Vandal de Hélier Cisterne é uma longa-metragem francesa que foi exibido na décima-quinta edição da Festa do Cinema Francês a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Chérif (Zinedine Benchenine), é um jovem rebelde de quinze anos que já teve a sua dose de problemas com a lei. Hélène (Marina Foïs), a sua mãe indecisa sobre o que fazer para que ele entre num rumo menos problemático envia-o para casa do tio Paul (Jean-Marc Barr) na esperança de que a vida fora da cidade lhe dê algum descanso.
No entanto a empatia natural com o seu primo Thomas (Emile Berling) leva-o para um submundo dos grafitters, e de um grafitti perfeito que pretende executar, e que poderá não lhe conferir o descanso que lhe estava destinado.
Esta primeira longa-metragem de Cisterne venceu o prémio Louis Delluc de Melhor Primeira-Obra e passa em Portugal pela segunda vez depois de ter estreado no IndieLisboa em Abril último. A história, muito ao estilo do típico filme norte-americano de uma juventude sem objectivos e normalmente com diversos problemas familiares acaba por não trazer nada de novo ao género para lá da ocasional tendência no filme francês de exibir a multiculturalidade do país como forma de espelhar a aceitação da mesma.
É talvez esta falta de uma base familiar estável - independentemente de ser ou não com dois pais e respectivos filhos em casa - que começa a reger os comportamentos desviantes de "Chérif", um jovem que não tendo um fundo propenso ao delito mas que acaba por se envolver em vários por não se encontrar com qualquer base ou referência paternal e que vê a vida da sua mãe a ser reconstruída. A questão que se coloca é simples... qual o seu lugar?
Como consequência da sua nova vida com novos membros da família, "Chérif" um escape directo numa arte considerada transgressora mas que é ao mesmo tempo fascinante pela potencial identidade - que lhe falta - que lhe consegue criar. Esta identificação é imediata e revê ali um objectivo para a sua vida, ainda que possa parecer distante por ser um "novato" na mesma, mas que ao mesmo tempo o faz sentir parte de um grupo, mesmo que abstracto por não ser fácil saber quem são os demais, mas que também lhe irá trazer a sua provação maior e aquela que pode não só definir toda a sua essência como principalmente o seu destino.
Vandal que exibe alguns dos elementos de La Haine - não sendo um seu natural sucessor - centra-se essencialmente na ruptura entre a família, a ordem, as liberdades e principalmente com a moral (ou sua falta) e que, de certa forma, definem a essência de cada um, tornando-se num filme promissor - muito graças à interpretação do jovem Zinedine Benchenine - mas que não se afirma pela sua durabilidade e resistência ao passar dos tempos.
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7 / 10
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