Sugar Girl de Bruno Simões é uma curta-metragem portuguesa falada em inglês e cuja acção decorre em Londres, apresentando-nos a duas curiosas personagens.
Sally (Alice Cozza), é uma guia turística na capital inglesa que está prestes a abandonar esta sua profissão e passar um ano em viagem pelo mundo. A poucos dias de iniciar a sua viagem, Sally conhece Tom (Cullum Austin), um jovem mimo que procura o seu cão desaparecido.
A aparente e estranha empatia que ambos sentem, é apenas momentaneamente abalada quando Sally percebe que Tom não profere uma única palavra, sentindo-se assim impossibilitada de comunicar com ele de uma forma dita convencional.
No entanto, o amor não se rege por regras ditas convencionais (ou alguma de forma geral), e é certo que estes dois jovens não conseguem passar muito tempo separados... No entanto, o dia de partida de Sally está cada vez mais próximo...
Bruno Simões assina o argumento desta simpática curta-metragem que nos apresenta mais uma história de amor e de escolhas, aqui personificados por dois jovens... Não sendo propriamente adolescentes, mais não estamos que perante um simpático "teen movie" que se deixa levar pelo conjunto de escolhas que são feitas em muito precoce idade mas que, de uma ou outra forma, condicionam o futuro. O mesmo será dizer que apesar da natural empatia que aquelas duas personagens sintam uma pela outra, não é menos verdade que o desejo de viajar e conhecer o mundo, alargar horizontes e obter experiências para as quais possivelmente nunca mais se terá oportunidade de repetir, fala mais alto.
Essencialmente, se é justo e correcto dizer que o amor nos desperta para o mundo e para todo o lado positivo da vida que daí advém, não é menos justo equacionar que conhecer o próprio mundo e as suas diferentes gentes e locais é, também ela, uma experiência a que poucos podem dizer ter alguma vez obtido a oportunidade. Assim, a maior mensagem que esta curta-metragem nos pode dar, é aquela que a própria "Sally" aprende... o amor surge sempre quando tem de ser colocado à prova... e como todas as provas exige sempre uma de duas escolhas... a certa e a errada, que apenas se irão saber quando os resultados chegarem... quando analisamos as nossas próprias vidas depois de passarmos pelas consequências que elas não deixaram. No entanto, e como dentro do próprio desgosto há sempre um amigo preparado para ajudar... também "Tom" terá o seu que o irá ajudar a proferir mais umas palavras...
Com interpretações simpáticas dos dois principais protagonistas que poderiam ter sido mais exploradas caso este filme tivesse um pouco mais de duração, e um ritmo agradável para a temática em questão, esta curta-metragem acaba por estranhamente funcionar como um filme que nos faz sentir bem, com alguns pontos de identificação e que se apresenta consistente sem ser, no entanto, uma obra máxima que permaneça como referência.
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7 / 10
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