sábado, 9 de junho de 2018

Jurassic World: Fallen Kingdom (2018)

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Mundo Jurássico: Reino Caído de Juan Antonio Bayona (EUA/Espanha) é o quinto título da saga Jurassic Park iniciada em 1993 por Steven Spielberg (aqui em funções de produtor executivo), e que regressa ao mundo dos dinossauros três anos depois da última aventura.
Quando o vulcão adormecido da ilha em que os dinossauros se encontram volta à actividade, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) são contactados para resgatar algumas das espécies e enviá-las para uma ilha onde poderão sobreviver, num ambiente sem jaulas, de uma segunda extinção. Mas, por detrás de todas estas boas intenções, poderão estar escondidos objectivos que lancem o mundo num perigo iminente?
Depois do título inicial (1993), a saga Jurassic Park manteve - injusto seria dizer o contrário - todo o seu dinamismo e magia ao conferir ao espectador o poder de imaginar um mundo onde os dinossauros vivessem realmente. No entanto, para lá desse mesmo título que lançou a saga, é também justo dizer que os títulos que lhe seguiram - The Lost World: Jurassic Park (1997) e Jurassic Park III (2001) - mantiveram-se um pouco alheios ao factor surpresa que a obra de Steven Spielberg conseguiu criar. Foi então que a obra Jurassic World (2015), de Colin Trevorrow ressuscitou o género e lançou todo um conjunto de fãs numa alucinação colectiva por poder imaginar que um dos mais sucessos da década de '90 estava finalmente por estrear quatorze anos depois da sua última entrega. Se esta última conseguiu ser uma interessante incursão no género recuperando muita dessa energia, dessa mística ou até mesmo desse universo, a expectativa para com Jurassic World: Fallen Kingdom não poderia ser maior. Assim, três anos depois encontramo-nos novamente na Ilha Nublar, agora um paraíso desertificado pelos (constantes) erros do passado com a agravante de ser ameaçado pela erupção de um vulcão que poderá causar um novo extermínio. Tudo certo até aqui?! Mais ou menos...
Jurassic World: Fallen Kingdom funciona muito no seu primeiro momento como um revitalizar da noção de salvar as espécies ameaçadas - de novo - e do seu potencial contributo para a aprendizagem das gerações futuras sobre um passado extinto e recuperado... no fundo, uma segunda oportunidade para todos - espécies animais e Humanidade -, de conviver (cada um no seu espaço próprio e livre de jaulas.... quase política esta afirmação) e co-existir podendo, dessa forma, garantir um local de habitação para todos. Daqui, e do reino de todas as boas vontades que parecem esconder algo mais, o argumento de Colin Trevorrow e Derek Connolly parte para a viagem "à ilha", onde encontramos todo um mundo selvagem no qual precisam de encontrar as poucas espécies que se propõem a salvar e levar para o tal "santuário". Com alguns momentos de boa acção e no qual o espectador fica a conhecer a realidade por detrás das "boas intenções", Jurassic World: Fallen Kingdom confere aquele que é possivelmente o segmento mais intenso de toda esta história com a violenta erupção do vulcão e a corrida pela sobrevivência das espécies que, no entanto, encontram o seu fim, e a real compreensão de que se o Homem não é bom para si próprio... como poderá sê-lo para as espécies diferentes? - novamente... a eterna mensagem política que brota a todo o instante.
Daqui, rumo ao último momento desta história - depois de um muito breve na Ilha Nublar onde, esperava o espectador pelos inúmeros trailers que visionou -, Jurassic World: Fallen Kingdom centra-se numa aventura na cidade (digamos assim), onde os dinossauros encontram na gótica mansão Lockwood - personagem interpretada por James Cromwell - o refúgio último antes de embarcarem para uma viagem por caminhos inesperados... ou assim pensa o espectador. Sem revelar grandes detalhes sobre o final algo (in)esperado, esta quinta entrega ao universo Jurassic Park consegue sim criar uma nova dinâmica ao fazer viajar a dinâmica de selva ou ambiente florestal para um espaço mais urbano, habitacional e profundamente medieval onde ao contrário do tradicional em que o Homem invade o espaço natural do dinossauro, é este que ocupa o dito "mundo dos homens", transformando-o (não tão) lentamente à sua medida e demonstrando que agora sim... chegaram para dominar... mesmo que esse domínio chegue pela possibilidade do imprevisto.
Juan Atonio Bayona consegue, uma vez mais, trazer ao grande ecrã uma história de aventura e acção que faz jus àquilo que se propõe. Na realidade nenhum espectador sai mal impressionado com esta obra independentemente de poder gostar de um ambiente mais natural, selvagem e onde a camuflagem dos gigantescos dinossauros possa sair a ganhar em relação a um espaço que - bem ou mal - não joga a seu favor... afinal, como se poderá esconder um dinossauro dentro de uma mansão?! No entanto, e mesmo com estas (im)possibilidades, Jurassic World: Fallen Kingdom é um filme dinâmico e fiel ao género, carregado de muita adrenalina e alguma tensão mas que poderia ter sido muito maior se mais centrado na ilha Nublar - nunca ficaremos fartos dela - e, após alguma tensão aí criada, levar toda a história para uma aventura palaciana que sim... tem tanto de original como de inovador funcionando mesmo como veículo para aquele que é (agora) esperado como o novo título da obra... um novo mundo... onde os dinossauros povoam as terras e o Homem mais não é do que um fugitivo naquele reino que outrora dominara.
Assim, Jurassic World: Fallen Kingdom é um daqueles títulos intermédios, que abre a perspectiva para o espectador sobre a potencialidade de todo um novo conjunto de obras que se lhe vão seguir não deixando esta da sua abordagem ecológica e ambiental - afinal, o mundo ou parte dele estão de facto a ruir e dar os seus sinais à Humanidade -, sobre as alterações aos hábitos comportamentais e de estilo de vida necessários para uma pacífica convivência num mundo em constante transformação... e nem sempre pelos melhores motivos e finalmente... que esse bicho Homem é tão ou mais perigoso do que um dinossauro... caso estes existissem. Já dizia Ripley no saudoso Aliens (1986), de James Cameron... "ao menos eles não se lixam por uma percentagem maior"...
Chris Pratt e Bryce Dallas Howard perdem em Jurassic World: Fallen Kingdom um pouco daquela magia que pareciam irradiar em Jurassic World. Ainda que o espectador sinta que existe algum "clima" entre as suas personagens, foi o idealismo de ambos que os separou entre as duas entregas deixando cada um com o seu ideal de vida feliz... se para um é viver isolado no meio do campo, para o outro é a ideia de salvar o mundo que o move e deixa feliz em todas as suas conquistas. No entanto, aquilo que poderiam ter sido um para o outro e, de certa forma, para a dinâmica das suas personagens nesta obra soa mais a forçado do que aquilo que emanavam três anos antes.
No final, e para lá de uma intensa visita a Nublar e de um breve encontro entre os dois reis dos animais - leão e T-Rex -, Jurassic World: Fallen Kingdom é fiel ao que se propõe... uma história cujo objectivo principal é o óbvio entretenimento do seu público alvo e claro, a igualmente óbvia "obra de passagem" - quase como um ritual - que anuncia que as próximas entregas (venham lá elas quando vierem) serão centradas no mundo como o conhecemos ou, pelo menos, naquilo que ainda não foi alterado pelo passo gigante e destruidor de animais com força bruta e completamente descontrolados num mundo que... não é o seu. Ou será que ainda é?
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"Ian Malcolm: These creatures were here before us. And if we're not careful... they're going to be here after. Life cannot be contained. Life breaks free. Life... finds a way."
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7 / 10
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