sábado, 2 de julho de 2011

Constantine (2005)

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Constantine de Francis Lawrence é um interessante filme que junta acção, drama e religião a um elenco brilhante onde se destacam Keanu Reeves, Rachel Weisz, Tilda Swinton, Djimon Hounsou, Shia Lebeouf e Peter Stormare.
O que é que aconteceria se o filho do Diabo (Peter Stormare) resolvesse que queria vir para a Terra e governá-la para toda a eternidade no meio do caos e da destruição? O que aconteceria se ele tivesse encontrado uma forma de o fazer através de Isabel (Rachel Weisz) uma médium ou de Angela (Weisz again) a sua irmã gémea que é polícia? E o que aconteceria se para isso ele tivesse a ajuda de Gabriel (Tilda Swinton) o braço direito de Deus que está farto de que este tenha dado à raça humana o poder de escolher entre o Bem e o Mal e a redenção no pós-vida?
Bom... muito poderia acontecer não fosse a presença de Constantine... John Constantine (Keanu Reeves), um detective so sobrenatural que tem como missão enviar os demónios que passam do outro mundo para o nosso e aqui se apoderam das almas dos mais fracos. Constantine, outrora preferido de Deus e cobiçado pelo Diabo, mantém a sua missão mas está abandonado pelo criador.
No entanto, com o crescente rasto de destruição e de mal que parece não dar descanso nem a Angela nem a Constantine que pretendem por todos os modos defender a Humanidade das investidas do Mal, ambos embarcam numa viagem que os leva e tráz do Inferno e da convivência quase constante com os mais variados demónios.
Conseguirá o filho do Diabo transportar-se para a Terra ou irá Constantine evitar que ele faça esta passagem?
Bom... é quase escusado dizer que adorei este filme. Começando logo pelo conjunto de actores que é francamente impressionante, e de onde não sou capaz de deixar passar a referência às duas actrizes principais, todos estão, sem excepção, francamente bem colocados nas personagens que interpretam.
Rachel Weisz no papel da polícia descrente e amargurada que se vê envolvida numa trama religiosa e de proporções épicas está igual a si mesma, no sentido positivo da observação, e ao contrário do que muitas críticas e comentários ditaram este não é o seu pior desempenho até à data. Aliás, pelo contrário, não sendo o filme pelo qual será recordada ou aquele em que mostra todo o seu potencial, foi no entanto um registo diferente daquele a que nos habituou não deixando, no entanto, de mostrar o quão versátil e competente é em registos que estão mais distantes do seu verdadeiro potencial.
O mesmo acontece com Tilda Swinton que aqui interpreta o Anjo Gabriel, braço direito de Deus, que com um rosto angélico e à partida incapaz de fazer mal a uma mosca, consegue subverter a mitologia e revelar-se como o verdadeiro rosto do Mal incapaz de resistir ao ciúme e à inveja e, como tal, arquitecta da destruíção da Humanidade. Mais uma etapa favorável para Tilda Swinton que com os seus desempenhos arrojados e cheios de surpresas dá mais um ponto positivo na sua já extensa carreira.
Não seria possível falar dos actores sem referir como é óbvio Keanu Reeves que aqui ao desempenhar John Constantine, um "polícia" sobrenatural amargurado e descrente não só na Humanidade como no próprio além tenta, de todas as formas possíveis, manter o equilibrio este a Terra e o Além e com isto tentar conquistar as boas graças de Deus para lhe dar um descanso eterno nos reinos dos céus. Reeves tem um papel à sua medida. Não será nenhum Matrix mas destaca-se uma vez mais como um dos heróis de aventura/ficção do século XXI.
E a história é por si já bastante interessante (vamos lá ver se lhe dão seguimento como estava planeado) pois consegue juntar num mesmo filme elementos de drama, de comédia, de acção, religião e aventura sem que todos estes elementos se confundam ou se percam. Está lá tudo e no seu devido lugar, e que o comprovem os segmentos finais em que a luta entre o Bem e o Mal está viva e bem viva.
De realce está também o trabalho de caracterização, principalmente a de Rachel Weisz, que ali num registo de O Exorcista lhe dá um ar bem assustador. Trabalho esse que esteve a cargo de Steve Artmont, numa clara alusão ao filme anteriormente mencionado.
Também a fotografia de Philippe Rousselot, já galardoado com um Oscar, elabora na perfeição o misto de luz e escuridão que ambientam o filme nos seus devidos momentos. Existe uma inegável qualidade em cada momento, quer se aproxime o Bem quer se aproxime o Mal, e em que temos uma clara visão sobre cada um deles.
A sequela, que já não terá Rachel Weisz como protagonista ao lado de Reeves, terá em princípio as restantes personagens, só ainda não se sabe em que contornos será esta desenvolvida. Uma coisa garanto... é que estarei bem disponível para voltar a ver com o mesmo entusiasmo o que daqui virá. Mais que não fosse para voltar a ver uma Tilda Swinton como um Gabriel renegado... ou um Peter Stormare a dar corpo e alma (literalmente) a um Diabo devasso e que não deixa de ser encantador no pior sentido da palavra.
Em duas pequenas palavras... simplesmente brilhante.
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8 / 10
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