O Amor nos Tempos de Cólera de Mike Newell junta Javier Bardem e Giovanna Mezzogiorno, dois nomes
pesados do cinema Europeu, e Benjamin Bratt, numa adaptaçãodo da obra do Nobel da Literatura Gabriel García Márquez.
Com a acção deste filme a iniciar-se numa Colômbia pós-Primeira Guerra Mundial, encontramos Juvenal Urbino (Bratt), um homem de idade avançada que está prestes a falecer, não sem antes declarar o seu amor incondicional a Fermina (Mezzogiorno) a sua mulher.
Pouco depois do seu funeral, Florentino Ariza (Bardem) aborda Fermina, que não o recebe de braços abertos, e declara-lhe o seu há muito revelado amor. É a partir deste momento que através de um intenso flashback de mais de cinquenta anos das suas vidas ficamos a conhecer o que realmente aconteceu a estas três personagens e os porquês do seu afastamento que para sempre os marcou, bem como a incansável procura de amor nos braços de outras mulheres que Ariza efectuou durante anos tendo sempre Fermina no seu pensamento.
Este argumento de Ronald Harwood, adaptado do romance de García Márquez, tinha tudo para ser um filme triunfante. Se pensarmos logo de imediato no intenso triângulo amoroso que se faz sentir entre as três personagens principais, só por si já teríamos um drama intenso que a todos seria capaz de fascinar. Se a isto juntarmos o facto da sua acção se desenrolar através de várias décadas da História de um país que tanto esteve conturbado com guerra como também com epidemias de cólera (tal como temos explícito no próprio título), e com as devidas fatalidades pelo meio, percebemos perfeitamente que aqui está um filme que dificilmente não seria bem sucedido.
No entanto, o impossível acontece e em diversos momentos este filme torna-se quase impossível de digerir. Se por um lado temos uma história trágica e com uma potencialidade de emoção fortes, não deixa igualmente de ser verdade que na prática estes momentos mais intensos são imediatamente abafados pelo ridículo no qual são filmados. A tragédia existe, é verdade, e numa primeira metade do filme enquanto as personagens são ainda "jovens", ela consegue chegar ao espectador que, mesmo percebendo não estar a assistir a momentos verdadeiramente emocionantes consegue, pela simpatia que tem para com os actores em questão, "fechar um pouco os olhos" ao menos credível. No entanto, quando as personagens já atingiram a idade adulta e temos um "Ariza" mais preocupado em saltar para cima da próxima "vítima" do que com os bombardeamentos que decorrem na rua e até mesmo em cima da sua casa, damos por nós a pensar se isto não será antes uma comédia pois de dramática ou intenso pouco ou nada tem.
São assim momentos como este que transformam todo o potencial dramático da história e do filme em segmentos pouco credíveis que arruinam toda a narrativa que se quer intensa, e com isto o próprio desempenhos dos actores que consegue ser em diversas ocasiões mais apalhaçado do que propriamente dramático. Não só não conseguem estabelecer nenhum tipo de empatia com os espectadores que mais depressa encontram os momentos cómicos do que dramáticos das vidas destas personagens que vivem as amarguras da sua época e condição social, como principalmente os próprios retratam um conjunto de situações que nos faz pensar se não estarão de facto a realizar uma qualquer comédia de segunda categoria que, algures no tempo, pensou ser um filme dramático e sério.
Se de um apagado Benjamin Bratt não sentimos grande impacto, é justo dizer que Javier Bardem e Giovanna Mezzogiorno de quem já assisti a desempenhos como Biutiful e Mar Adentro ou La Bestia nel Cuore ou Vincere respectivamente, estão aqui como meras personagens que debitam o seu texto numa produção que poderia ter sido melhor sucedida se entregue a actores menos experientes e não a estes dois intensos e enormes talentos que aqui de credível pouco têm.
A nível de produção cénica, a característica e étnica banda-sonora de Antonio Pinto ou mesmo a fotografia de Affonso Beato que capta as cores de uma América Latina de outros tempos conseguem, dentro de tudo, ser os aspectos mais positivos que se conseguem encontrar sendo estes, no entanto, insuficientes para pensar ou considerar que estamos perante um filme que nos irá consegue transmitir algo de positivo e enriquecedor. Na altura em que se pensam nestes aspectos já se percebeu que todo o restante filme foi uma desgraça quase completa e pouco conteúdo dele retiramos não conseguindo simpatizar com o mesmo, nem com os actores que lhe dão vida e muito menos com a história de amor que pretenderam retratar que, por diversos momentos, quase somos tentados a pensar que é mais absurda do que sentida e pela qual não vale, decididamente, morrer.
.Com a acção deste filme a iniciar-se numa Colômbia pós-Primeira Guerra Mundial, encontramos Juvenal Urbino (Bratt), um homem de idade avançada que está prestes a falecer, não sem antes declarar o seu amor incondicional a Fermina (Mezzogiorno) a sua mulher.
Pouco depois do seu funeral, Florentino Ariza (Bardem) aborda Fermina, que não o recebe de braços abertos, e declara-lhe o seu há muito revelado amor. É a partir deste momento que através de um intenso flashback de mais de cinquenta anos das suas vidas ficamos a conhecer o que realmente aconteceu a estas três personagens e os porquês do seu afastamento que para sempre os marcou, bem como a incansável procura de amor nos braços de outras mulheres que Ariza efectuou durante anos tendo sempre Fermina no seu pensamento.
Este argumento de Ronald Harwood, adaptado do romance de García Márquez, tinha tudo para ser um filme triunfante. Se pensarmos logo de imediato no intenso triângulo amoroso que se faz sentir entre as três personagens principais, só por si já teríamos um drama intenso que a todos seria capaz de fascinar. Se a isto juntarmos o facto da sua acção se desenrolar através de várias décadas da História de um país que tanto esteve conturbado com guerra como também com epidemias de cólera (tal como temos explícito no próprio título), e com as devidas fatalidades pelo meio, percebemos perfeitamente que aqui está um filme que dificilmente não seria bem sucedido.
No entanto, o impossível acontece e em diversos momentos este filme torna-se quase impossível de digerir. Se por um lado temos uma história trágica e com uma potencialidade de emoção fortes, não deixa igualmente de ser verdade que na prática estes momentos mais intensos são imediatamente abafados pelo ridículo no qual são filmados. A tragédia existe, é verdade, e numa primeira metade do filme enquanto as personagens são ainda "jovens", ela consegue chegar ao espectador que, mesmo percebendo não estar a assistir a momentos verdadeiramente emocionantes consegue, pela simpatia que tem para com os actores em questão, "fechar um pouco os olhos" ao menos credível. No entanto, quando as personagens já atingiram a idade adulta e temos um "Ariza" mais preocupado em saltar para cima da próxima "vítima" do que com os bombardeamentos que decorrem na rua e até mesmo em cima da sua casa, damos por nós a pensar se isto não será antes uma comédia pois de dramática ou intenso pouco ou nada tem.
São assim momentos como este que transformam todo o potencial dramático da história e do filme em segmentos pouco credíveis que arruinam toda a narrativa que se quer intensa, e com isto o próprio desempenhos dos actores que consegue ser em diversas ocasiões mais apalhaçado do que propriamente dramático. Não só não conseguem estabelecer nenhum tipo de empatia com os espectadores que mais depressa encontram os momentos cómicos do que dramáticos das vidas destas personagens que vivem as amarguras da sua época e condição social, como principalmente os próprios retratam um conjunto de situações que nos faz pensar se não estarão de facto a realizar uma qualquer comédia de segunda categoria que, algures no tempo, pensou ser um filme dramático e sério.
Se de um apagado Benjamin Bratt não sentimos grande impacto, é justo dizer que Javier Bardem e Giovanna Mezzogiorno de quem já assisti a desempenhos como Biutiful e Mar Adentro ou La Bestia nel Cuore ou Vincere respectivamente, estão aqui como meras personagens que debitam o seu texto numa produção que poderia ter sido melhor sucedida se entregue a actores menos experientes e não a estes dois intensos e enormes talentos que aqui de credível pouco têm.
A nível de produção cénica, a característica e étnica banda-sonora de Antonio Pinto ou mesmo a fotografia de Affonso Beato que capta as cores de uma América Latina de outros tempos conseguem, dentro de tudo, ser os aspectos mais positivos que se conseguem encontrar sendo estes, no entanto, insuficientes para pensar ou considerar que estamos perante um filme que nos irá consegue transmitir algo de positivo e enriquecedor. Na altura em que se pensam nestes aspectos já se percebeu que todo o restante filme foi uma desgraça quase completa e pouco conteúdo dele retiramos não conseguindo simpatizar com o mesmo, nem com os actores que lhe dão vida e muito menos com a história de amor que pretenderam retratar que, por diversos momentos, quase somos tentados a pensar que é mais absurda do que sentida e pela qual não vale, decididamente, morrer.
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"Florentino Ariza: Shoot me. There is no greater glory than to die for love."
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"Florentino Ariza: Shoot me. There is no greater glory than to die for love."
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4 / 10
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