Unspoken Understanding de John Filipe que também assina o seu argumento, é uma curta-metragem portuguesa que num estilo muito semelhante ao de um videoclip, que representam de certa forma as "origens" deste realizador, nos faz entrar num mundo quase imaginado onde a música e as imagens se fundem numa perfeita alusão à memória e às reflexões sobre o amor e a perda.
Já presente no New York Portuguese Short Film Festival e com uma excitante banda-sonora composta por Pop Santeiro (composto por Makoto Yagyu, Fábio Jevelim, Sheka, BB e João Nogueira) que funciona como uma das principais forças vitais da curta-metragem, esta vive ainda graças a um extraordinário conjunto de imagens que oscilam entre a participação de Joana Barradas e uma fotografia dinâmica e vibrante de John Filipe que aproxima todo o seu conteúdo de momentos ora de memória ora de um sonho bom do qual não se pretende acordar. Qual deles presente não sabemos pois nós próprios encontramo-nos dentro daquelas imagens e sentimos que não pretendemos de lá sair mesmo que, por momentos, também estejamos perante situações em que a reflexão do amor se aproxima claramente à perda.
Sempre ao som de uma banda-sonora apelativa e que não nos incomoda pela sua constância, é já bem perto do final quando "Ela" desperta do seu sonho que nos aproximamos de um formato dito mais tradicional de filme distanciando-se do videoclip, o que dá uma estranha mas igualmente positiva ao que já assistimos e nos faz ansiar por um pouco mais.
Destaque ainda para os efeitos especiais de Pedro Roque, César Palha e John Filipe que entregam alguns segmentos dignos de um filme de fantasia pouco habituais para a cinematografia nacional e que nos faz manter esperanças no género e muito concretamente neste conjunto de profissionais que aqui celebram uma interessante e curiosa curta-metragem.
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7 / 10
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