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Onde Reside o Amor de Jocelyn Moorhouse reune um poderoso elenco feminino que foi nomeado para o SAG na respectiva categoria onde figuram nomes como Winona Ryder, Ellen Burstyn, Anne Bancroft, Kate Nelligan, Alfre Woodward, Kate Capshaw, Maya Angelou, Jean Simmons, Samantha Mathis e Lois Smith que são secundadas por outros não menos conhecidos actores como por exemplo Dermot Mulroney, Rip Torn e Jonathon Schaech.
Finn (Ryder) após ser convidada para casamento por Sam (Mulroney) decide acabar a sua tese sobre como certos trabalhos artesanais transmitem uma ligação cultural entre as diversas gerações para casa da sua tia Glady (Bancroft) e da sua avó Hy (Burstyn).
É neste período em que as várias mulheres se reunem naquela casa que contam a Finn as suas histórias de amor e como por elas ficaram transformadas para toda a sua vida.
Do elenco, que como se pode constatar pelo nome além de forte é simplesmente genial, podemos "apenas" dizer que se conjuga de uma forma muito harmoniosa não só nos momentos em que as suas personagens têm um bom relacionamento como, muito em particular, naqueles momentos em que é suposto sentirmos as tensões existentes entre si.
É particularmente enriquecedor ver como as dinâmicas passado/presente funcionam e de como das histórias que Finn escuta de tão fortes "matriarcas" consegue retirar os ensinamentos e os conhecimentos que a vão ajudar a decidir o seu próprio futuro.
A traição está, quase sempre, ligada a estas histórias. Temo-la na partilhada entre Glady (Bancroft) e Hy (Burstyn) e também naquelas experiências que Em (Simmons) e Constance (Nelligan) contam. No entanto para o caso de Finn estes relatos de traição e de amores feridos acabam por mostrar-lhe que, tal como ela reconhece mais tarde, não são nas novas paixões ou relações que se encontram necessariamente as pessoas indicadas para quem procura partilhar uma vida a dois. É sim naquela pessoa que mais perto dela se encontrava que irá encontrar esse parceiro.
Mas não é só de traições que o filme fala. Fala de amores não correspondidos como o de Marianna (Woodward) que encontra a sua alma gémea num homem já comprometido. O único de quem guarda os mais puros sentimentos e também o único de quem não guarda nenhuma imagem... apenas as suas memórias. E fala também de amores proibidos como o de Anna (Maya Angelou) que numa América ainda ditada por padrões ultra-conservadores fica grávida de um homem de outra raça e que para isso tem de abandonar o local que sempre conhecera para poder ter a sua filha.
No entanto mentiria aqui ao comentar este filme se não dissesse que a história que considero mais emocionante e mais, arrisco dizer, marcante foi a contada por Sophia Darling, num registo brilhante entregue por duas actrizes de gerações bem diferentes como é o caso de Samantha Mathis e Lois Smith. Num pequeno relato sem que para isso revele toda esta pequena grande história, Sophia (Mathis) era uma nadadora exímia que ao conhecer o homem que viria a ser seu marido e pai dos seus filhos transforma toda a sua vida devido ao medo que tem deste a poder vir eventualmente abandonar. O dilema permanece no facto de terá sido pelo seu medo que ele a abandonou ou será que ele a abandonaria em qualquer dos casos e como tal ele fez "bem" ao sentir esse medo?
A sua transformação de uma jovem alegre, dinâmica e com gosto pela vida para uma mulher seca e amarga é no mínimo merecedora de uma nomeação ao Oscar que, infelizmente, não chegou. Tal como a de Lois Smith numa Sophia Darling mais velha a quem a amargura e o desgosto de ter envelhecido só e sem amor faz desta actriz um dos grandes trunfos neste filme que não só de uma excelente história vive, mas sim de um conjunto notável de actrizes que se percebe lhe terem dado toda a sua alma.
E como muitos filmes ganham uma outra dimensão graças a uma magnífica banda-sonora, este não seria excepção. E para tal temos a excelente e emocionante música que nos acompanha ao longo de mais de noventa minutos de duração e que, também ela, deveria ter sido digna de uma nomeação a Oscar para o compositor Thomas Newman. Se este compositor já atingiu as dez nomeações sem nunca ter ganho, não deixa de ser verdade que esta deveria ter merecido uma nomeação (pelo menos).
Este é de facto um filme dramático e bastante emocionante sem que, no entanto, seja daqueles de lágrima fácil e que todas as pessoas acham uma treta. A sua grande mais valia reside no facto de nos apresentar várias histórias que podem de uma ou outra forma pertencer a qualquer pessoa ou pelo menos onde qualquer pessoa pode encontrar alguns pontos de semelhança com a sua própria vida.
Muito bom e seguramente um dos trabalhos mais marcantes de uma Winona Ryder que muitos de nós já têm fortes saudades de ver como uma presença regular no grande ecrã.
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"Finn: Young lovers seek perfection. Old lovers learn the art of sewing shreds together and of seeing beauty in a multiplicity of patches."
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10 / 10
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