O Quinto Elemento de Luc Besson com Bruce Willis, Milla Jovovich, Ian Holm, Chris Tucker e Gary Oldman foi, à altura, a maior produção do cinema francês e o filme mais caro de sempre daquele país.
Ao longo dos anos o Mal tenta apoderar-se do planeta Terra e de todos os seus habitantes para o domínio total. É nessa mesma altura que um conjunto de seres de outro planeta se reúnem para salvar a Terra à custa dos cinco elementos. Água, Terra, Ar e Fogo em junção com o quinto elemento que se traduz num ser supremo capaz de com a sua força ilimitada deter qualquer tipo de ameaça de que a Terra seja alvo.
Num futuro algo distante, aquando de uma nova investida do Mal encontramos Korben Dallas (Bruce Willis) um taxista ex-militar a quem lhe cai, literalmente, Leeloo (Milla Jovovich) dentro do seu veículo. Leeloo é um ente supremo, o quinto elemento, enviado à Terra para a salvar juntamente com o Padre Vito Cornelius (Ian Holm). Para tal precisam encontrar as quatro pedras dos elementos que se encontram numa estância paradisiaca onde uma diva irá actuar, num momento que é dos melhores de todo o filme que por si só já é óptimo.
Mas estes enviados do Bem para salvar a Terra não estão sózinhos na sua busca das pedras elementares. O mal tem um pacto com Zorg (Gary Oldman) que tudo fará para as encontrar e poder assim reinar na Terra com o Mal. Irão eles conseguir vencer? Não... mas lá que dão luta... dão.
Esta super-produção francesa que reune um conjunto invejável de actores de renome não só consegue aglutinar alguns momentos de drama com muita acção num argumento do próprio Luc Besson e de Robert Mark Kamen que preza não só por uma muito bem elaborada história de acção mas que não esquece a comédia a cargo de um estridente Chris Tucker como também por fortes desempenhos num filme de acção por parte do conjunto dos seus actores, efeitos especiais sonoros muito bons que foram inclusivé nomeados ao Oscar, e um guarda-roupa extraordinariamente marcante e muito futurista de Jean-Paul Gaultier nomeado ao Cesar numa das oito nomeações que o filme teve saindo vencedor nas categorias de Fotografia, Realizador e Direcção Artística.
De realçar está também a extraordinária banda-sonora de Eric Serra, também ela nomeada a Cesar, que consegue recriar com exactidão os vários momentos pelos quais o filme passa desde os momentos cómicos com Chris Tucker onde temos uma banda-sonora desempoeirada e animada, aos momentos de maior acção onde mudam para ritmos muito mais frenéticos ou o excelente momento dramática que é escutar a Diva Plavalaguna num cenário perfeitamente idílico. É seguranmente uma excelente banda-sonora que merece todo o crédito que tem.
Quanto às interpretações, diga-se o que se disser, elas estão perfeitas. Bruce Willis acaba por, de certa forma, ser igual a si próprio e presentear-nos de novo com uma interpretação com o seu estilo pessoal... a acção a que nos habituou em êxitos como os Die Hard acaba por estar também aqui presente. A única diferença é que aqui ao contrário do que acontecia nessa saga, Willis tem também um lado humano visível nos momentos em que percebemos se estar a apaixonar por Leeloo (Jovovich).
A comédia acaba por estar nas mãos de dois actores... Uma mais soft e sofisticada graças a Ian Holm e as suas reflexões sobre o mundo e sobre os humanos e aquela que é sem dúvida a "luz" do filme que é Chris Tucker e com o qual ganhamos um sério problema de audição em muitas das sequências em que ele aparece no ecrã.
Finalmente aquela interpretação que dá um maior calor, emoção e sentimento, quiçá a própria esperança, é a de Milla Jovovich. É nela que reside a potencial salvação do planeta e da Humanidade. É através dos seus olhos que temos a verdadeira percepção daquilo em que se tornou a vivência diária da Humanidade. Aquilo pelo qual deveriam lutar e já não o fazem. Aquilo por que deveriam lutar e pelo qual afinal já desistiram.
E claro, seria impossível passar por este comentário às interpretações dos actores e nao referirmos aquela que é mais uma magnífica de Gary Oldman que aqui, uma vez mais, é o vilão de serviço. No entanto, também com este vilão somos obrigados a simpatizar ao contrário daquele que interpretou em Leon. Aqui Oldman consegue ser sim um vilão mas um que é divertido dentro de todas as barbaridades que diz, que defende e que planeia. Talvez seja este o pior deles todos pois faz com que nós, espectadores, tenhamos algum tipo de simpatia pelo Mal... irónico...
Pode ser um filme francês na sua produção e realização mas não deixa igualmente de ser verdade que é um filme e uma história internacional não só por aglomerar actores de inúmeras nacionalidades mas sim porque é uma história que trata da sobevivência da própria Humanidade.
Luc Besson está, uma vez mais, de parabéns por ter realizado este brilhante filme que por momentos nos emociona mas que durante todo ele nos transporta numa vertiginosa viagem que não iremos querer largar.
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"Priest Vito Cornelius: Evil begets evil, Mr. President. Shooting will only make it stronger."
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8 / 10
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