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A Balada de Jack & Rose de Rebecca Miller conta com as interpretações principais de Daniel Day-Lewis, Catherine Keener e Camila Belle.
Jack (Day-Lewis) vive com Rose (Belle) a sua filha, numa pequena ilha que em tempos albergou uma comunidade hippie. A relação que Jack e Rose têm para com a terra onde habitam é de total dedicação, mesmo quando esta sofre a ameaça de uma nova urbanização que irá trazer novos habitantes que em nada partilham o espírito que outrora existira.
Mas não só a relação com a terra parece estar ameaçada. Jack que sofre de uma doença terminal teme pelas condições em que a sua filha poderá ficar quando ele partir e como tal tenta encontrar uma mulher que cuide dela. No entanto, os ciúmes de Rose irão falar mais alto e mostrar um lado oculto na relação entre pai e filha.
Como fã de Daniel Day-Lewis e do seu mais que provado talento interpretativo, qualquer filme em que seja anunciada a sua participação é logo alvo da minha atenção. No entanto aqui confesso que me deixou francamente desapontado. Nesta sua interpretação em que divide o protagonismo com a jovem Camilla Belle, sabemos logo de antemão que algo de muito estranho esconde aquela proximidade entre pai e filha. Percebemos que ali há algo mais para contar do que apenas o que nos é inicialmente revelado.
Dito isto, é óbvio que queremos perceber o que realmente existe entre ambos mas, ao mesmo tempo, à medida que a acção decorre torna-se clara e evidente a falta de química que existe entre os dois actores bem como até nas próprias personagens que interpretam. Falta-lhes tanto de "fogo" como de dramatismo que corrobore as suas atitudes e acções tornando-se, por vários momentos, meras peças decorativas ao longo do filme.
E o mesmo poderei dizer de Catherine Keener que em tantos e tantos desempenhos como actriz secundária, ou de suporte à trama principal, consegue chegar a "roubar" a própria atenção aos protagonistas tem aqui uma intepretação também ela apagada que não consegue convencer nenhum de nós sendo que, no entanto, consegue com a sua personagem interesseira e oportunista ser uma das mais convincentes e agradáveis de toda a disfuncionalidade da história.
Por muito prometedor que seja, este filme assume-se na maior parte do tempo desinteressante. Mesmo na abordagem à relação incestuosa que une pai e filha, que levemente assume, este filme torna-se num entediante relato do final de vida de um homem que em tempos liderou uma comunidade e que tudo teve mas que, com o passar dos anos, se tornou num ícone esquecido de um movimento libertário ecologista que pretendia uma vida em comunidade e onde a entre-ajuda era o mote principal das suas vidas. Alguém que desejava um mundo melhor mas que acabou por sucumbir aos pecados que aquele que repudiava assumia.
Entediante a maior parte do tempo, banal noutros tantos, este filme nunca consegue cumprir aquilo que poderia ter sido facilmente. É um filme sobre a decadência moral e existencial de um homem mas da qual poderia ter sido levada a extremos mais bem conseguidos e com personagens que não nos fossem indiferentes como estas são.
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.Jack (Day-Lewis) vive com Rose (Belle) a sua filha, numa pequena ilha que em tempos albergou uma comunidade hippie. A relação que Jack e Rose têm para com a terra onde habitam é de total dedicação, mesmo quando esta sofre a ameaça de uma nova urbanização que irá trazer novos habitantes que em nada partilham o espírito que outrora existira.
Mas não só a relação com a terra parece estar ameaçada. Jack que sofre de uma doença terminal teme pelas condições em que a sua filha poderá ficar quando ele partir e como tal tenta encontrar uma mulher que cuide dela. No entanto, os ciúmes de Rose irão falar mais alto e mostrar um lado oculto na relação entre pai e filha.
Como fã de Daniel Day-Lewis e do seu mais que provado talento interpretativo, qualquer filme em que seja anunciada a sua participação é logo alvo da minha atenção. No entanto aqui confesso que me deixou francamente desapontado. Nesta sua interpretação em que divide o protagonismo com a jovem Camilla Belle, sabemos logo de antemão que algo de muito estranho esconde aquela proximidade entre pai e filha. Percebemos que ali há algo mais para contar do que apenas o que nos é inicialmente revelado.
Dito isto, é óbvio que queremos perceber o que realmente existe entre ambos mas, ao mesmo tempo, à medida que a acção decorre torna-se clara e evidente a falta de química que existe entre os dois actores bem como até nas próprias personagens que interpretam. Falta-lhes tanto de "fogo" como de dramatismo que corrobore as suas atitudes e acções tornando-se, por vários momentos, meras peças decorativas ao longo do filme.
E o mesmo poderei dizer de Catherine Keener que em tantos e tantos desempenhos como actriz secundária, ou de suporte à trama principal, consegue chegar a "roubar" a própria atenção aos protagonistas tem aqui uma intepretação também ela apagada que não consegue convencer nenhum de nós sendo que, no entanto, consegue com a sua personagem interesseira e oportunista ser uma das mais convincentes e agradáveis de toda a disfuncionalidade da história.
Por muito prometedor que seja, este filme assume-se na maior parte do tempo desinteressante. Mesmo na abordagem à relação incestuosa que une pai e filha, que levemente assume, este filme torna-se num entediante relato do final de vida de um homem que em tempos liderou uma comunidade e que tudo teve mas que, com o passar dos anos, se tornou num ícone esquecido de um movimento libertário ecologista que pretendia uma vida em comunidade e onde a entre-ajuda era o mote principal das suas vidas. Alguém que desejava um mundo melhor mas que acabou por sucumbir aos pecados que aquele que repudiava assumia.
Entediante a maior parte do tempo, banal noutros tantos, este filme nunca consegue cumprir aquilo que poderia ter sido facilmente. É um filme sobre a decadência moral e existencial de um homem mas da qual poderia ter sido levada a extremos mais bem conseguidos e com personagens que não nos fossem indiferentes como estas são.
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4 / 10
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