domingo, 4 de agosto de 2013

Young People Fucking (2007)

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Young People Fucking - Sexo sem Complicações de Martin Gero é uma divertida tentativa de comédia romântica e sexual que nos coloca frente a um grupo de casais que durante uma noite se debatem com as mais variadas concepções de aventuras sexuais.
Matt (Aaron Abrams) e Kris (Carly Pope) , amigos de longa data querem ter uma noite de diversão sem qualquer compromisso. Por sua vez Abby (Kristin Booth) e Andrew (Josh Dean) casados e a celebrar o aniversário dele num misto de pouca comunicação e muito desejo. Mia (Sonja Bennett) e Eric (Josh Cooke) estão separados e fazem de tudo por parecer que já não gostam um do outro. Jaime (Diora Baird) e Ken (Callum Blue) trabalham juntos e estão agora no seu primeiro encontro, e finalmente Inez (Natalie Lisinska) e Gord (Ennis Esmer) convidam Dave (Peter Oldring), o companheiro de quarto deste último, para uma invulgar aventura a três.
O argumento escrito por Aaron Abrams e Martin Gero faz interagir estes invulgares pares, e trio, numa dinâmica que oscila entre o drama e algum sentimento, sem nunca esquecer uma pitada de comédia mordaz que, no final destes pouco habituais encontros, nos faz reflectir sobre as inúmeras e potenciais respostas a um conjunto de questões fundamentais que se prendem na sua maioria com as normais inseguranças que qualquer pessoa pode ter sobre um eventual relacionamento... Pode o sexo ser completamente anónimo e no "dia seguinte" ninguém se preocupar com potenciais sequelas do mesmo? Estará um casal tão aborrecidos com o seu parceiro ao ponto de preferir não comunicar do que questionar os seus desejos por cumprir? Será que alguém diz a verdade ou utiliza mentiras encobertas para ir passando pela vida? Terá um casamento realmente chegado ao fim quando o desejo parece perdurar? Ou tão simplesmente será que fazemos alguém feliz satisfazendo as suas aparentes necessidades?
Assim num misto de comédia que aborda todas estas questões e eventualmente mais algumas que não deixam também elas de ter a sua importância e sentido, este filme cruza as diversas histórias destas personagens sem, no entanto, nunca cruzar as mesmas funcionando cada uma delas como um segmento independente das demais que, alternando entre si, nos deixa com a curiosidade em saber sobre o que virá nos instantes seguintes, evidenciando uma perspicaz edição de Mike Banas que nunca interfere com o normal decorrer da "trama".
A única falha, se assim se poderá chamar, que este filme apresenta reside no facto de não contar no seu elenco com nenhum actor mais mediático que conseguisse apurar a nossa simpatia pelas personagens que são desempenhadas. É um facto que encontramos na sua maioria vários pontos e elos de ligação connosco ou com tantas outras pessoas que eventualmente conhecemos, mas falta aquele elemento "cara conhecida" que pode, por momentos, funcionar contra a dinâmica do filme. Existem empatias, principalmente nas personagens recriadas por Aaron Abrams e Carly Pope, ou o invulgar trio que tem mais que dizer pela estranheza com que encaram a sua sexualidade, mas não deixa de ser verdade que ao longo deste filme pensamos em tantos outros actores que possivelmente nos fariam criar uma empatia mais imediata com as suas histórias e personagens, sendo que aqui nenhum se destaca em relação aos demais. No entanto, é também este aspecto que faz com que o espectador não destaque nenhum momento do filme fazendo com que ele prenda a nossa atenção ao longo do mesmo mas, possivelmente, em doses diferentes dependendo isso da situação que mais se enquadre com a vida pessoas de cada um.
Simpático pelo seu argumento, perspicaz pelo seu olhar corrosivo que consegue tecer sobre a realidade das relações humanas e com a dose certa de comédia que nos faz sorrir (ou rir) do involuntário absurdo em que as relações humanas se podem eventualmente tornar pela falta de comunicação ou de admissão dos próprios sentimentos, o que faz deste filme algo bastante agradável que nos pode fazer pensar, mesmo que isso não se admita, e que apesar de passar ao lado da maioria dos cinéfilos não deixa de constituir uma história coerente, bem disposta, sem o eventual recurso ao banal e que mesmo assim consegue falar de algo supostamente tão informal como o sexo sem ser necessário recorrer aos grotescos e banais clichés a que o género normalmente nos habituou.
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7 / 10
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