El Rifle de Chéjov de Guillermo Ruíz Rodríguez e Cristobal Bolãnos López (Espanha) é uma das curtas-metragens presentes na secção oficial Cantábria da nona edição do Festival Internacional de Cine de Piélagos que amanhã termina na região espanhola.
Antón Tchekov disse... "se uma espingarda aparece no primeiro acto... no terceiro tem de ser disparado". Ele e Ela discutem sobre dinheiro e decoração. Aqui que completa um deixa o outro insatisfeito. Até que ponto poderá durar esta relação... Será que o é?!
"Carmen" e "Fidel", os dois protagonistas desta invulgar história, desafiam os limites naquela que é uma inesperada relação sentimental que o espectador assume, desde os primeiros instantes, como algo que está à beira da ruptura. Entre discussões e ameaças de ultrapassagem de limites que parecem nunca antes ter sido estabelecidos, o espectador depara-se com uma história dentro da história completando todo um ciclo de elementos que apenas a conclusão poderá desvendar como determinantes para o caos que o par protagonista aparenta querer revelar. Assim, e entre uma relação que tudo aparenta ser tensa, caótica e até mesmo desastrosa e aquilo que os seus intervenientes dela esperam, parece querer revelar-se como algo cuja dinâmica está longe de ser pacífica e onde as surpresas podem rapidamente chegar e manifestar-se da pior forma.
No entanto, e como tudo parece estar no seu exacto lugar e onde todos os elementos se conjugam para dar corpo a uma desgraça anunciada... eis que a surpresa chega e revela-se como ponderada e distante dos pensamentos iniciais de um espectador mais desatento... porque a vida, tal como a ficção, revela que afinal... nem tudo é como inicialmente se manifesta.
Inicialmente algo frágil e até momentaneamente amadora, El Rifle de Chéjov revela uma interessante construção a nível narrativo e limadas todas as suas arestas esta teria sido uma curta-metragem mais resistente e dinâmica e possivelmente uma das mais fortes desta edição do festival.
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6 / 10
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