quarta-feira, 4 de julho de 2012

Anaconda (1997)

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Anaconda de Luis Llosa foi um dos grandes sucessos de bilheteira do ano em que estreou pois levou multidões ao cinema na esperança e na promessa de ser um novo Tubarão mas... com uma cobra absurdamente gigante.
Se a isto juntarmos um Jon Voight, Owen Wilson, Eric Stoltz e uma Jennifer Lopez (há altura ainda muito latina e não tão americanizada como actualmente), então o filme estava mesmo a "pedir" que o espectador fosse à sala de cinema para o ver.
Tudo começa quando uma equipa da National Geographic pela Amazónia salva Paul (Voight) um estranho homem que cedo revela as suas intenções de capturar uma anaconda gigante para poder ganhar algum dinheiro extra... muito dinheiro extra.
Escusado será dizer que a partir deste momento toda a equipa está metida em problemas e que Terri (Lopez), Danny (Ice Cube), Steven (Stoltz) e Gary (Wilson) vão literalmente lutar pela sua vida como forma de escaparem às mandíbulas assassinas de tão enorme criatura.
É impossível destacar uma interpretação positiva neste filme. Ele é, na teoria e na prática feito para ser mau. Literalmente muito mau. Temos os claros heróis de serviço que aqui se assumem nas pessoas de Jennifer Lopez e Ice Cube mas que na prática mais não são do que dois "desenrascas" que tentam das formas mais alucinantes e sem qualquer nexo escapar ao tão mortal abraço de uma anaconda disforme. Jon Voight, também igual a si próprio não conseguindo, no entanto, recriar um vilão credível e verdadeiramente assustador, limitando-se a ser mais bonacheirão e ressabiado do que propriamente alguém que nos consiga, por qualquer momento que seja, meter medo.
Todas as interpretações são, sem excepção, feitas a metro... Lá lhes atiraram com meia dúzia de páginas a dizer que teriam de ser todos básicos e... eles foram.
É nestes filmes que acabamos por nos virar para o mais óbvio... a credibilidade dramática do assassino... a anaconda mas, uma vez mais, nem ela consegue ser credível. Além de absolutamente disforme devido ao seu exagerado tamanho e completamente peceptível a sua falta de enquadramento real nas imagens, ainda temos uma anaconda que se mexe mais rapidamente do que uma gazela independentemente do peso que um animal daquele tamanho deveria ter. Como se tudo isto não bastasse temos uma cobra exageradamente grande, que se move muito rapidamente e... que grita... Grita bem alto para assustar as suas indefesas vítimas.
Às tantas ao assistirmos a este filme mais parece que nos encontrarmos a assistir a uma comédia do que propriamente a um filme que se quer de acção e suspense. As interpretações são tão más que se tornam absurdas e os próprios efeitos especiais que deveriam conferir à anaconda algum "look" assustador mais conseguem parodiá-la do que torná-la assustadora. Não nos começamos a rir porque o filme não o pede mas... com um pouco de sorte lá acabamos por fazê-lo.
Acrescento que por momentos até desejamos que aquela anaconda disforme mate aquela gente toda de uma só vez para tornar a agonia de ver este filme menos penosa e dolorosa. Algo que, infelizmente, não acontece.
Se esperamos por um filme interessante ao estilo de Tubarão ou até mesmo de um Aracnofobia, onde os animais ganham uma inteligência extrema que conseguem dar conta de uma população inteira de uma forma mais ou menos credível estamos longe, muito longe aliás, de estar certos. Aqui os momentos de tensão nunca se concretizam por maior e nem tão pouco existem momentos de ligeira comédia que suavizem a tensão existente no filme.
As interpretações dos actores e respectiva construção de personagens é de tal forma má que pensamos hoje como terão estes actores participado em tão fraco conteúdo cinematográfico e, finalmente, até é de ter pena da própria anaconda que mais parece condenada a ter de lidar com aquelas pessoas tão estranhas... ninguém merece.
Temos no final um filme pobre, muito manhoso e sem qualquer nexo mas que vistas bem as coisas consegue ter aí o seu ponto forte... Lixo cinematográfico que, na prática, nos diverte de uma ou outra forma. Nem sempre podemos ter filmes bons e de conteúdo à nossa frente. Todos nós temos os momentos em que preferimos optar por algo que nos deixa a cabeça completamente vazia... Eis o filme!
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3 / 10
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