O Ritual de Mikael Håfström é um filme de suspense/terror que retoma um tema tão apreciado para esta temática, ou seja, os rituais exorcistas e aqui com um mestre do terror como Anthony Hopkins de quem se espera uma interpretação bem arrepiante.
Michael Kovak (Colin O'Donoghue) é um jovem seminarista sem fé que é enviado para Itália para um curso de exorcismo onde, relutante, conhece Lucas Trevant (Hopkins), um padre que tem já uma vasta experiência nesta área e que lhe irá transmitir os seus conhecimentos.
É quando o próprio Padre Lucas cai nas garras de um demónio que a razão e a fé de Michael serão definitivamente colocados à prova para aquilo que será determinante nas suas escolhas para o seu próprio futuro.
O trailer deste filme prometia em vários aspectos. Para começar a temática em si, para um amante de cinema de terror, começa logo por ser aliciante o suficiente para sabermos que não o vamos perder (e só isso já basta). No entanto, se a um filme de terror juntarmos a carismática presença que é a de Anthony Hopkins e que dá corpo e alma aos dois lados da "barricada", então aí aquilo que podemos esperar é imediatamente um sucesso no que diz respeito ao terror. Intenso, aliás muito intenso, é o momento em que um Padre Lucas tem contacto com aquela simpática menina... e mais não digo.
Em segundo lugar, o facto deste filme ser baseado em factos e acontecimentos verídicos também nos deixa de imediato receptivos a visualizarmos este filme com algum maior respeito. Sabemos que não será uma história onde se anda a vomitar todo o tipo de liquídos nojentos... bom, vomitam-se outras coisas mas, ao mesmo tempo sabemos que o terror que aqui vamos assistir tem o seu findo de real e como tal merece o devido respeito pela história que nos é apresentada mesmo sabendo que alguns factos correm sempre o risco de serem ficcionados para a melhor dramatização dos mesmos.
Finalmente, e se calhar o mais importante de tudo, real ou total ficção o que é certo é que qualquer cinéfilo que se apresente como tal adora o género de terror como o ar que respira, e contra isso será impossível dizer seja o que fôr. Como tal, aqui está o filme que todos, independentemente de admitirem ou não, sabem que o vão querer ver. E, com razão, compensa.
Como disse, não temos o tipo de história onde vamos assistir a um conjunto de peripécias mais ou menos nojentas que provocam a repulsa pelo aspecto que têm mas, por sua vez, o medo aqui provocado prende-se com o facto desta história nos ser apresentada como real. Sabemos que os exorcismos existem e que estão de boa saúde o que, por sua vez, abre caminho para pensarmos que afinal os espíritos (e pelos vistos bem maus) andam por aí "à solta"... Basta pensarmos nisso para este filme passar a ter uns contornos um pouco... diferentes.
Em todo o caso, alguns dos acontecimentos aqui relatados tornam-se igualmente assustadores por si só. Todo o ambiente do filme, sinistro a maior parte do tempo, consegue colocarmos um pouco em sobressalto pois percebemos que a qualquer momento pode acontecer algo que nos irá assustar. E, se o filme por si já recria uma atmosfera bem sinistra, não deixa de ser verdade que são os instantes finais onde temos um Hopkins bem inspirado (que é como quem diz... possuído) e com uma caracterização bem eficaz e competente (mas longe da nossa querida Linda Blair), que lançam os momentos mais tensos e assustadores ao longo de todo o filme.
Além do terror, que está sempre presente, este filme é bom pelo facto de nos deixar pensar em determinados aspectos com a fé, as crenças pessoais e no desconhecido que pelos vistos é um terreno ainda muito vasto. Como experiência cinematográfica é um filme interessante que vale a pena ver e que nos faz passar um bom bocado pela sua história e suspense.
..
"Father Lucas Trevant: Does a thief or a burglar turn on the lights while he's robbing your house? No. He prefers you to believe that he's not there... like the devil!"
.7 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário