Labirinto de Paulo Abreu é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos apresenta Júlio Bessa (André Gil Mata), um realizador que se dirige a Santa Maria da Feira para apresentar no Festival de Cinema Luso-Brasileiro a sua nova obra.
Enquanto no carro tenta fazer o seu discurso de apresentação e agradecimento pelo convite para estar presente mas, para um génio de cinema, as palavras certas custam-lhe a sair mostrando algo reservado e introvertido.
É quando os pesadelos do "discurso" aumentam que Júlio é visitado pelo Anão da Apresentação (David Almeida), uma musa inspiradora que lhe dará confiança e irá garantir o melhor discurso da sua vida.
Paulo Abreu dá-nos através de Labirinto uma interessante perspectiva sobre a comunicabilidade e as suas diferentes formas, ou seja, enquanto que para uns o dom da palavra existe e com ela conseguem tecer os mais elaborados discursos que cativam pela sua eloquência existem outros que, no entanto, comunicam também mas pelo dom da imagem, da representação e da consequente mensagem que se espera seja transmitida por esta. É este o caso de "Júlio", um realizador que percebemos ser brilhante e que todos admiram pelo poder das suas obras cinematográficas - como se torna perceptível pela recepção de Labirinto, a sua obra - mas que verbalmente não é a mais eloquente das pessoas. Situação esta que é agravada quando os preparativos para a sua exibição parecem assombrados pelo mais diverso conjunto de problemas que aparentam nunca mais ser resolvidos.
No entanto, quando esperamos que os problemas o vão prejudicar na conquista de um troféu, eis que o "Anão da Representação" o irá "salvar" - talvez apenas momentaneamente - num registo cómico de David Almeida que consegue nos seus breves instantes no ecrã conquistar pelo seu inegável carisma e evidente boa disposição.
Com música original de Ghuna X com acordes iniciais que nos colocam muito próximos de um ambiente como One Flew Over the Cuckoo's Nest ora nos entregam uma disposição mais ligeira na interacção entre "Júlio" e o "Anão", Labirinto aproxima-me de uma curta-metragem ligeira e sem grandes pretensões que, no entanto, conferem momentos de boa disposição ao espectador.
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7 / 10
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