Triângulo de Paixão de Alan Brown é uma longa-metragem norte-americana que despertou a minha curiosidade por contar numa das interpretações principais com Simon Baker, actor que protagoniza a série The Mentalist, que costumo acompanhar.
David (Baker) e Elaine (Frances O'Connor) são um jovem casal apaixonado que vivem a sua vida descontraidamente. Um dia conhecem Chet (Gregory Smith), um jovem adolescente com quem estabelecem uma amizade.
Esta amizade ganha novos contornos quando Chet começa insistentemente a insinuar-se a Elaine que aos poucos se deixa levar pelos encantos do mesmo e com quem estabelece uma ocasional relação sexual.
Se Alan Brown escreve um argumento que até poderia ter algum potencial enquanto história sobre um adolescente emocionalmente problemático que se deixa levar pelos apelativos encantos daqueles que parecem ter algo que ele nunca teve, nomeadamente amor, atenção e afecto ainda que todos eles expressos de forma pouco conveniente, não é menos verdade que este filme se mostra desde os primeiros instantes como algo débil e tecnicamente pouco apelativo.
Começando por aquilo que é evidentes, as filmagens de Book of Love remetem-nos para um imaginário quase decadente da década de 70 (não o sendo), não só pela forma como todo o ambiente é retratado como também pela ideia de um amor livre e onde todos podem facilmente envolver-se com o primeiro, ou primeira, que lhe parece sexualmente interessado. Esquecendo as debilidades que a própria filmagem apresenta, se a isto juntarmos uma edição que parece colar todos os segmentos de forma irracional onde um momento parece justificar o anterior e abrir declaradamente aos instantes seguintes, então temos aquilo que parece uma novela mal pensada e estruturado cujo único propósito é insinuar uma relação que de platónica já nada tem.
Depois de percebermos que tecnicamente este filme é uma nulidade pegada, ao ponto de acharmos que estamos a assistir a diversas curtas-metragens dentro de algo que pretende ser uma longa, eis que deparamos com um conjunto de actores que, também eles, não sabem muito bem o que fazer com as personagens a que pretendem dar vida. Simon Baker é apagado no seu "David" que apenas parece mostrar alguma emoção quando o "próprio" não sabe para que lugar se virar com a traição da sua mulher. Esta, numa interpretação porno-erótica de Frances O'Connor está declaradamente desde o primeiro instante a provocar o jovem "Chet" que, rendido aos encantos de uma mulher mais velha, se deixa levar com pedaços de gelado a serem devorados como se se estivesse a iniciar um qualquer acto num filme erótico de segunda categoria.
Quanto a Gregory Smith, que parece ser o único a ter real intenção de criar uma personagem, perde-se pelo meio da sua adolescência pouco resolvida e da sua aparente inserção numa idade adulta onde o próprio tem sonhos a mais e formas de os concretizar a menos, e tão depressa lhe garantem o mundo através de um amor que é impossível como de seguida lhe dizem "desculpa lá mas não".
Com um conjunto de personagens que estão para lá de perdidas no seu próprio mundo e ambiente, Book of Love é assim um manto de retalhos, todos eles mais cortados e relatados, que nunca se chega a assumir nem como drama, nem como filme de auto-descoberta e tão pouco como drama erótico que timidamente tentou ser.
Já bem perto do final, e quando pensamos que todo o mal está feito, sentimos o quanto podemos estar enganados ao sermos levados para o Cambodja, que pode ser ali na Baixa da Banheira pois na prática.... "who cares", local esse que foi revelado por Baker e O'Connor como o local onde se "encontraram espiritualmente", e onde o jovem já não tão jovem se encontra (imagine-se a coincidência) com "Heather" (Bryce Dallas Howard), ex-aluna de "David" e que também teve por ele uma paixoneta não concretizada.
É aqui, felizmente já bem perto do final de algo que quase parece inenarrável, que pensamos que o mundo é pequeno... muito pequeno. Não necessariamente para possibilitar que todos nos "encontremos", mas sim para perceber que filmes destes são obras (se assim lhe conseguirmos chamar) que nunca deveriam ter visto a luz do dia... que mais prejudicam do que beneficiam as carreiras daqueles que nela trabalharam e que felizmente são filmes que nunca tiveram (espero) grande divulgação.
O mais positivo (se assim se quiser) que este filme tem é que cedo percebemos a sua grande falta de qualidade e, como tal, mais vale a pena olhá-lo como uma peça mal feita que diverte (pouco), do que propriamente algo que queremos levar a sério... afinal, nem quem o fez deve tê-lo visto dessa forma.
.Se Alan Brown escreve um argumento que até poderia ter algum potencial enquanto história sobre um adolescente emocionalmente problemático que se deixa levar pelos apelativos encantos daqueles que parecem ter algo que ele nunca teve, nomeadamente amor, atenção e afecto ainda que todos eles expressos de forma pouco conveniente, não é menos verdade que este filme se mostra desde os primeiros instantes como algo débil e tecnicamente pouco apelativo.
Começando por aquilo que é evidentes, as filmagens de Book of Love remetem-nos para um imaginário quase decadente da década de 70 (não o sendo), não só pela forma como todo o ambiente é retratado como também pela ideia de um amor livre e onde todos podem facilmente envolver-se com o primeiro, ou primeira, que lhe parece sexualmente interessado. Esquecendo as debilidades que a própria filmagem apresenta, se a isto juntarmos uma edição que parece colar todos os segmentos de forma irracional onde um momento parece justificar o anterior e abrir declaradamente aos instantes seguintes, então temos aquilo que parece uma novela mal pensada e estruturado cujo único propósito é insinuar uma relação que de platónica já nada tem.
Depois de percebermos que tecnicamente este filme é uma nulidade pegada, ao ponto de acharmos que estamos a assistir a diversas curtas-metragens dentro de algo que pretende ser uma longa, eis que deparamos com um conjunto de actores que, também eles, não sabem muito bem o que fazer com as personagens a que pretendem dar vida. Simon Baker é apagado no seu "David" que apenas parece mostrar alguma emoção quando o "próprio" não sabe para que lugar se virar com a traição da sua mulher. Esta, numa interpretação porno-erótica de Frances O'Connor está declaradamente desde o primeiro instante a provocar o jovem "Chet" que, rendido aos encantos de uma mulher mais velha, se deixa levar com pedaços de gelado a serem devorados como se se estivesse a iniciar um qualquer acto num filme erótico de segunda categoria.
Quanto a Gregory Smith, que parece ser o único a ter real intenção de criar uma personagem, perde-se pelo meio da sua adolescência pouco resolvida e da sua aparente inserção numa idade adulta onde o próprio tem sonhos a mais e formas de os concretizar a menos, e tão depressa lhe garantem o mundo através de um amor que é impossível como de seguida lhe dizem "desculpa lá mas não".
Com um conjunto de personagens que estão para lá de perdidas no seu próprio mundo e ambiente, Book of Love é assim um manto de retalhos, todos eles mais cortados e relatados, que nunca se chega a assumir nem como drama, nem como filme de auto-descoberta e tão pouco como drama erótico que timidamente tentou ser.
Já bem perto do final, e quando pensamos que todo o mal está feito, sentimos o quanto podemos estar enganados ao sermos levados para o Cambodja, que pode ser ali na Baixa da Banheira pois na prática.... "who cares", local esse que foi revelado por Baker e O'Connor como o local onde se "encontraram espiritualmente", e onde o jovem já não tão jovem se encontra (imagine-se a coincidência) com "Heather" (Bryce Dallas Howard), ex-aluna de "David" e que também teve por ele uma paixoneta não concretizada.
É aqui, felizmente já bem perto do final de algo que quase parece inenarrável, que pensamos que o mundo é pequeno... muito pequeno. Não necessariamente para possibilitar que todos nos "encontremos", mas sim para perceber que filmes destes são obras (se assim lhe conseguirmos chamar) que nunca deveriam ter visto a luz do dia... que mais prejudicam do que beneficiam as carreiras daqueles que nela trabalharam e que felizmente são filmes que nunca tiveram (espero) grande divulgação.
O mais positivo (se assim se quiser) que este filme tem é que cedo percebemos a sua grande falta de qualidade e, como tal, mais vale a pena olhá-lo como uma peça mal feita que diverte (pouco), do que propriamente algo que queremos levar a sério... afinal, nem quem o fez deve tê-lo visto dessa forma.
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Vc disse tudo cara
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