30 Minutos con Laura de Juanjo Haro é uma curta-metragem espanhola de ficção presente na secção Cantábria da oitava edição do Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción a decorrer até ao próximo dia 13 de Maio na Cantábria, em Espanha.
Laura (Laura Heredero) tem uma vida complicada... e agora um novo homem (Javier Uriarte) entrou na sua vida. Irá Laura sair desta sua aparente existência?
Juanjo Haro cria com este genial argumento aquilo que todo e qualquer espectador anseia numa história, ou seja, a capacidade de não ter nenhuma margem de desatenção que lhe permita sequer olhar para o lado. Sim... estamos perante uma daquelas histórias que pedem - e até exigem - que durante os seus mais ou menos breves instantes detenham o espectador como seu refém.
Inicialmente o espectador pensa que está perante uma qualquer banal história mais ou menos romântica que o vá distrair durante uns quantos minutos. No entanto, aquilo que 30 Minutos con Laura lhe confere é algo que vai bem mais longe do que os referidos trinta minutos que se supõe ir durar a acção deste conto moderno. Aqui, acompanhamos um conto sobre a memória... A memória de uma mulher sobre os seus espaços do passado, sobre as suas histórias e sobre as recordações que guarda de uma vida mais ou menos feliz... mais ou menos atribulada mas que, percebemos, mais não é do que um pequeno lugar da sua já extensa memória. Mas, no entanto, e se essa memória escondesse por detrás da sua componente idílica algo mais do que a positividade de uma relação tida até então? O que aconteceria se, por detrás de todos os acontecimentos de uma vida, se escondesse algo mais negro e terminal que agora já não lhe pertencem. No fundo, e se agora depois de toda uma vida com um significado inabalável se escondesse toda uma história de traição, ciúme, paixão e loucura que têm - como tudo na vida - as suas consequências mais ou menos imediatas e que estão prestes a ser cobradas?
Desta forma "Laura" (Heredero) e "Ele" (Uriarte) encontram-se num restaurante. Não são aquilo que inicialmente poderíamos imaginar nem tão pouco um casual encontro que se proporcionou através dessa casualidade ou tão pouco fruto de uma qualquer rede social onde tantos encontram o seu escape para uma nova "vida social". Não... em 30 Minutos con Laura aquilo que o realizador e argumentista Juanjo Haro nos revelam é uma surpreendente história onde não só todos os pequenos detalhes têm uma importância inquestionável para a resolução de um conto impossível como também os desempenhos dos seus actores conferem - depois de descoberta toda a verdade por detrás das suas acções - toda uma nova dinâmica que destroem a tal "zona de conforto" do espectador mais preparado para resistir à surpresa.
No final, onde tudo é entretanto percebido pelo espectador, aquilo que lhe resta compreender e acompanhar é, não o percurso de uma "Laura" entretanto encaminhada para a sua nova realidade mas sim o trajecto já passado, mas recente, d'"Ele" enquanto aquele que mais directamente privou com esta mulher e a compreendeu nas suas limitações imediatas... Acompanhamos os seus instantes... os seus pensamentos que, como desabafos, nos empurram para um destino final relativamente inesperado mas igualmente surpreendente e, m pouco menos de dez minutos, compreendemos toda uma vida de "Laura"... as suas aspirações, as suas paixões mas sobretudo a sua compreensão daquele preciso momento em que reage à ideia desse tudo agora perdido.
Raras são as ocasiões em que um filme consegue de forma engenhosa e brilhante surpreender com os seus twists finais e conferir todo um novo significado a um filme que o espectador já tinha assumido como "garantido". No entanto, 30 Minutos con Laura consegue não só prender o espectador ao banco da sala de cinema como especialmente dinamizar toda uma história com a irreverência de alguém que sabe fazer bom cinema, cativar o seu público e sobretudo não se deixar inibir pelas ideias assumidas do espectador sobre uma história que surpreende até ao último instante. Aqui não estamos simplesmente a ver um filme... pelo contrário... aqui estamos a assistir a uma obra de arte em formato curto e a um dos mais brilhantes, enigmáticos e assumidamente surpreendentes filmes dos últimos tempos que consegue ainda ter duas intensas e bem estruturadas interpretações que se complementam na descoberta do um aparente impossível.
Bravo! Two thumbs up!
.Laura (Laura Heredero) tem uma vida complicada... e agora um novo homem (Javier Uriarte) entrou na sua vida. Irá Laura sair desta sua aparente existência?
Juanjo Haro cria com este genial argumento aquilo que todo e qualquer espectador anseia numa história, ou seja, a capacidade de não ter nenhuma margem de desatenção que lhe permita sequer olhar para o lado. Sim... estamos perante uma daquelas histórias que pedem - e até exigem - que durante os seus mais ou menos breves instantes detenham o espectador como seu refém.
Inicialmente o espectador pensa que está perante uma qualquer banal história mais ou menos romântica que o vá distrair durante uns quantos minutos. No entanto, aquilo que 30 Minutos con Laura lhe confere é algo que vai bem mais longe do que os referidos trinta minutos que se supõe ir durar a acção deste conto moderno. Aqui, acompanhamos um conto sobre a memória... A memória de uma mulher sobre os seus espaços do passado, sobre as suas histórias e sobre as recordações que guarda de uma vida mais ou menos feliz... mais ou menos atribulada mas que, percebemos, mais não é do que um pequeno lugar da sua já extensa memória. Mas, no entanto, e se essa memória escondesse por detrás da sua componente idílica algo mais do que a positividade de uma relação tida até então? O que aconteceria se, por detrás de todos os acontecimentos de uma vida, se escondesse algo mais negro e terminal que agora já não lhe pertencem. No fundo, e se agora depois de toda uma vida com um significado inabalável se escondesse toda uma história de traição, ciúme, paixão e loucura que têm - como tudo na vida - as suas consequências mais ou menos imediatas e que estão prestes a ser cobradas?
Desta forma "Laura" (Heredero) e "Ele" (Uriarte) encontram-se num restaurante. Não são aquilo que inicialmente poderíamos imaginar nem tão pouco um casual encontro que se proporcionou através dessa casualidade ou tão pouco fruto de uma qualquer rede social onde tantos encontram o seu escape para uma nova "vida social". Não... em 30 Minutos con Laura aquilo que o realizador e argumentista Juanjo Haro nos revelam é uma surpreendente história onde não só todos os pequenos detalhes têm uma importância inquestionável para a resolução de um conto impossível como também os desempenhos dos seus actores conferem - depois de descoberta toda a verdade por detrás das suas acções - toda uma nova dinâmica que destroem a tal "zona de conforto" do espectador mais preparado para resistir à surpresa.
No final, onde tudo é entretanto percebido pelo espectador, aquilo que lhe resta compreender e acompanhar é, não o percurso de uma "Laura" entretanto encaminhada para a sua nova realidade mas sim o trajecto já passado, mas recente, d'"Ele" enquanto aquele que mais directamente privou com esta mulher e a compreendeu nas suas limitações imediatas... Acompanhamos os seus instantes... os seus pensamentos que, como desabafos, nos empurram para um destino final relativamente inesperado mas igualmente surpreendente e, m pouco menos de dez minutos, compreendemos toda uma vida de "Laura"... as suas aspirações, as suas paixões mas sobretudo a sua compreensão daquele preciso momento em que reage à ideia desse tudo agora perdido.
Raras são as ocasiões em que um filme consegue de forma engenhosa e brilhante surpreender com os seus twists finais e conferir todo um novo significado a um filme que o espectador já tinha assumido como "garantido". No entanto, 30 Minutos con Laura consegue não só prender o espectador ao banco da sala de cinema como especialmente dinamizar toda uma história com a irreverência de alguém que sabe fazer bom cinema, cativar o seu público e sobretudo não se deixar inibir pelas ideias assumidas do espectador sobre uma história que surpreende até ao último instante. Aqui não estamos simplesmente a ver um filme... pelo contrário... aqui estamos a assistir a uma obra de arte em formato curto e a um dos mais brilhantes, enigmáticos e assumidamente surpreendentes filmes dos últimos tempos que consegue ainda ter duas intensas e bem estruturadas interpretações que se complementam na descoberta do um aparente impossível.
Bravo! Two thumbs up!
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