quinta-feira, 29 de agosto de 2013

The Traveler (2010)

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Mr. Nobody de Michael Oblowitz é um dos inúmeros filmes que um apagado Val Kilmer tem protagonizado nos últimos anos e que de muito perto se assemelha a uma viagem sem retorno para uma desacreditação total do actor. E o pior é que o próprio filme tenta viver à custa da imagem do actor e está por isso mesmo condenado desde o momento em que se inicia toda a acção... ou talvez antes.
Kilmer interpreta neste filme uma dupla personagem. A primeira é um homem não identificado que entra numa esquadra de polícia no meio de uma tempestade e confessa ter cometido uma vaga de assassinatos. Detido de imediato, este homem vai aos poucos revelando a sua verdadeira identidade que para espanto de todos é menos desconhecido do que aquilo que eles inicialmente esperavam. As memórias vêm à superfície e todos eles parecem esconder no seu passado recente algo que os liga incondicionalmente a esta estranha e sombria personagem, preparando-se assim para uma noite mais longa do que aquela que esperavam alguma vez vir a ter.
O melhor, se assim se poderá dizer, que o argumento de Joseph C. Muscat tem é o facto de criar alguma tensão claustrofóbica graças ao espaço em que toda a acção decorre. Percebemos desde muito cedo que as paredes daquela esquadra vão encolhendo com o passar do tempo e que quem lá está não irá sair tão facilmente quando poderia querer. No entanto se queremos falar de aspectos positivos começamos e acabamos por aí pois tudo o resto ou peca por estar mal feito ou or ser demasiadamente previsível.
Assim através de uma hora e meia assistimos a um conjunto de assassinatos que a única coisa de positiva que se lhes pode assinalar é darem bom nome ao cinema mais gore (mas ainda assim não da sua melhor estirpe), porque de resto percebemos desde muito cedo todas as motivações e desfecho das acções deste "justiceiro" e dos polícias que irá atormentar ao ponto de percebermos quando, como e porquê que cada um deles tomba ao passar de um Val Kilmer que tem, ele próprio, uma interpretação longe do seu melhor e que se encontra apagado pelo tempo, pela falta de coerência e por um aspecto geral que mais parece ter sido retirado de um qualquer museu da cera onde há muito se encontrava alojado e empoeirado.
Graficamente The Traveler consegue ser um filme simpático e pertencer àquele lote de longas-metragens que sabemos irem ser más mas às quais estamos imposibilitados de resistir devido a uma qualquer força maior. Queremos vê-los, queremos saber o que se passa e na prática queremos ver todas aquelas pessoas serem despachadas para outro universo das mais variadas formas e feitios mas no fundo sabemos que nada disto irá permanecer na nossa memória durante muito mais tempo do que aquele que o próprio filme demora até terminar.
Básico e pouco inteligente, previsível e com pouca qualidade filmica, The Traveler mais não é do que um simpático filme de sexta à noite que todos adoramos odiar e é este talvez o seu maior e mais bem conseguido objectivo pois tudo o resto, sem excepção, consegue ser simplesmente algo que todos queremos arduamente esquecer de tão previsível que é desde o primeiro instante.
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3 / 10
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