A Primeira Vez de Rúben Ferreira e a sua mais recente curta-metragem de comédia que não só nos apresenta uma nova personagem como recupera para a mesma uma mítica personagem da saga O Estrondo. Refiro-me claro está a um brilhante José Marques que aqui solidifica a sua "figura" como o "carocho" de serviço.
Toda esta curta-metragem gira em torno de um tipo (Alex Carvalho) que tudo faz para impressionar a rapariga de quem gosta (Cátia Silva), e assim conseguir a sua "primeira vez"... (dele... não dela).
A sua odisseia começa quando descobre que afinal não tem preservativos em casa e que sem eles todo o seu plano vai por água abaixo, e é quando sai de casa que talvez encontre a sua solução através de um já familiar Zé da Branca (José Marques) que o faz ter uma aventura bem maior do que aquela que esperava.
O argumento que Rúben Ferreira escreveu em parceria com Alex Carvalho tem não só a vantagem de ser de uma comédia mais ligeira e que o aproxima de um conjunto de filmes sobre a adolescência e o despertar da sexualidade como também cria uma nova personagem intepretada pelo próprio Alex Carvalho que tem tanto de "atadinho" como rapidamente se revela tresloucado graças às suas vontade ainda por "despertar", e claro, por dar uma dimensão maior ao "Zé da Branca" de José Marques que se revela como uma força com pernas para andar e que merece o seu próprio espaço e, porque não, o seu próprio filme.
Os momentos de humor são constantes mas alguns conseguem ter uma força maior e perdurar na memória bastante tempo depois de os vermos. Aquele pequeno-almoço, que afinal era mais do que isso, com tostas recheadas de ketchup é, no mínimo, de bradar aos céus. É impossível não ficarmos num misto de comédia vs. repulsa sobre aquilo que vemos... Se um pouco de ketchup já era estranho... um frasco inteiro ali deitado, é no mínimo agonizante, mas é este pequeno exemplo um dos momentos que simplesmente não conseguimos esquecer. E isto já para não começar a falar no sonho erótico tido à mesa que me faz questionar sobre as verdadeiras capacidades "curativas" do leite num momento em que Alex Carvalho faz "inveja" ao mais demorada banho de Cleopatra.
E no final... bom, o final tem de ser visto é um facto e apenas adianto que é hilariante não só pelo inesperado desfecho como também pela reviravolta que a personagem de Alex Carvalho tem e que demonstra bem que toda aquela simpatia e inocência tinham a uma dada altura de terminar.
Quanto ao jovem realizador Rúben Ferreira, já o disse mas nunca é demais referir, assume-se e confirma-se cada vez mais como um interessante e regular talento no panorama cinematográfico português que deve ser considerado não só pela qualidade filmica dos seus trabalhos de comédia que geram legiões de fãs pelo país como também pela capacidade que tem em contrar simples e divertidas histórias capazes de criar personagens que nos permanecem na memória durante muito e muito tempo. No final enquanto espectador e fã dos seus trabalhos só me resta deixar uma pergunta... para quando uma longa-metragem com o "Zé da Branca"?
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7 / 10
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Melhor curta do Ruben Ferreira de sempre!!
ResponderEliminarEm vez de pequeno almoço, não seria o almoço?
ResponderEliminarPeço desculpa se estou errado
Para ele era o almoço... para ela acho que nem um pequeno-almoço seria ;)
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