Insanitarium de Jeff Buhler é um interessante filme que oscila entre o suspense e o thriller de terror que nos conta a história de Jack (Jesse Metcalfe), um homem que para proteger Lily (Kiele Sanchez), a sua irmã, se faz passar por mentalmente perturbado para dar entrada na mesma instalação psiquiátrica em que ela se encontra internada.
É já dentro do hospital psiquiátrico que encontra o Dr. Gianetti (Peter Stormare) e que descobre que este utiliza os pacientes do estabelecimento para as suas cruéis experiências com novos fármacos que transformam os doentes em perigosos psicopatas com um apetite voraz por carne humana.
É então que Jack e Lily têm a difícil tarefa de não só fugir aos perigosos médicos que participam neste esquema como também dos doentes que pretendem algo mais do que a sua fuga do hospital.
Jeff Buhler, que também escreve o argumento, tenta aqui recriar uma atmosfera de terror através de elementos já conhecidos de tantos outros filmes do género, e que podemos constatar nas intermináveis sagas de zombies ou até mesmo de 28 Dias Depois ao transformar este conjunto de psicopatas em violentos e muito rápidos devoradores de carne humana que ora só a procuram ou então espontaneamente demonstram ter algo mais dentro da cabeça conseguindo equacionar os mais diversos ataques às vítimas indefesas que por ali andam. O ambiente pretendido é assim conseguido em aspectos como a claustrofobia que se pretende sentir no espaço em que toda a acção se desenrola e a sensação de labirinto do qual não se é capaz de escapar está também bem presente. Assim, estamos perante uma ideia que é boa, e todo este imaginário de hospital psiquiátrico cujos médicos têm os seus próprios planos e objectivos para todas aquelas vidas de quem estão encarregados de cuidar é, assumidamente, apelativa e desperta facilmente a vontade de qualquer espectador apreciador do género, em ter mais ao ponto de esperar que o filme nunca mais termine.
No entanto, os aspectos marcadamente positivos terminam aí. Além do aspecto francamente "plástico" onde os elementos dão claramente a entender que estamos perante cenários que são de estúdio mais ou menos bem preparados, as interpretações dos actores protagonistas não conseguem convencer na sua totalidade. De uma quase apagada Kiele Sanchez passando por um pouco preparado protagonista Jesse Metcalfe que apesar de aguentar todo o filme desde o seu início, aquele que consegue ainda manter uma personagem e interpretação mais coerente como o vilão de serviço, e um registo habitual na sua carreira, é Peter Stormare que consegue fazer notar os requintes de malvadez que caracterizam o seu "Dr. Gianetti" não chegando, no entanto, a ser suficiente para a classificar como uma interpretação marcadamente coerente visto que também não tem o devido "tempo de antena".
Assim, se por um lado este filme nos cativa e esperamos sempre o próximo passo para ver o que mais nos é reservado, e vamos mantendo essa expectativa graças a alguns interessantes segmentos de acção e de perseguições que nos vão fascinando e mantendo a adrenalina no ar, não é menos verdade que quando terminam permanece uma certa sensação de insatisfação pois percebemos que estes não foram finalizados com o devido empenho com que foram iniciados. É sentido um certo receio de ir mais além e de os explorar ao ponto de sabermos que vão ser feitas vítimas e nada irá terminar perfeitamente bem mas, ainda assim, são momentos que o filme pede estando logo desde início justificados. Assim, além da já referida falta de empatia dos actores com as suas personagens, entre si e por sua vez para com o público, é sentida da nossa parte que o enredo poderia ter sido levado mais além do habitual que já foi explorado em tantos títulos deste género e que, de certa forma, foram bem melhor sucedidos do que este.
Uma nota de registo positivo fica, no entanto, para a direcção de fotografia de Robert Hauer que consegue transformar através da utilização, ou falta dela, da luz presente no hospital vários momentos supostamente ligeiros, em segmento tensos e claustrofóbicos onde as próprias paredes parecem encolher e tornar os espaços mais pequenos do que aquilo que realmente são.
Como último reparo a este filme apenas posso referir o seu final que, sem o revelar, parece destinado a criar uma sequela que teria proporções mais apocalípticas e de onde poucos iriam sobreviver mas que devido à fraca divulgação deste filme dificilmente verá a luz do dia... pelo menos com estes protagonistas... Assim, no final, temos apenas um filme que motiva mas sem nunca se tornar numa obra de referência.
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5 / 10
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