Pelas Próprias Mãos de Artur Ribeiro é mais um dos telefilmes produzido pela TVI no segmento Casos da Vida.
Neste telefilme Sónia (Sandra Santos) é a nova comandante do posto de GNR de uma aldeia do interior. Quando pensava ir ter uma vida pacata no seu novo posto, mal chega é confrontada com um tiroteio onde estão envolvidos os rufias da aldeia (Ângelo Rodrigues e Manuel Melo) e o Presidente da Junta (Nicolau Breyner) que não se mostra muito cooperante.
Como se a confusão profissional não bastasse, a comandante Sónia tem ainda a sua própria paixoneta sentimental com outro dos guardas que não consegue controlar.
O problema maior desta primeira temporada de telefilmes da TVI são os seus argumentos que tentam resolver em pouco mais de oitenta minutos um conjunto infindável de histórias soltas. Por um lado a relação sentimental entre dois guardas, por outro o seu principal caso policial que envolve uma violação e os tais rufias e finalmente um Presidente de Junta que em desespero resolveu fazer justiça pelas próprias mãos. Tudo isto sem esquecermos que existe um conjunto enorme de actores secundários que, em muitos casos, não têm sequer o desenvolvimento da sua personagem. Luísa Ortigoso, Augusto Portela ou um Philippe Leroux com uma estranhíssima personagem que dança à medida que entrega mandados de captura, são algumas das personagens que mereciam um maior destaque e desenvolvimento.
Na prática os telefilmes não funcionam não pela falta de qualidade dos seus actores ou das histórias, mas sim pelo fraco desenvolvimento que é dado a ambos e por alguma "telenovelice" que é dado ao ritmo das filmagens fazendo dispersar e deixar por explicar vários aspectos que mereciam naquele espaço de tempo a sua correcta divulgação. Afinal só tendo perto de uma hora e meia de duração e não um conjunto de trezentos episódios, os vários caminhos abertos nesta história devem ser resolvidos e não adiados para mais tarde.
Ainda assim consegue ser um dos mais bem pensados telefilmes desta fornada inicial sem que, no entanto, consiga ser um filme memorável para o futuro. Longe de crítica negativa mas sim um reparo que deveria ser seguido, é pena que não existam mais canais de televisão a investir nas produções nacionais como, mais ou menos bem, a TVI tem feito.
.6 / 10
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