O Ontem que a Dor Deixou de Colectivo 5 foi a curta-metragem vencedora do prémio de melhor argumento no 48 Short Media que decorreu no final do passado mês de Junho em Viseu, no qual aliás, a curta foi produzida.
Ofélia (Filipa Tavares) entra e começa a regar as pequenas plantas que encontra. Pensamos encontrarmo-nos num espaço tranquilo quando de repente Lídia (Isabel Moura) enche o ecrã a gritar que as filmagens não correm como o previsto e que a jovem rapariga precisa viver a dor antes de a poder representar, pois tem de ser sentido como algo real e não um mero exemplo descritivo.
Aquilo que inicialmente nos parece como uma casual relação profissional onde a empatia era estranha, rapidamente se transforma num elogio à dependência e à humilhação com consequências físicas e psicológicos de proporções irreparáveis.
Filipa Tavares tem uma interpretação sólida e esperada como a jovem actriz "Ofélia" que procura uma oportunidade de ter o seu momento e o seu espaço, mas é no entanto Isabel Moura que consegue ser a presença dominante no ecrã ao fazer sobressair a sua "Lídia" como uma realizadora vingativa e sedenta de levar o seu trabalho a bom porto, nem que para isso tenha de humilhar verdadeiramente a jovem com quem trabalha que, muito lentamente, desenvolve fobias a respeito do seu aspecto e do seu corpo.
Justo vencedor do prémio para o seu argumento que foca o seu âmbito nas dependências, fragilidades e na importância da imagem nos dias que hoje correm, mas não deixa de ser verdade que temos aqui estas duas actrizes que o incorporam como se delas próprias se tratasse, e no caso de Isabel Moura, revela capacidade e qualidades suficientes para se poder tornar numa inesperada vilã que teria, ela própria, muito para dar num filme sobre a personagem que aqui recria.
Aquilo que inicialmente nos parece como uma casual relação profissional onde a empatia era estranha, rapidamente se transforma num elogio à dependência e à humilhação com consequências físicas e psicológicos de proporções irreparáveis.
Filipa Tavares tem uma interpretação sólida e esperada como a jovem actriz "Ofélia" que procura uma oportunidade de ter o seu momento e o seu espaço, mas é no entanto Isabel Moura que consegue ser a presença dominante no ecrã ao fazer sobressair a sua "Lídia" como uma realizadora vingativa e sedenta de levar o seu trabalho a bom porto, nem que para isso tenha de humilhar verdadeiramente a jovem com quem trabalha que, muito lentamente, desenvolve fobias a respeito do seu aspecto e do seu corpo.
Justo vencedor do prémio para o seu argumento que foca o seu âmbito nas dependências, fragilidades e na importância da imagem nos dias que hoje correm, mas não deixa de ser verdade que temos aqui estas duas actrizes que o incorporam como se delas próprias se tratasse, e no caso de Isabel Moura, revela capacidade e qualidades suficientes para se poder tornar numa inesperada vilã que teria, ela própria, muito para dar num filme sobre a personagem que aqui recria.
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8 / 10
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