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Solitária de José Mendes é uma das curta-metragem que esteve em competição na quarta edição do FESTin que está a decorrer no Cinema São Jorge em Lisboa.
Quando um Prisioneiro (Luís Elgris) é colocado numa imunda solitária da prisão, ele encontra-se só. Só nos seus pensamentos e afastado dos demais prisioneiros que ocupam aquela sinistra prisão. No entanto, sente algum movimento e percebe que afinal a sua solidão não é tão real como imaginava.
É a partir deste momento que somos apresentados a um conjunto variado de insectos e vermes que passam desde as pulgas e baratas aos percevejos e larvas que estabelecem assim uma muito próxima relação não só à morte física de um indivíduo como principalmente à sua morte psicológica provocada não só pelo sensação de isolamento que o Prisioneiro tão bem transmite, como também pelo convivência num espaço por sí só imundo e que dá origem à procriação das mais rastejantes criaturas.
Um dos trabalhos mais fortes da secção competitiva das curtas-metragens presente no FESTin que preza por uma interpretação convicente e eficaz pelas mãos de Luís Elgris, por uma realização exímia de José Mendes que também escreveu o argumento em colaboração com Rui Noronha e Sousa que escreveu a obra "Fogo que Arde sem se Ver", em cujos excertos a curta-metragem se baseia e especialmente um conjunto de efeitos especiais aliciantes para a composição de todo um macabro e decadente ambiente geral, elaborados por Paulo Pinheiro e Fernando Morgado.
Solitária é uma das grandes curtas-metragens portuguesas do momento e um filme que terá facilmente o seu lugar merecido no panorama de cinema nacional deste ano, e uma das fortes concorrentes ao prémio final neste certame.
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9 / 10
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