Nota Mi de Alek Lean é uma curta-metragem experimental brasileira que conclui a trilogia sobre a obsessão.
Miriam (Luana Dhignato) é uma cantora cuja carreira fora interrompida pela ordem e vontade de Pedro (Rycher Juan), o seu marido. Miriam tem apenas uma obsessão... escutar música como escape para a sua solidão enquanto que algures pela cidade Maria (Rose Rodrigues) exibe sinais de uma espiral descendente na sua auto-estima.
Numa conclusão que supera os dois títulos anteriores - Tormenta (2014) e Rewind (2014) - Nota Mi consegue sair bem sucedido desse estudo experimental sobre a obsessão... sobre a loucura e sobre a espiral de decadência a que as suas personagens se auto-vinculam. Inicialmente o espectador é apresentado a "Miriam", uma mulher amordaçada a um casamento onde não tem voz e para o qual se viu obrigada a abandonar a sua grande paixão pela música. Música que a acompanha nos seus silêncios solitários mas que se vê obrigada a suplantar sempre que se encontra na companhia de um violento marido - interpretado por Rycher Juan - para o qual ela deve ser submissa e abdicar da sua própria vontade.
Da submissa "Miriam", o espectador passa para os segmentos de "Maria" (Rose Rodrigues que já havíamos acompanhado na primeira toma desta trilogia), uma mulher que vive atormentada com a sua própria imagem que - no seu olhar - decai de momento para momento vivendo, dessa forma, atormentada não com aquilo que o espelho lhe revela mas sim com o que a sua mente lhe permitir "ver". A obsessão sempre presente - de "Miriam" pela sua arte, de "Maria" pelo seu aspecto e de "Pedro" por um comportamento mais violento - fá-los descer a uma zona muito próxima da loucura onde co-habitam rumo a uma degradação que chega lentamente e que não só as isola como as impede de dela sair.
Seguramente o título mais forte e mais inteligentemente construído da trilogia sobre a obsessão, Nota Mi é a curta-metragem que serve - deveria servir - como o ponto de suporte de todo este conjunto de filmes curtos não só pelas personagens que revelam todo o seu negro interior mas também por conseguir construir uma estrutura narrativa que as expõe - ao espectador e a si próprias - sem reservas, medos ou subterfúgios.
Numa conclusão que supera os dois títulos anteriores - Tormenta (2014) e Rewind (2014) - Nota Mi consegue sair bem sucedido desse estudo experimental sobre a obsessão... sobre a loucura e sobre a espiral de decadência a que as suas personagens se auto-vinculam. Inicialmente o espectador é apresentado a "Miriam", uma mulher amordaçada a um casamento onde não tem voz e para o qual se viu obrigada a abandonar a sua grande paixão pela música. Música que a acompanha nos seus silêncios solitários mas que se vê obrigada a suplantar sempre que se encontra na companhia de um violento marido - interpretado por Rycher Juan - para o qual ela deve ser submissa e abdicar da sua própria vontade.
Da submissa "Miriam", o espectador passa para os segmentos de "Maria" (Rose Rodrigues que já havíamos acompanhado na primeira toma desta trilogia), uma mulher que vive atormentada com a sua própria imagem que - no seu olhar - decai de momento para momento vivendo, dessa forma, atormentada não com aquilo que o espelho lhe revela mas sim com o que a sua mente lhe permitir "ver". A obsessão sempre presente - de "Miriam" pela sua arte, de "Maria" pelo seu aspecto e de "Pedro" por um comportamento mais violento - fá-los descer a uma zona muito próxima da loucura onde co-habitam rumo a uma degradação que chega lentamente e que não só as isola como as impede de dela sair.
Seguramente o título mais forte e mais inteligentemente construído da trilogia sobre a obsessão, Nota Mi é a curta-metragem que serve - deveria servir - como o ponto de suporte de todo este conjunto de filmes curtos não só pelas personagens que revelam todo o seu negro interior mas também por conseguir construir uma estrutura narrativa que as expõe - ao espectador e a si próprias - sem reservas, medos ou subterfúgios.
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