domingo, 8 de janeiro de 2012

The Wackness (2008)

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Wackness - À Deriva de Jonathan Levine é uma ligeira comédia dramática com Ben Kingsley numa das principais interpretações e auxiliado por Josh Peck.
No Verão de 1994, Luke (Peck) é um adolescente que passa o tempo a percorrer as ruas de Nova York a vender marijuana inclusive a Squires (Kingsley) o seu psicólogo, antes de partir para a Universidade.
Este Verão que serve também não só para a sua auto-descoberta como também dos dramas pelos quais vive a sua família, serve também para que Luke desperte para a sexualidade com uma sua amiga e enteada do seu próprio psicólogo. É este o Verão que irá radicalmente modificar a sua vida e transformá-lo no adulto que, de certa forma, já é.
Desconhecia em absoluto este filme pelo que, quando dele tomei conhecimento e vi que era com Ben Kingsley numa das principais interpretações, obviamente que o quis adquirir e perceber o que estava escondido por detrás de um cartaz que poderia considerar no mínimo intrigante.
O argumento, também ele da autoria do próprio Jonathan Levine consegue ter alguns aspectos interessantes, principalmente na abordagem à amizade estabelecida entre médico e paciente que ultrapassa quaisquer barrieras que poderia à partida ter... Desde a óvia estabelecida pela própria condição em que um consulta o outro como também pelos conselhos e opiniões dadas em reciprocidade entre ambos que mais se poderiam considerar como conselhos para a vida extra consultório. Como referência máxima desta amizade estão os momentos em que Luke visita Squires na sua casa perto do mar que são quase de cortar a respiração mas, no entanto, há algo que parece saber a pouco enquanto este filme começa a ficar perto do fim.
Se retirássemos esta amizade, que nem sempre parece saudável mas aparenta ser eficaz para o filme, bem como os momentos em que o jovem Luke vive um aceso drama familiar, que entendemos apesar de ser pouco explorado, percebemos que aquilo com que ficamos de todo o filme é muito pouco.
A própria química natural e evidente entre Ben Kingsley e Josh Peck que tanto contribui para que o filme vá tendo "pernas para andar", percebe-se ser em muito anulada pela falta da mesma entre estas duas personagens e as demais que povoam o filme. Na teoria penso que o filme teria funcionado muito melhor se apenas estes dois actores tivessem contracenado entre si sem outros a desviar a atenção da relação estabelecida entre eles os dois.
Centrado numa época tão tipificada que mais parece ser de outro planeta, talvez por já lá irem quase vinte anos que separam os dias de hoje daqueles que o filme pretende recriar, o que é certo é que dele para nós espectadores fica a faltar uma certa empatia ou identificação, não tanto com alguns dos problemas que por ali são retratados mas mais pelo filme na sua globalidade, onde poucas vezes fica morno e a quente nunca chega.
Mérito, tal como referi anteriormente entre os dois actores, só mesmo os momentos em que o jovem Luke percebe que todo o seu ambiente familiar vai muito rapidamente caminhando para um poço sem fundo e tudo aquilo que parecia ter como garantido está rapidamente a desaparecer.
Não é um filme brilhante, se bem que penso poder ter lá chegado caso tivessem desenvolvido mais as personagens certas, não deixa de ser um filme simpático e com o qual criamos certas simpatias sem que, no entanto, chegue a ser daqueles filmes que temos prazer em rever.
Vemos, não desgostamos, mas no final fica a saber a pouco e sentimos que poderia ter sido mais... muito mais, não fosse pela junção entre comédia (séria) e drama que consegue harmoniosamente juntar e que poderia ter sido mais explorada e aí sim, a empatia que teríamos seria sem qualquer dúvida bem maior. Assim, fica apenas por ser um filme interessante... com alguns momentos banais e lugares comuns os quais gostamos de ver mas com os quais criamos muito pouca empatia.
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6 / 10
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