Rize de David LaChapelle é um documentário musical sobre um novo estilo de dança que surgiram nos subúrbios de Los Angeles através da comunidade afro-americana, e que tem como base para o seu desenvolvimento a opressão que uma parte significativa desta mesma comunidade sente, oriunda dos conflitos raciais a que a cidade assistiu tanto nos anos 60 como nos anos 90 do século passado.
Através de entrevistas a alguns dos principais expoentes desta dança e também de filmagem quer de ensaios quer de alguns desafios que realizam pelas ruas vamos conhecendo algumas das histórias destas mesmas pessoas e dos dramas, principalmente sociais, pelos quais passam.
À medida que estas histórias são contadas o seu realizador teve ainda o cuidado de aglutinar algumas gravações documentais de danças tradicionais africanas para estabelecer uma comparação entre elas e esta nova dança.
Um dos factos mais curiosos deste documentário, e possivelmente aquele é de certa forma o mais importante, é aquele que é por muitos quase sempre esquecido. A questão das artes, neste caso a dança, conseguirem retirar da "rua" e dos gangs locais (não nos podemos esquecer que falamos dos subúrbios da cidade de Los Angeles), dando-lhes assim uma nova forma de ocuparem o seu tempo sem ser o terem de recorrer a esses mesmos gangs e assim enveredarem por um estilo de vida que a curto ou médio prazo os poderá levar à morte.
Aqui, a dança, assume o objectivo principal das suas vidas e o propósito das suas vidas e das suas paixões. O Krumping, como lhe chamam, é assim uma mescla entre uma dança de revolta, alguns rituais tribais africanos e, talvez o principal, uma forma de se afirmarem na vida e num local que tem tantos perigos que os espreita e tenta constantemente.
É um documentário interessante, não o considero genial, mas ainda assim é um bom retrato de uma juventude que, felizmente, não se considera perdida.
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.6 / 10
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