quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tenebre (1982)

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Tenebre de Dario Argento é mais um filme do mestre do terror italiano que nos transporta para o seu universo muito próprio e sempre recheado de muito gore quase a roçar o macabro.
Peter Neal (Anthony Franciosa) é um escritor norte-americano em Roma que descobre que as histórias e os crimes contados nas suas obras são postos em prática numa série de hediondos assassinatos. Quem estará por detrás dos crimes? Será Peter um cumplice?
Num conjunto de reviravoltas e subterfúgios que parecem não ter fim, este Tenebre é um filme desconcertante e que nos deixa por várias ocasiões incomodados por não conseguirmos perceber quem estará por detrás de todos os crimes, cada um mais gore que o anterior, e que povoam toda a narrativa.
Dario Argente, que é de facto mestre, tem o seu universo muito próprio. Tudo é meticulosamente estudado e apresentado para inicialmente nos criar alguma desconfiança com tudo aquilo que nos rodeia e aos poucos nos deixarmos levar pela história sem sequer percebermos de onde virá, afinal, o verdadeiro criminoso. Será alguém com quem simpatizamos? Será alguém que achamos completamente impossível? Quem será? Tudo, será respondido no final após inúmeras reviravoltas que a meio gás nos deixam a desconfiar de tudo aquilo que respire.
As personagens criadas por Argento, e por sua vez os actores que lhes dão tanto o corpo como a alma, são tão ou mais sinistras do que a história propriamente dita. É mais que evidente o desconforto que elas nos colocam enquanto assistimos ao filme e percebemos facilmente que "ali há algo"... sendo que esse "ali" não consiste apenas na personagem em si mas também em tudo o que faz, diz ou aparenta pensar. Chegamos a um dado momento em que todos são suspeito. Todos podem ser a mente do crime ou com ela pactuar. A esquizofrenia provocada por elas é um factor presente. Aqui ela tem vida própria.
A surpresa, e o incómodo, permanecem no final quando finalmente percebemos tudo o que se passou. Permanecem algumas dúvidas e incertezas mas ficamos convencidos com o resultado. É o universo Argento no seu melhor.
Por vezes inquietante... por vezes perturbador... o que é certo é que somos incapazes de lhe ficar indiferentes e reconhecemos que Argento é de facto um mestre e sem medo de causar quer repulsa quer fascínio com as imagens perturbadoras que nos entrega.
Para os fãs do género este é, sem qualquer réstia de dúvida, um filme a ver.
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6 / 10
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