muito na história e deixamo-nos levar por ela, até que muito rapidamente chegamos ao final e cinco minutos depois já pouco ou nada nos lembramos a respeito do que estivemos a ver.
Elementar... não... básico será a palavra mais apropriada para este filme.
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3 / 10
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quarta-feira, 28 de março de 2012

Neverwas (2005)

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Terra Mágica de Joshua Michael Stern é um mediano filme com um grande elenco onde se destacam os nomes de Aaron Eckhart, Brittany Murphy, Ian McKellen, Nick Nolte, Jessica Lange, Allan Cumming, Vera Farmiga, Michael Moriarty e William Hurt.
Zach (Eckhart) é um psiquiatra de renome que abandona a sua carreira académica para assumir um lugar numa instituição psiquiátrica onde largos anos antes o seu pai (Nolte) um escritor havia estado internado. As intenções de Zach são não só saldar as suas dívidas com o passado, e com o seu pai, bem como perceber o porquê deste ter cometido suicídio.
Aquilo que Zach irá descobrir transcende não só os seus objectivos primários como tudo aquele que poderia imaginar, passando pela reconciliação com o seu passado, pelo amor e pela verdadeira amizade com a mais improvável das pessoas.
Se este pequeno resume da história do filme parece ser suficientemente interessante para que ele funcione, o que é certo é que no final percebemos que não faz justiça a todas estas premissas. Nem só o argumento do filme se atrapalha a meio gás colocando um conjunto enorme de personagens pelo meio que, na prática, pouco lá fazem, como também percebemos a dada altura que além da já referida reconciliação com o passado parece ser o único tópico que acaba por importar em todo o filme.
Voltando às personagens, todas elas parecem funcionar como satélites da de Aaron Eckhart. A maioria delas pouco desenvolvimento, ou até participação, têm. Exemplo perfeito disto é a de Jessica Lange (a mãe) que apenas aparece e deambula pelo ecrã sem que tenha um conteúdo propriamente dito. O mesmo se passa com William Hurt e Nick Nolte, que apesar de tudo ainda têm alguns diálogos, ou Vera Farmiga e Alan Cumming que são literalmente figurantes. E falamos de um filme que não os "descobriu" enquanto actores... Basta para isso vermos a data da sua produção...
Com algum protagonismo lá se conseguem destacar Brittany Murphy e Ian McKellen mas ainda assim apenas por participarem em todos os seus planos com Eckhart... fora isso... seriam personagens nulas durante todo o filme.
A história e o seu consequente desenvolvimento conseguem em vários momentos captar a nossa atenção quer através da história e da sua junção com uma banda-sonora bem articulada e motivadora das mais diversas emoções mas, ao mesmo tempo, não consegue concentrar esses aspectos positivos durante muito tempo acabando quase de imediato por se perder na sua continuidade.
Assim, e à excepção desses momentos, este filme consegue tornar-se banal e por vezes aborrecido criando um misto de sensações que não nos convence na sua generalidade. Mesmo nos momentos em que pensamos ir descobrir uma terra realmente mágica e fantástica, tão depressa pensamos como, de repente, tudo se desvanece.
Longe de ser um filme mau é, no entanto, um filme que não nos convence, muito pouco nos emociona e percebemos sem qualquer problema que poderia ter sido muito mais e ido muito mais longe tanto pela sua história como pelo conjunto de actores, de grandes actores aliás, que conseguiu reunir. Fora isso, é apenas "mais um" filme a que eventualmente assistimos e que não consegue deixar grande marca ou memória.
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5 / 10
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Festa do Cinema Italiano 2012

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COMPETIÇÃO
Corpo Celeste, de Alice Rohrwacher
Là-Bas, de Guido Lombardi
Il Mio Domani, de Marina Spada
Ruggine, de Daniele Gaglianone
Scialla!, de Francesco Bruni
Sette Opere di Misericordia, de Gianluca e Massimiliano De Serio
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PANORAMA - Fora de Competição
This Must Be the Place, de Paolo Sorrentino
Terraferma, de Emanuele Crialese
Il Primo Uomo, de Gianni Amelio
Il Villaggio di Cartone, de Ermanno Olmi
Vallanzasca - Gli Angeli del Male, de Michele Placido
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E ainda as retrospectivas de Pietro Marcello, Paolo Sorrentino e Ermanno Olmi, a secção de curtas e a de documentários. Em Lisboa de 12 a 19 de Abril passando depois para Porto, Funchal, Coimbra e Guimarães numa parceria com a Capital Europeia da Cultura.
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A reportagem da ATV da cerimónia dos CinEuphoria Prémios 2012

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terça-feira, 27 de março de 2012

Il Custode (2011)

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O Guardião de Marco Di Gerlando e Ludovica Gibelli é uma curta-metragem italiana pré-seleccionado para os David da Academia Italiana de Cinema e que nos conta a história de um grupo de crianças que corre para se refugiar de um homem que está a persegui-los.
Quais as suas intenções desconhecemos, mas o que é certo é que à medida que os encontra eles misteriosamente desaparecem.
A decorrer num espantoso palacete que cria um ambiente perfeito para uma história de suspense e mistério, a surpresa desta curta-metragem surge exactamente no final quando são finalmente reveladas as estranhas intenções daquele homem.
Apesar de revisitar alguns lugares comuns do cinema de suspense e do fantástico onde já sabemos o que irá suceder em certos momentos ou circunstâncias, esta curta-metragem consegue manter o interesse ao mesmo tempo que, com igual sucesso, cria aquele "twist" final que explica o porquê de todo o suspense dos seus doze minutos de duração.
Esta curta consegue ser assim mais um bom exemplo do que se faz em terras transalpinas com simplicidade, empenho e vontade de filmar.
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7 / 10
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segunda-feira, 26 de março de 2012

O Frigorífico (2012)

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O Frigorífico de Raul Domingues é uma curta-metragem de animação portuguesa que nos leva para um deserto onde se encontra um frigorífico. Um frigorífico e um pinguim que procura um lugar onde se possa refrescar. Quando este se decide a abrir o frigorífico encontra lá um outro ocupante que tudo fará para afastar... Será que consegue?
Simpática e num estilo muito naïf onde os artifícios estão todos afastados esta curta, apesar de simples, consegue ser divertida, original e bem pensada.
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5 / 10
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The Artists (2011)

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Os Artistas de Sean Mullen é uma muito divertida curta-metragem de animação onde dois pintores se disputam em quem faz a melhor, e maior, pintura do pôr do sol.
Enquanto "lutam" pelo protagonismo esquecem que o resultado final pode ser bem melhor e mais surpreendente do que aquele que eles pensariam poder realizar.
Bem disposta e com uma banda-sonora feita à medida das aventuras destes dois pintores, esta curta-metragem é uma simples mas muito eficaz obra de comédia que a todos irá agradar. Imperdível.
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8 / 10
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domingo, 25 de março de 2012

Passo em Falso (2008)

Passo em Falso de António Borges Correia foi um dos primeiros telefilmes que a TVI emitiu no já ido ano de 2008 e que tem como actores principais Daniela Ruah, Pedro Lamares e João Grosso.
Rita (Ruah) é uma jovem bailarina que sonha ir para Londres e lá alcançar a tão desejada carreira. Ainda em Portugal cruza-se com Pedro (Lamares) que desenvolve por ela uma estranha obsessão e com quem quer estar em todos os momentos e partilhar todos os acontecimentos ao mesmo tempo que aumenta um igualmente estranho e doentio ciúme por cada gesto que Rita tem para com os seus amigos ou para com o seu pai.
Até onde irá este ciúme e este sentimento de posse que Pedro desenvolve por Rita ao ponto de a prender e isolar do mundo? Que consequências os esperam no futuro e até onde pode ir esta estranha obsessão?
Apesar de alguma reserva no argumento que acaba por inibir o correcto desenvolvimento das suas personagens, este conseguiu ser um dos filmes mais bem conseguidos e elaborados desta temporada inicial de telefilmes que a TVI produziu. Despois deste a sua grande maioria acabou por tornar-se num conjunto de contos telenoveleiros que colocou os seus brilhantes actores em interpretações menores e sem grande conteúdo ou hipótese de "crescimento".
No entanto destaco a participação dos dois actores principais que dão o seu melhor mesmo numa interpretação que não lhes permite o seu correcto desenvolvimento. Em primeiro lugar a extraordinária Daniela Ruah que aqui dá uns primeiros passos no formato (tele)cinematográfico e que já não espanta ninguém com a agradabilidade que causa com a sua presença, e finalmente Pedro Lamares que encarna muito bem a sua personagem obsessiva e doentia de ciúme por uma mulher que pretende, a todo o custo, controlar e dominar.
O único senão deste telefilme é que acaba por abrir o apetite para os que se lhe seguiram mas que não conseguiram saciar ninguém pois caíram como se de um abismo se tratasse. Interessante sem ser grande.
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6 / 10
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Antonio Tabucchi

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1943 - 2012
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sábado, 24 de março de 2012

Dirty Dancing: Havana Nights (2004)

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Dirty Dancing 2 de Guy Ferland reune um interessante conjunto de actores como Romola Garai, Diego Luna e Sela Ward numa adaptação da história que há vinte anos celebrizou Patrick Swayze que aqui também tem uma participação secundária.
Nas vésperas da revolução cubana a família Miller desloca-se para o país onde vive uma vida isolada da realidade que assola a sociedade onde os nacionais sobrevivem com trabalhos pouco recompensados, e esta pequena minoria se encontra numa nitida opulência.
É neste contexto que Katey (Garai) e Javier (Luna) inicialmente se conhecem e estabelecem uma amizade que rapidamente faz nascer um amor que não os separa. Num contexto socio-político instável e quente e uma família com regras de etiqueta e de classe bem firmada, irá este amor sobreviver?
Este filme encontra-se a milhas bem largas do filme original que na altura, e ainda hoje sejamos francos, conseguiu estabelecer-se como um marco não só no género como também nas interpretações sólidas e seguras dos seus actores. Patrick Swayze conseguiu com este filme afirmar-se como o actor de toda uma geração e a sua intepretação é ainda hoje relembrada.
Ao contrário do original, não sentimos qualquer química entre o par romântico protagonista nem sequer conseguir com eles estabelecer qualquer tipo de empatia. Tanto Romola Garai como Diego Luna limitam-se a estar "por ali" sem conseguir tomar a bom porto as personagens que interpretam.
Garai que é habitualmente uma força da natureza, especialmente nas interpretações de época, aqui mais não é do que uma luz semi-apagada sem qualquer vitalidade ou credibilidade no que representa e o mesmo serve para Diego Luna que tanto nos habituou aos seus desempenhos enérgicos e que aqui mais não tem do que uma interpretação desgastada.
Mesmo no contexto político e social da Cuba dos anos 50 do século passado, este filme mais não consegue do que repetir alguns dos clichés de um mau filme histórico que não só não convencem como se torna cansativo e aborrecido ao fim de poucos minutos da sua duração.
Se as sequelas são, por vezes, desnecessárias, esta então é claramente uma delas não tendo qualquer razão de existir para além de percebermos que o seu realizador quis fazê-lo por ser, possivelmente, um fã do original tendo, no entanto, ficado muito longe quer do carisma das suas personagens quer mesmo da própria história de fundo que o filme tem.
Apagado e sem grande "sabor" para lhe dar algum picante (nem mesmo as danças corpo a corpo conseguem contribuir para isso), este filme mais não é do que um perfeito exemplo do revivalismo mal sucedido de grandes êxitos do passado. Para os curiosos pode valer a pena... para todos os demais que preferem manter bem vivo na memória o êxito de Patrick Swayze e Jennifer Grey... por favor, mantenham-se longe.
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2 / 10
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Tabu novamente premiado

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Com estreia prevista para o próximo dia 5 de Abril, o filme TABU de Miguel Gomes acaba de vencer mais dois prémios desta vez no Festival de Cinema de Las Palmas, sendo eles o Prémio Lady Harimaguada de Prata e o Prémio do Público.
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sexta-feira, 23 de março de 2012

The League of Extraordinary Gentlemen (2003)

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Liga de Cavalheiros Extraordinários de Stephen Norrington foi aquele filme que marcou de forma quase silenciosa o final da carreira desse grande actor que é Sean Connery e não com aquela que se pode chamar de uma interpretação grandiosa à semelhança de outras que o marcaram para sempre na Sétima Arte.
Estamos em 1899 num universo Vitoriano relativamente alternativo e que irá reunir na mesma história um conjunto de personagens de aventura e ficção numa missão secreta para salvar o mundo tal como então se encontrava delineado... Personagens essas que englobam Allan Quatermain (Sean Connery), o Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), Mina Harker (Peta Wilson), o Homem Invisível (Tony Curran), Tom Sawyer (Shane West), Dr. Jekyll (Jason Flemyng) ou Dorian Gray (Stuart Townsend) povoam todo um imaginário de diversos contos e histórias que aqui se mesclam e dos quais o espectador espera retirar o máximo proveito. Cada um com os seus trunfos pessoais, que são mais ou menos conhecidos de todos - fruto da proximidade do espectador com os seus diversos universos de origem -, estas personagens de acção irão agora unir os seus esforços e talentos para evitar o início de uma guerra mundial que parece estar iminente e que, fora da ficção, até estava..., numa viagem que vai do Quénia colonial a Londres, de Paris a Veneza terminando nas estepes gélidas da Mongólia.
Dono de alguns interessantes efeitos especiais e de um clima histórico que acaba por conter alguns momentos reais da época, este filme não consegue atingir aquilo em que poderia ter sido muito grande, ou seja, a junção harmoniosa destas personagens bem características do universo do mistério para a elaboração de uma história de acção e aventura, deixando-as perder-se num conjunto de enredos soltos e parca exploração não só dos seus demónios pessoais que aqui são abordados de forma quer ligeira ou até mesmo leviana, perdendo toda uma dinâmica que os imaginários de vampirismo e possessão demoníaca poderiam aqui trazer ou, por outro lado, o espírito moderno e liberal de um "Tom Sawyer" que apenas parece conseguir manter uma relação de proximidade quase parental com "Quatermain" que vive os seus próprios dramas e está condenado a um fim pouco digno - no fundo bastante próximo daquele que Connery receberia ao ter este como a sua última participação protagonista no cinema do qual se mantém afastado até à data.
A clara vontade em misturar muitas personagens literárias de diferentes contextos, e todos os seus respectivos universos, num único filme poderia resultar como uma grande produção de super-heróis literários atípicos que a todos seduzisse. No entanto, aquilo que mais se destaca em The League of Extraordinary Gentlemen foi a sua falta de eficácia e credibilização desta junção resultando, de uma forma geral, numa desastrosa reunião de velhas lendas onde nenhuma consegue atingir o seu pleno em qualquer momento do filme remetendo-se, na sua globalidade, a uma usurpação de timing para todas elas. O espectador percebe o seu contexto - ou pelo menos assim o tenta de uma forma geral -, compreende que existe algo mais sobre os seus diversos passados, fantasmas e demónios que insistem em povoar as suas mentes mas, ao mesmo tempo, esta longa-metragem não consegue desenvolver nenhum deles ou tão pouco as esperadas dinâmicas entre as diversas personagens que apenas deixam parecer que algo existe (ou existiu) entre elas que poderia revelar toda uma nova dinâmica a esta "Liga".
Se na prática nenhuma estas personagens consegue elaborar uma mútua dinâmica com as demais, a realidade é que os próprios actores parecem perdidos dentro de uma história da e com a qual pouco conseguem criar. Os enredos subentendem-se e percebem-se por detrás do que é lançado para o espectador "pescar" mas, na prática, pouco é concretizado para se tornar "real" para o mesmo limitando-se, portanto, a ser um aperitivo que nunca se transforma no prato principal. A certo ponto, e onde todos tentam obviamente brilhar deixando a sua marca pessoal, acaba por se anular não só a linha narrativa como as respectivas personagens tal a confusão de enredos, principais e paralelos, que se criam ao ponto de um protagonista Sean Connery ser apenas "mais um" no meio de tantos apenas servindo como referência pelo seu óbvio percurso de décadas no cinema e não por uma personagem credível e que, em justiça, devidamente explorada teria sido memorável (mais ainda se considerarmos que desde então... mais nada fez). Fatalidade esta que, no fundo, abala todos os demais actores de The League of Extraordinary Gentlemen, onde alguns dos quais não chegam sequer a ter mais do que dez escassos minutos de presença, insuficientes para qualquer exploração do (seu) conteúdo, limitando-se a ser pouco mais do que adereços mais ou menos compostos de uma história que parece tudo querer contar em escassos cem minutos de duração num filme que se queria - e poderia ter sido - uma referência do género na primeira década do século.
Dito isto o que acaba por ser bem conseguido é por exemplo a recriação de um mítico Nautilus ultra-moderno para uma época de transição, ou de uma cidade de Veneza sombria como nunca revelando, no entanto, todo o seu esplendor de folia assim como, claro está, todos os aspectos técnicos que passam pela direcção de arte e pelo guarda-roupa e caracterização de alguns dos actores onde se nota ter existido alguma excelência na tentativa de recriação e composição das suas personagens e dos seus universos sendo que, no entanto, a parca exploração do mesmo fizesse dissipar esta mesma qualidade.
 Assim, e por muito desta qualidade acabar por se perder na dispersão das personagens e, claro está, do próprio argumento que tenta ter tudo a acontecer ao mesmo tempo ignorando os detalhes e a respectiva composição, The League of Extraordinary Gentlemen cria uma desatenção e algum desinteresse por parte do espectador que não cria empatia com a sua história e ignorando os pequenos grandes detalhes que se perdem com a mesma rapidez com que Norrington os quis contar.
No final de tudo, e visualmente falando, esta longa-metragem até é interessante e consegue captar alguma (pouca) da nossa atenção, mas quando damos por nós a analisar aquilo que realmente acontece, encontramos toda uma dispersão que sentimos estar a esquecer tudo o que anteriormente aconteceu à medida que os minutos passam. The League of Extraordinary Gentlemen poderia ter sido mais, muito mais, com uma duração maior ou caso se tivesse feito um trabalho de personagens mais cuidado e minucioso que permitisse tê-las mais desenvolvidas e conhecer as suas motivações e ligações passadas o que aqui, claramente, falha. Por mais "secundária" que seja a personagem quando bem trabalhada, o seu potencial e importância para a dinâmica e desenvolvimento geral da história, são enormes e até mesmo avassaladores podendo qualquer um de nós recordar alguns bons exemplos. No entanto em The League of Extraordinary Gentlemen, aquilo que acabamos por sentir é que se tentou contar tudo e algo mais sem detalhe - que na prática nunca chega a existir -, permanecendo a ligeira impressão de que todos eles poderiam ter muito mais conteúdo por explorar mas que, no entanto, nem mesmo uma potencial sequela conseguiria "saldar".
Com todo o seu potencial enquanto filme de aventuras compreendido pelo espectador mas, no final, The League of Extraordinary Gentlemen limita-se às banalidades de um filme que apenas aparenta ter sido criado para satisfazer as necessidades de bilheteira e pouco glorificar toda uma carreira de um grande actor como o é Sean Connery. Numa breve apreciação final, The League of Extraordinary Gentlemen é francamente limitado ainda que o espectador dele não desista facilmente.
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6 / 10
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quinta-feira, 22 de março de 2012

Noburu Ishiguro

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1938 - 2012
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My Worst (2011)

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My Worst de Luciangela Gatto para a Oldstyle Group Produzioni Cinematografiche é uma curta-metragem italiana muito curiosa que nos mostra uma jovem mulher que se dirige para casa depois das compras.
A viagem que ela efectua mostra-nos um mundo decadente onde a violência, o vandalismo e a degradação são gratuitos e estão por todo o lado. Chegada ao elevador tem uma experiência paranormal na qual o partilha com um espírito com uma caracterização bem sugestiva.
Esta curta demonstra com alguma ironia que o pior não será um suposto mundo paranormal mas sim o real com o qual nos cruzamos com tantas situações que podem atentar contra a nossa segurança e bem-estar. Afinal, muito poderia correr mal àquela jovem que no caminho para casa se depara com uma realidade cheia de perigos e atentados à sua segurança.
Aqui temos mais uma curta-metragem desta jovem produtora italiana, a mesma que venceu o CinEuphoria do Público com a curta Cierresse, e que dá mostras de um sentido aguçado de imaginação e de vontade de permanecer no cinema fantástico onde mostra, e bem, um potencial para o futuro.
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6 / 10
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quarta-feira, 21 de março de 2012

Tonino Guerra

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1920 - 2012
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Globos de Ouro SIC/Caras 2012: novas previsões

Já há alguns meses que não referia as previsões para a próxima cerimónia dos Globos de Ouro SIC/Caras de 2012, portanto não há melhor altura que agora a dois meses da próxima edição. Assim, considerando os filmes estreados no passado ano:
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  • Budapeste
  • E o Tempo Passa
  • A Espada e a Rosa
  • Quinze Pontos na Alma
  • O Estranho Caso de Angélica
  • Águas Mil
  • América
  • Viagem a Portugal
  • Cisne
  • A Morte de Carlos Gardel
  • Sangue do Meu Sangue
  • O Barão
  • Efeitos Secundários
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Potenciais nomeações:
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MELHOR FILME
América, de João Nuno Pinto
O Barão, de Edgar Pêra
Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
Viagem a Portugal, de Sérgio Tréfaut
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MELHOR ACTOR
Fernando Luís, América
Nuno Lopes, Efeitos Secundários
Nuno Melo, O Barão
Rui Morisson, A Morte de Carlos Gardel
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MELHOR ACTRIZ
Maria de Medeiros, Viagem a Portugal
Rita Blanco, Sangue do Meu Sangue
Rita Loureiro, Quinze Pontos na Alma
Rita Martins, Efeitos Secundários
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terça-feira, 20 de março de 2012

Terapia do Bandido (2012)

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Terapia do Bandido de Bruno Miguel Resende é algo para o qual não estava preparado. A minha curiosidade para com produções vindas de pessoas mais ou menos (des)conhecidas é sempre grande pois nunca sabemos de onde vem uma história bem contada, no entanto, nem sempre encontramos boas e agradáveis surpresas.
Aquilo que aqui encontrei é no mínimo o que posso chamar de um espectáculo de bizarria com momentos umas vezes mais outras vezes menos próximos do grotesco, e não o digo como algo de positivo.
Vamos por momentos esquecer os ocasionais problemas de focalização da imagem e uma ou outra distorçao da mesma, e vamos apenas concentrar naquilo que é praticamente impossível (complicada palavra esta) de ignorar.
Começo então pela banda-sonora acabadinha de "retirar" de um qualquer programa da National Geographic mas... com pouca qualidade. Desenquadrada e sem um seguimento lógico entre as imagens a que assistimos. Aquilo que são cânticos tribais maioritariamente africanos, são colocados ao ritmo de imagens de actores que interpretam "alguém" com comportamentos animalescos e, repito a palavra, grotescos numa quase estranha comunhão com o meio natural em que habitam. Esta comunhão animalesca é tão grande e grotesca que assume contornos verdadeiramente assustadores quando deparamos com largos segundos (que quase parecem horas) onde damos por uma das personagens em pleno linguado com uma língua de vaca... Se já era mau se ela estivesse ainda dentro da boca da mesma, tão ou mais estranho é quando a própria já está cortada do dito animal. Por momentos dei por mim a relembrar êxitos do passado como Holocausto Canibal onde esses pelo menos conseguiram ficar na história ao contrário deste.
Não me quero adiantar muito em relação a esta (curta) média-metragem pois no final tudo se resume a uma única palavra... grotesco. Mas eu como gosto de ser diferente e acrescentar sempre uma segunda palavra... MUITO grotesco.
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 (como se sabe não atribuo 0 nem pontuação negativa) <--- 1 / 10
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segunda-feira, 19 de março de 2012

That Thing We Do (2002)

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Aquilo que Fazemos de Andrew Hull é uma curta-metragem canadiana de temática homossexual que aborda o regresso a casa de um jovem que vive na indecisão de contar ou não ao seu pai a sua sexualidade. Por um lado sente que se contar perde o apoio do pai, por outro percebe que se não o fizer nunca terá a companhia da pessoa que mais ama do seu lado.
Depois de dias num ambiente de silêncio é o seu jovem primo que lhe dará a indicação do que é mais certo a fazer através de um pequeno gesto que, à partida, não teria qualquer importância.
À excepção do jovem actor que acaba por dentro da sua inocência e simplicidade ter a interpretação mais simpática e que conquista os espectadores, todas as demais caem na banalidade de tantos outros filmes sobre o género acabando por não trazer nada de novo. O mesmo sucede com toda a curta que, per si, quase corresponde mais a um capricho do realizador para com a temática em questão do que propriamente um filme que aborde ou discuta algo de novo.
Vê-se, considerando a sua curta duração, mas ao mesmo tempo não deixa qualquer tipo de marca.
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2 / 10
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domingo, 18 de março de 2012

Bangkok Adrenaline (2009)

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Acção em Banguecoque de Raimund Huber é daqueles filmes que adoramos detestar e os porquês disto são simples. Comecemos pela história, se é que existe alguma relevante, dá-nos a conhecer um grupo de quatro amigos que em viagem pela Tailândia, participam num jogo de poker que, a meio gás, lhes corre mal.
Em mãos com uma enorme dívida que têm então de pagar, e para não serem mutilados pelo patrão da mafia local, envolvem-se num conjunto de actividades mais ou menos dignas para a poderem pagar até que lhes surge a ideia de raptar uma estrela do social local e pedir por ela um resgate como forma de saldar a sua dívida de jogo.
Escusado será dizer que a partir deste momento, todo o tipo de aventuras mais desastradas e sem qualquer nexo percorrem o nosso ecrã numa "mistura" que parece não ter fim à vista. É com esta premissa, se é que assim se pode chamar, que passamos perto de noventa minutos sempre à espera de algo ainda pior... e o que é certo é que lá vai acontecendo.
O factor positivo deste filme, possivelmente o único mesmo, é que no meio de tanta parvoíce, más representações e situações completamente mal elaboradas, ele consegue ter a sua graça pois não pretende ser mais do que aquilo que é... um aglomerado de situações feitas por um conjunto de "amigos" que conseguiram filmar os desastres que iam efectuando.
Além disto não há mais nada, absolutamente mais nada, a poder dizer sobre aquilo que vemos... Entretém (estupidamente) durante pouco mais de hora e meia e já está... não é nenhuma pérola que iremos mais tarde recordar (e o mais tarde são cinco minutos depois do seu final) e, além disso, nem sei até que ponto se pode considerar isto como sendo um "filme" mas, o que é certo, é que dentro de uma denominação muito, MUITO, alargada, este filme distrai-nos tanto como possivelmente o efeito que um qualquer charro tem para o nosso cérebro.
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3 / 10
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sábado, 17 de março de 2012

In Ascolto (2006)

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Projecto Echelon de Giacomo Martelli é uma longa-metragem italiana que se baseia na teoria (ou talvez não) das escutas efectuadas pela agência de segurança nacional norte-americana aos telefones e telemóveis internacionais na busca de pistas sobre aquilo que os próprios concluem ser assuntos "internos".
É neste contexto que Francesca (Maya Sansa) ao divulgar inocentemente uma informação que alguns serviços económicos norte-americanos consideram ser "assunto de Estado", a detectam, perseguem e torturam em Itália apesar da indignação de James (Michael Parks), um funcionário dos serviços se segurança.
Aquilo que inicialmente começa como uma aliança entre dois estranhos transforma-se, pela forças das circunstâncias, numa amizade que se baseia na sua própria sobrevivência.
Este tipo de filme onde a política, a economia e a corrupção estão intimamente ligadas é, na maior parte das situações, o suficiente para adivinharmos que teremos um thriller com alguma intensidade e com um conteúdo. No entanto aquilo que aqui temos é uma perfeita "salganhada" de situações que acabam por não se conseguir resolver correctamente para o seu bom funcionamento.
Por um lado temos a conspiração onde o poder das grandes multinacionais comandam, muitas vezes, o poder político, relegando assim todo e qualquer tipo de direitos individuais para segundo plano, se não mesmo para o "caixote do lixo". No entanto, a execução das ideias deste argumento juntamente com umas interpretações pouco claras e elaboradas fazem com que tudo estremeça ao ponto de não conseguir ser, em nenhum momento, credível.
As tremidas interpretações dos actores não dão qualquer credibilidade ao argumento. Num filme que se pretende sério, temos actores com interpretações estereotipadas que atingem em diversas situações o ridículo fazendo assim cair por terra todo o sentido do drama vivido por aquelas personagens. É neste exacto momento que me questiono sobre a participação de Maya Sansa neste filme, pouco tempo depois de ter interpretado o thriller político Buongirno Notte, onde a intensidade da sua interpretação é suficiente para valer todo um filme que, também ele sózinho, já é grande.
Assim, além de umas quantas premissas que nos deixam realmente a pensar sobre a nossa privacidade neste mundo já mais que globalizado, este Projecto Echelon não nos acrescenta muito ao panorama cinematográfico. É modesto, sem grandes ambições (pelo menos visíveis) e mesmo como objecto de entretenimento é limitado, concentrando a sua total atenção na conspiração político-económica e lançando umas pequenas "entradas" sobre a bondade e a Humanidade de um homem. Para tudo isto muito contribui também o facto de ser um filme italiano, com uma maioria de actores italianos mas... falado em inglês. Já muito referi sobre o facto de um filme de uma dada nacionalidade ser quase na íntegra falado noutra língua que não a sua... Normalmente, não convence. Resumidamente, distrai um pouco mas não chega a convencer.
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3 / 10
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sexta-feira, 16 de março de 2012

All Hat (2007)

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All Hat - Duelo de Cowboys de Leonard Farlinger é uma longa-metragem canadiana que mais se assemelha a um simpático mas pouco ambicioso telefilme com algumas caras conhecidas como Ernie Hudson, Keith Carradine ou Rachel Leigh Cook.
Ray (Luke Kirby) regressa à sua terra natal depois de ter saído da prisão, e reencontra a sua antiga paixão, tentando ao mesmo tempo levar uma vida calma longe de problemas que o possam fazer regressar para detrás das grades.
No entanto nem tudo corre como ele pretende, e os problemas surgem pela mão de Sonny (Noam Jenkins) filho de um rico proprietário, e que pretende transformar todo o panorama rural num empreendimento de luxo.
Este filme e a sua sinopse estão tão cheios de clichés que facilmente me fariam afastar dele logo à partida. No entanto, como só se pode falar depois de ver, lá arrisquei o meu tempo e vi este filme que, longe de ser uma surpresa, me confirmou tudo aquilo que dele esperava... muito pouco.
O filme não tem nada de especial ou de novo. Tudo aquilo que vemos no seu trailer, que lemos da sua sinopse ou que até imaginamos que dali venha irá de facto acontecer. Desde a sua história, linear e simplória demais, ou até mesmo das suas intepretações que mais não são do que estereótipadas e sem grande conteúdo, não conseguimos retirar nada que consiga fazer valer o tempo que investimos no filme que tão depressa como acaba recorrendo a todos os caminhos já percorridos por tantos e tantos outros filmes já vistos.
Não deixa marca e também não é um filme de entretenimento maior mas, no entanto, conseguimos vê-lo sem grandes problemas. Finalizado sentimos, no entanto, que passámos por algo que não deixou qualquer tipo de marca ou de importância.
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2 / 10
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quinta-feira, 15 de março de 2012

Faminto: um banner com referência ao CinEuphoria

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Mais um filme com um banner a fazer referência ao CinEuphoria. Faminto, de Hernâni Duarte Maria e Pedro Noel da Luz, presença já no Shortcutz Lisboa e no Shortcutz Porto, foi também premiado na cerimónia dos CinEuphoria Prémios de Cinema de 2012.
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CinEuphoria 2012: Prémio de Mérito

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Portugal Fantástico, de António Castro
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CinEuphoria 2012: Actor

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Nuno Melo, O Barão
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CinEuphoria 2012: entrega de prémios a Sombras

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Nuno Dias realizador de Sombras
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CinEuphoria 2012: entrega de prémios a O Vôo da Papoila

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Nuno Portugal realizador de O Vôo da Papoila
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CinEuphoria 2012: Actor em Curta-Metragem

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Fernando Ferrão e Fernando Taborda, O Vôo da Papoila
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CinEuphoria 2012: prémio de Fotografia

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Tony Costa, O Teu Sapato
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CinEuphoria 2012: segundo prémio de Actor Secundário

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Hugo Costa Ramos, Faminto
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CinEuphoria 2012: primeiro prémio de Actor Secundário

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Augusto Portela, A Cova
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CinEuphoria 2012: entrega dos prémios ao filme A Cova

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Luís Alves, realizador d' A Cova
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CinEuphoria 2012: Actriz Secundária

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Carmen Santos, Quinze Pontos na Alma
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CinEuphoria 2012: Actriz em Curta-Metragem

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Rita Martins, Sombras
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CinEuphoria 2012: entrega do prémio de Montagem

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Tiago Antunes por O Barão
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CinEuphoria 2012: entrega dos prémios ao Faminto

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Sofia Reis em representação de Hernâni Duarte Maria e Pedro Noel da Luz por Faminto
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CinEuphoria 2012: entrega dos prémios ao Bats in the Belfry

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João Alves, Bats in the Belfry
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CinEuphoria 2012: entrega dos prémios ao Conto do Vento

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Cláudio Jordão e Nelson Martins, Conto do Vento
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CinEuphoria 2012: entrega de prémio de Banda-Sonora

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Ludgero Zorro e João Moura, O Vôo da Papoila
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CinEuphoria: a primeira cerimónia começou assim...

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quarta-feira, 14 de março de 2012

L'Apollonide (Souvenirs de la Maison Close) (2011)

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Apollonide - Memórias de um Bordel de Bertrand Bonello é talvez um dos filmes "incompreendidos" do ano que nos relata o dia-a-dia, ou mais concretamente as noites, de um bordel na Paris do final do século XIX e a sua decadência com a chegada dos 1900's.
Marie-France (Noémie Lvovsky) é a dona de um reputado bordel de Paris que recolhe as simpatias e a frequência de um conjunto considerável das grandes fortunas da cidade. Vários são os homens que depois de dias nos seus negócios e junto das suas famílias acorrem àquela misterioso lugar que ganha uma vida alternativa àquela que a cidade-luz emana durante o dia. Ali todos se reencontram para momentos de prazer, de amizade e de boémia consentidos, mas escondidos, dos olhares de uma sociedade que vive por outras regras de moral.
Mas este bordel esconde mais por detrás de um aparente local de sexo. Aqui conhecemos um conjunto de mulheres que aos poucos revelam os seus porquês... O porquê de se encontrarem ali... O porquê de se terem afastado da sua antiga vida... O porquê de ali se manterem... Os seus sonhos e vãs esperanças de um dia terem a oportunidade de dar um novo rumo à sua vida.
Se por um lado este filme retrata a crescente amizade que um inicialmente estranho conjunto de mulheres consegue estabelecer entre si, não deixa igualmente de ser verdade que ele é também um curioso retrato de uma sociedade que primeiro tenta, depois corrompe e finalmente prende aqueles que nela vão, aos poucos, tentando sobreviver e que naquele bordel conseguiam ter uma vida mais digna do que na rua mas, infelizmente, não com menos riscos. Quer fossem riscos de saúde, ou da exploração de que eram alvo às mãos de Marie-France que não as poupava da percentagem sobre os clientes que as "alugavam", e até aos atentados à sua segurança física, estas mulheres apenas escapavam à vida muito mais dura que a rua lhes poderia reservar.
Ao mesmo tempo, e sem ser excessivamente explícito, Apollonide consegue dar um perfeito retrato da sexualidade, sensualidade e desejo que rodeava a vida não só daquelas mulheres que o faziam apenas para resolver os inúmeros problemas financeiros de que eram vítimas numa época em que poucos direitos ou formas de subsistência tinham, mas principalmente dos homens que as procuravam. Se uns as procuravam para obter algum tipo de companhia, a verdade é que a maioria as desejava carnalmente e como forma de se deixarem levar pela imaginação e concretização de desejos menos próprios ou convencionais que, ocasionalmente, resultavam em atrocidades incompreensíveis e inimagináveis para "pessoas de bem" como se auto-denominavam perante a sociedade.
Cru ao ponto de mostrar a realidade da vida através dos problemas que afectam intemporalmente todas as épocas, nomeadamente o que diz respeito ao dinheiro e à sobrevivência que dele depende, à beleza (ou falta dela), higiene e doenças sexualmente transmissíveis, este filme quase consegue ser um registo documental de uma época que se desenrola em 1900 mas que poderia facilmente ser neste início de século XXI bastando apenas contextualizá-lo através de um guarda-roupa (aqui vencedor de César), aos nossos dias. Exemplo disto estão os momentos finais onde somos imediatamente transportados entre estas duas épocas e onde constatamos que mudando o local e todos os hábitos se mantêm idênticos.
Com poucos momentos explícitos mas suficientemente intensos para nos dar um relato sobre alguns dos dramas mais intensos destas mulheres, este filme pode ser, por momentos, algo difícil de seguir pela seu ritmo mais lento mas que, por ser eficaz e visualmente rico tanto pelo seu já referido guarda-roupa como principalmente pelos intensos relatos que estas mulheres fazem das suas próprias vidas, este Apollonide é um filme que retrata a condição humana e o quão alto, ou baixo, ela pode atingir.
Sentido mas bruto e intenso não deixa de ser um relato descritivo de como uma vida pode ser marcada, e marcante, perante o mundo ou a sociedade que não esquecendo o indivíduo pode ser-lhe, no entanto, bastante cruel e que é interpretado por um conjunto de actrizes que assumem para si as vidas destas mulheres.
Pode não ser um filme apelativo para a maioria das pessoas mas aqueles que se deixem levar pela curiosidade serão seguramente seduzidos pelos seus encantos.
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7 / 10
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terça-feira, 13 de março de 2012

Love Sick (2011)

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Love Sick de Kevin Lacy é uma divertida curta-metragem romântica que não se deve perder. Com uma história simples também da autoria de Lacy, e com uma interpretação muito bem conseguida de Joshua Cameron, ela funciona na perfeição e consegue rapidamente conquistar a nossa atenção.
O amor, ou mais concretamente a falta dele, conseguem realmente tornar alguns "doentes". E é esta "doença" que, quando forte demais, consegue levar qualquer um a um conjunto de aventuras que normalmente nem sonhá-las. Imperdível.
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7 / 10
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segunda-feira, 12 de março de 2012

Florbela... banner de um magnífico filme

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É com bastante emoção que vejo um banner de Florbela, um filme brilhante e simplesmente arrebatador com uma referência ao CinEuphoria.
São estas grandes surpresas que me deixam muito contente com este trabalho apaixonante pelo cinema, e nada melhor do que o considerar o presente pelo terceiro ano de existência.
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CORRAM aos cinemas para ver Florbela de Vicente Alves do Ó.
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Warriors of Terra (2006)

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Mutação Assassina de Robert Wilson que dentro do género fantástico tem poucos elementos que o conseguem destacar, centra a sua história num grupo de activistas pelos direitos dos animais que invade umas instalações secretas onde supostamente são feitas experiências aos mesmos.
Mas como nem tudo o que parece é, longe estavam de imaginar qual a verdadeira natureza das experiências que naqueles subterrâneos eram efectuadas e claro, o perigo que iriam correr por se meterem em locais que são controlados pelo governo.
Esta pequena e simples sinopse já antevê praticamente todo o filme bem como o seu desfecho. Todas as premissas estão lá, desde o enredo já conhecido até às personagens completamente estereotipadas que tantos filmes do género já nos habituaram vezes sem conta. As experiências governamentais ultra-secretas em subterrâneos escondidos através de fachadas de empresas mais ou menos "credíveis" (que na prática nunca o são) bem como os militantes pelos direitos ou defesa de uma qualquer causa que escondem sempre uma ovelha que não é nem branca nem negra e que defende nada mais do que os seus próprios interesses, sem referir claro, a pseudo-vítima (normalmente feminina) que acaba por dar conta de todos os militares preparados nos mais perigosos cenários de guerra e de onde poucos, se é que algum, consegue escapar mais ou menos ileso.
Tudo neste filme está, de facto, visto. Até mesmo as suas personagens que, mudando os cenários e algumas situações, poderiam ser as mesmas de tantos outros filmes do género e que quase repetem ao detalhe os mesmos movimentos de filme em filme. Realmente tudo já visto sem nada de novo.
Dito isto, e à excepção de um ou outro momento mais conseguido e de alguma qualidade(zinha) no que diz respeito à caracterização de alguns dos actores, este filme mais não é do que um entretenimento momentâneo que facilmente esquecemos alguns minutos depois dos créditos finais. Distrai, sem provocar sustos ou tensão de maior e, sem nunca chegar a aquecer, estamos no seu final.
Filme de "sextas de terror" e que não deixa marca nenhuma que possamos considerar nem nova nem consistente, limitando-se a ser mais um entre tantos. Para os interessados em ver o trailer... aqui fica ele.
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3 / 10
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domingo, 11 de março de 2012

Sex and the Matrix (2000)

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Sexo e o Matrix de Joel Gallen é uma pequena curta-metragem de comédia feita para os prémio MTV do ano 2000, altura em que tanto a série Sexo e a Cidade como a saga Matrix estava no auge da sua popularidade.
Numa divertida junção de elementos tanto de um como de outro esta curta resulta pelos momentos de paródia e bom humor que consegue criar e divertir qualquer um, principalmente aos fãs tanto da série como da trilogia.
Simples, divertida e bem pensada vale a pena ser vista.
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10 / 10
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CinEuphoria... terceiro aniversário!

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Terceiro aniversário... muitos filmes passados... muitos mais virão.
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Obrigado a todos os que têm contribuído para esta bonita viagem.
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sábado, 10 de março de 2012

Solaris (2002)

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Solaris de Steven Soderbergh que conta com a participação de George Clooney, Natasha McElhone, Viola Davis, Jeremy Davies e Ulrich Tukur.
Quando Gibarian (Tukur) envia uma mensagem para Chris (Clooney) a partir da estação orbital onde se encontra sobre os estranhos acontecimentos que ali se desenrolam, este estaria longe de imaginar o que ali iria encontrar.
Quando chega à estação orbital junto do planeta Solaris, Chris já sabe do suicídio de Gibarian e que ali só se encontram dois passageiros... ou talvez alguns mais! De onde terão surgido os novas habitantes daquela estação e o que estarão eles ali a fazer?
Para além das interpretações do conjunto de actores que achei coerentes mas pouco expressivas dado o contexto em que as suas personagens "viviam", aquilo que mais apreciei neste filme foi o seu argumento que pressupõe a hipótese de uma certa redenção com um passado mal resolvido. A hipótese de esclareer certos assuntos com aqueles que já não se encontram junto de nós.
No entanto, ao mesmo tempo não nos é dado nenhum feedback sobre se este aspecto se deve realmente à presença junto daquele estranho planeta ou se é uma qualquer paranóia, inicialmente individual mas que depois se torna colectiva, devido ao isolamento sentido por aqueles tripulantes. Talvez mesmo a vontade sentida por alguns de voltar atrás no tempo e reencontrar aqueles que perdeu e resolver todos os assuntos que ficaram por resolver com a sua súbita partida.
Independentemente dos misticismos que também equacionam a hipótese das energias e dos espíritos, o principal para mim sobre este filme é mesmo o facto de no nosso subconsciente sentirmos a necessidade e, mais que isso, a vontade de reencontrar aqueles que perdemos e com quem sentimos a necessidade de ter algumas últimas breves palavras e saber os "porquês" do passado.
É neste sentido que as próprias personagens, e por sua vez as interpretações dos actores, se regulam. Quanto maior a necessidade de fechar feridas do passado, mais a vontade, e por sua vez também a presença daqueles que partiram, se afirma no seguimento do filme. Daí que a personagem interpretada por Clooney seja aquela que mais desesperadamente repudia e reclama a presença da sua falecida mulher, enquanto que a interpretada por Viola Davis seja uma acérrima defensora da extinção daquelas mesmas aparições. A ciência (Davis) em oposição à fé (Clooney).
Este filme consegue atingir aspectos interessantes, se bem que breves, e não sendo a obra maior de Soderberg, não deixa de ser uma abordagem interessante ao tema da vida para além da morte e da materialização, ou não, da energia que se afirma ser perdida pelo corpo no momento da sua morte. Para onde irá... existirá na realidade...? Existirá Deus? Será o Amor a força mais poderosa de todas? Tantas questões que, a certo ponto, acabam por surgir na nossa mente.
Interessante sem ser brilhante é daqueles filmes que ou se ama ou se odeia. Eu fiquei-me a meio caminho entre ambos... não o consigo definir como uma obra excelente mas, ao mesmo tempo, também não me consigo distanciar dele e achá-lo fraco, acabando por achar que em certos tópicos foi um precedente, menos bem conseguido, do magnífico Árvore da Vida em muitos aspectos.
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5 / 10
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sexta-feira, 9 de março de 2012

Far Cry (2008)

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Far Cry - O Filme de Uwe Boll adaptação cinematográfica de um dos videojogos mais vendidos e que tem essa lenda de "mau" cinema a realizá-lo, conta com Til Schweiger como o seu actor principal.
Após começar uma investigação sobre experiências genéticas em humanos numa instalação militar ultra-secreta, Valerie (Emmanuelle Vaugier) uma repórter com um tio nessas instalações, decide fazer uma pequena visita turística às mesmas de forma a poder investigar in loco o que por ali se passa.
No entanto, mal sabia ela que o seu tio já era também alvo dessas mesmas experiências e que ela própria iria passar um mau bocado em nome do apuramento da verdade. Mas, como nem tudo é mau, não só ela recebe a ajudar de Jack (Schweiger) como também se apaixona por ele naquele que será um pequeno périplo de flirt ao mesmo tempo em que tentam escapar da morte "certa".
Típico filme desse mestre do cinema chungoso (não há outra forma possível de dizê-lo), mas do qual todos nós gostamos, independentemente da veemência com que tentemos negá-lo. Desde que este filme passe pelas nossas mãos, é certo e sabido que o vamos ver.
Não só falando pela realização que alterna de situação em situação sem muitas vezes conseguir ter um sentido lógico (mas também neste tipo de filmes será que isso é necessário?), mas também pelo próprio argumento que quase se limita a "atirar à parede" um sem número de clichés e de momentos que quase se repetem de forma igual e aos quais já assistimos noutros tantos exemplares tão ou mais manhosos que este.
Das interpretações então quase nem vale a pena falar... Começando em Til Schweiger e terminando em Udo Kier, elas são do mais absurdas e sem qualquer nexo possível. Temos a jornalista curiosa (Vaugier), o cientista louco (Kier), o improvável (?) herói (Schweiger) e a militar cavalona de serviço (Natalia Avelon) e isto sem referir as eternas máquinas assassinas na sua maioria actores anónimos que devem ter também trabalhado na construção dos parcos cenários na sua maioria fábricas abandonadas e a carregar com pesos pesados no qual pouco mais seria necessário do que grunhir, algo que eles repetem muito bem em cena.
Não vou negar que este género filme me diverte principalmente pelo facto de serem tão maus, mas tãooo maus, que é impossível não simpatizar e de dizer que eles não nos divertem. É claro que não têm qualquer tipo de qualidade além de um sentimento de entretenimento masoquista que, na prática, constitui o único factor que pode levar alguém a ver este tipo de filme... Mas também não deixa de ser verdade que todos nós o temos e, por muito que se negue, todos sem excepção gostamos de ver estes filmes, mais que não seja para podermos de seguida gozar em alto e bom som com eles.
Tendo isto em consideração, este Far Cry vale a pena ver... mas que não se enganem pois este não é, nem de longe nem de perto, o filme da vida de alguém. Na realidade, será que dois dias depois alguém ainda se lembra dele?
Parabéns Uwe Boll... continuas na tua melhor forma.
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2 / 10
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Terror Trap (2010)

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Armadilha de Terror de Dan Garcia tinha aquilo que normalmente se antevê como um argumento que pode provocar alguns momentos de tensão mas tinha também dois elementos que deixam qualquer um ficar de pé atrás... Jeff Fahey e Michael Madsen no seu elenco.
Começando pelo filme propriamente dito... tudo se desenrola quando o casal Don (David James Elliott) e Nancy (Heather Marsden) após sofrerem um violento acidente numa estrada deserta, são encaminhados para um pequeno motel de estrada pelo polícia lá do sítio (Fahey).
É neste motel que o conflituoso casal a viver os seus problemas matrimoniais, deparam com alguns problemas com a vizinhança quando descobrem que o mesmo motel serve de local de diversão macabra onde todos os seus hóspedes são vítimas de violência por um grupo de mascarados. Será que alguém consegue sobreviver a esta difícil provação?
Depois de ver o filme posso facilmente responder a esta questão... Eu esperava muito honestamente que ninguém sobrevivesse. Não porque gosto de ver sangue a jorros por filmes, mas o que é certo é que quando as interpretações são más, mas tão más, que nada de bom delas se retira, o que é certo e eu admito, é que gosto de ver ser tudo limpo quase como se fosse uma razia.
Posso começar de imediato por falar do quão irritante foi a prestação da principal actriz Heather Marsden, que vive mais preocupada em ser irritante e proferir gritos estridentes através daqueles seus lábios carregadinhos de bótox do que propriamente no seu desempenho dramático (?) para bem do filme que se quer de suspense e tenso. Tensos só mesmo os nossos ouvidos que se fartam muito rapidamente de vê-la no ecrã e esperamos que algum dos mafiosos lá do sítio acabe com ela de vez.
E o mesmo serve para Jeff Fahey... ter o seu nome associado a um filme é motivo suficiente para dele suspeitar... Sim, há excepções como o caso de Silverado mas, regra geral, o seu nome é sinal de desastre garantido num filme. Aqui não foi excepção.
E claro seria impossível esquecer Michael Madsen na sua fase pós-decadente onde não só confirma ser uma presença perfeitamente dispensável no filme como (sobre)vive de clichés ultra-utilizados que nem só não lhe dão graça como comprovam ser um "has been" do cinema.
Se alguém já viu este filme (poupem-se), não acharam tão absurdo e dispensável o grupo de mânfios que se encontravam por detrás do espelho constantemente a lamber os lábios e em suaves gemidos à medida que viam o sofrimento das vítimas... pobre, muito pobre e não chega nem de perto ao mais fraco da saga Saw.
Tudo o resto além de ser completamente previsível, sem "sal" ou qualquer graça, não provoca qualquer tipo de tensão ou suspense e acaba da forma mais absurda, descontextualizada e sem nexo de que poderia haver memória.
Além dos poucos momentos "cómicos" que o filme consegue (?) provocar, o absurdo é tanto que não há qualquer possível salvação para o filme mas, ainda assim, aos corajosos recomendo... pode ser que se divirtam tão pouco como eu. Se existe um filme dispensável... este é um desses.
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2 / 10
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