quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Oz the Great and Powerful (2013)

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Oz: O Grande e Poderoso de Sam Raimi foi um dos filmes mais antecipados do primeiro semestre deste ano, não só pelo facto de recuperar a magia do mundo de Oz como também por esta nos ser trazida pelo realizador em questão.
Oscar Diggs (James Franco), é um mágico de um pequeno circo no interior dos Estados Unidos que através de um conjunto de truques manhosos e altamente duvidosos vai ludibriando os populares que o frequentam, até que estranhos acontecimentos o levam para a Terra de Oz.
É então nesta misteriosa terra de paisagens magníficas e de opulência que ele conhece Theodora (Mila Kunis) que lhe revela ser uma bruxa e que ele é esperado por todos para ser o governante da mesma, livrando-a assim do poder de Evanora (Rachel Weisz) a sua astuta irmã que mantém boa parte da Terra de Oz refém dos seus caprichos. No entanto é também aqui que ele conhece Glinda (Michelle Williams), bruxa mas defensora dos mais frágeis e que se opõe ao poder de Evanora reunindo para tal um grupo de interessantes opositores, mas que, tal como ela, não acredita que Oscar seja realmente o homem e feiticeiro por quem todos esperam.
Assim, com a crescente vontade de Evanora em dominar toda a Terra de Oz, Oscar tem de provar ser não só o feiticeiro que todos esperam como conseguir uni-los em torno da sua imagem e da crença de que podem derrotar a temida bruxa... nem que para isso precise de recorrer aos seus dotes que são mais de ilusionista do que de um esperado poderoso mágico.
Se é justo dizer que o argumento de Mitchell Kapner, David Lindsay-Abaire e L. Frank Baum recuperam de forma cativante e emocionante todo o universo que está por detrás do maravilhoso mundo de Oz e que nos deslumbram com a sumptuosidade das imagens, não é menos verdade que ao mesmo tempo nos deixam um certo amargo pela não concretização do mesmo, ou seja, se somos apresentados a todo um novo espaço que emociona pela grandiosidade das imagens não é menos correcto dizer que estas não são devidamente explorados para melhor nos inserir em todo o ambiente. Desde a Cidade Esmeralda passando por todos os novos recantos que este filme nos apresenta, é justo afirmar que queremos mais e mais daquilo que vemos e que, pelo decorrer acelerado dos acontecimentos, estes mesmos locais não são devidamente aproveitados em todo o seu potencial que só iriam contribuir para que existisse toda uma nova legião de admiradores do universo tal como, à época, o foram do Oz original.
No entanto, se a história em torno de O Feiticeiro de Oz girou em torno da busca de Coragem, de Inteligência e de um Coração, características que definem o ser humano, aqui é justo dizer que a procura principal é aquela que e prende com a descoberta do desejo de "Oscar" se poder afirmar como alguém que deixou uma marca e que esteve presente no seu tempo no seu mundo, fosse ele qual fosse, sendo por isso um grande homem. No entanto está curiosamente inerente às duas histórias que estão separadas por setenta e quatro anos, 1939 - 2013 respectivamente, um denominador comum que está aparentemente presente em todas as épocas, ou seja, um incessante sentimento de pertença que permita às personagens em questão, a "Dorothy" de Judy Garland e ao "Oscar" de James Franco, encontrar o seu espaço num mundo que parece não os aceitar como são. Somewhere Over the Rainbow, cantava Garland, talvez a melhor referência a esse invulgar local que a (os) poderia reclamar como seus com todos os seus defeitos e virtudes. E é assim esta a principal mensagem do filme... a busca pelo lugar onde pertencemos ainda que esse possa parecer imaginado, impossível ou meramente uma ilusão obtida através de um qualquer truque mais ou menos "barato".
Se James Franco é uma interessante escolha para o irresponsável "Oscar "Oz" Diggs" pois consegue encarnar muito daquela postura do "pintas" de serviço que se escapa através dos pingos da chuva de todas as suas artimanhas e trapaças, não é menos verdade que o trio escolhido para as três bruxas é do mais refinado possível. Mila Kunis que acaba por ter a maior transformação do Bem para o Mal como a temida "Theodora", consegue encarnar estas duas posturas como requinte sendo que consegue ter de tão adorável como detestável e com isso cativar-nos. Rachel Weisz como a sempre temida "Evanora" que controla os destinos de Oz e de quem, infelizmente, não temos um maior desenvolvimento de personagem que bem necessário seria pois aposto que nos iria mostrar quão mau pode ser o Mal, e finalmente Michelle Williams como uma certeira aposta para "Glinda", a bruxa boa que está do lado dos oprimidos e dos que não se conseguem defender tendo sempre uma palavra de conforto e de esperança para aqueles que não têm fé em si próprios.
No entanto, e apesar das personagens estarem fiéis ao filme e ao espírito que dele esperamos retirar, não deixa de ser menos verdade que aparentam ter muito potencial por detrás que precisa, e merece, ser devidamente explorado. Com uma sequela... não sei... Julgo que teria sido mais apropriado este filme ter durado um pouco mais e que estas personagens conseguissem ter um aprofundamento do seu "espírito" e que iria certamente demonstrar o quanto estaria intimamente ligado aos destinos de Oz. Assim, sabemos que todos eles contribuíram para esse mesmo destino mas não temos dados suficientes para perceber em que medida. Sabemos que o Mal está lá e que o Bem é algo desejado mas... não sabemos o porquê de um ter dominado e do outro estar por "aparecer".
Facto este que é ligeiramente compensado pela excelência técnica deste filme que começa com uma magnífica direcção de fotografia de Peter Deming que capta a verdadeira orgia de cor e luz de Oz e da Cidade Esmeralda que transborda de elementos importantes demais para se ignorarem mas que convivem harmoniosamente sem que nenhum deles se sobreponha aos demais, passando de imediato pela inteligente escolha de Danny Elfman para a composição da música original que é capaz de entregar alma e uma vida própria a todos esses referidos elementos tornando-os todos, sem excepção, importantes para o devido desenvolvimento da trama. Finalmente é importante também destacar o exuberante guarda-roupa de Gary Jones que, tivesse este filme estreado temporalmente mais tarde, poderia ser uma interessante aposta para o Oscar na sua categoria mas que irá assim cair no esquecimento.
Oz: O Grande e Poderoso assume-se assim como um interessante filme que ressuscita com garra a enigmática terra de Oz mas, ao mesmo tempo, não lhe consegue dar o devido dinamismo com que se inicia para nos fazer emergir nesta terra como conseguiu com o seu antecessor de 1939 mas que, ainda assim, deixa a porta aberta para um potencial sequela... resta saber com que qualidade.
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"Oz: I don't want to be a good man... I want to be a great one."
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7 / 10
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1 comentário:

  1. Fornece muitos sorrisos, a paisagem é digno de admiração Mila Kunis parece ótimo como seus coadjuvantes e contexto referencial é fascinante

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