¿Quién es Libertad Lionetti?, de J.K. Álvarez é uma curta-metragem de ficção espanhola que situa o espectador no futuro ano de 2051 onde perante uma sala de aula extremamente ordenada e multicultural, alguns alunos revelam desconhecer o passado do planeta.
Quem foi Libertad Lionetti (Arianna Fortes)? Quem foi Sandy West (Ángel de Miguel)? Como foi que, em 2016, se iniciou a Terceira Guerra Mundial, aquela que opôs ciência e religião?
De anónimo par romântico a casal protagonista da maior revolução mundial, o romance que existia entre Sandy e Libertad estaria longe de fazer imaginar a importância que ambos teriam no mundo como em 2051 o conhecem... Mas, quem são estas duas tão importantes personagens que definiram a emergência de um novo mundo?
O argumento também da autoria de J.K. Álvarez para lá de se inserir o espectador numa dinâmica futurista onde a sociedade é o resultado da recuperação de uma guerra que opôs todas as mais básicas convicções da Humanidade quer na fé que sentiam ter que nos conhecimentos científicos que lhes garantiam uma maior proximidade com a realidade de "então".
Depois da desgraça que assolou a vida de "Sandy" e de "Libertad", ele tornou-se num pária dessa mesma sociedade. Num vulto fantasmagórico que passou a vaguear pela terra sem qualquer objectivo, propósito ou amor próprio afastado do mundo e de tudo aquilo que o mesmo representava. No entanto aquilo com o qual o espectador é aqui confrontado é com a hipótese de poder existir algo mais para lá da morte... Poderá existir uma nova vida com referências novas a partir de um momento que no passado "imediato" foi negativo? Poderá existir memória desse passado? Ou, mais importante ainda, poderá existir um futuro? Será a morte a última barreira... a última etapa? Ou será que para lá dessa mesma barreira existe uma possibilidade de existir uma continuidade que garanta a todos uma segunda oportunidade?
É com base nesta premissa que se desenvolve a guerra de todas as guerras. Aquela que abala todas as convicções fundamentais e que faz o Homem regredir à sua base opondo religião e ciência... opondo factos a mitos e dividindo uma sociedade que já se fazia sentir abalada por toda uma constante descrença - não esquecer que tudo isto é relatado numa sala de aula no histórico dia 11 de Setembro. Num mundo em que a morte pode ser travada ou até regredida, o que acontece se "Libertad" fôr, afinal a primeira de muitas pessoas que volta a viver colocando em causa tudo aquilo que se conheceu até então? É no reino das segundas oportunidades, que então todos desejam, uns confirmam e outros negam que a desgraça atinge proporções mundiais.
Apesar de Arianna Fortes encarnar a personagem que dá título e mote a toda esta curta-metragem é, no entanto, Ángel de Miguel que a agarra desde o primeiro instante inicialmente como o jovem apaixonado e que descobre ter todo o resto da vida à sua frente, que se desgraça pela perda do amor da sua vida e que finalmente o recupera tornando-se numa inesperadamente referência de uma revolução de mentes e principalmente da Humanidade.
Ainda que uma curta-metragem bem estruturada tanto a nível de argumento como das interpretações e de elementos técnicos como a sua montagem e fotografia, ¿Quién es Libertad Lionetti? deixa aquela quase "necessidade" de conhecer mais detalhes sobre o desenrolar do conflito e aquilo que sucedeu até chegarmos ao momento inicial onde a sociedade aparenta ser uma vez mais tranquila e ordeira. Em suma, o potencial para que ¿Quién es Libertad Lionetti? se torne um filme não tão curto existe... e certamente o espectador agradecia.
Ainda que uma curta-metragem bem estruturada tanto a nível de argumento como das interpretações e de elementos técnicos como a sua montagem e fotografia, ¿Quién es Libertad Lionetti? deixa aquela quase "necessidade" de conhecer mais detalhes sobre o desenrolar do conflito e aquilo que sucedeu até chegarmos ao momento inicial onde a sociedade aparenta ser uma vez mais tranquila e ordeira. Em suma, o potencial para que ¿Quién es Libertad Lionetti? se torne um filme não tão curto existe... e certamente o espectador agradecia.
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