Jumper de Doug Liman é um simpático filme, mas por cumprir em todo o seu potencial, que mistura géneros como a acção, ficção e aventura.
David Rice é um jovem estudante com uma vida aparentemente normal dentro dos problemas que qualquer adolescente pode ter. Abandonado pela mãe (Diane Lane) em jovem idade e apaixonado por Millie, e com um pai abusivo (Michael Rooker), David descobre que pode teletransportar-se no momento em que está prestes a afogar-se.
Depois destes acontecimentos David foge para Nova York onde se estabelece assaltando um banco e vivendo do dinheiro que dali retira. Anos mais tarde David (Hayden Christensen) é perseguido por Roland (Samuel L. Jackson), líder de um misterioso grupo governamental que persegue pessoas como ele e que o pretende eliminar para não causar danos à ordem natural da vida. É na figa a este grupo mercenário do qual Roland faz parte que David resolve regressar a casa e reencontrar Millie (Rachel Bilson) com quem combina uma viagem e assim deixar de ser alvo de atenções alheias. Mas é nesta mesma viagem que David irá conhecer Griffin (Jamie Bell) outro jovem que, tal como ele, consegue teletransportar-se e perceber o quão fragilizada pode estar a sua segurança e a sua vida.
Baseado no romance de Steven Gould, o argumento de David S. Goyer, Jim Uhls e Simon Kinberg apresenta uma premissa interessante ao colocar-nos perante uma história que nos dá a possibilidade de viajar não só no espaço como principalmente poder nessa viagem enveredar por um conjunto infindável de aventuras que potencialmente dinamizam todo o filme. No entanto, se a primeira metade deste filme é francamente positiva e nos deixa com a vontade que ele não termine tão depressa, não é menos verdade que a segunda metade nos deixa com uma enorme insatisfação para com ele. Porquê? Simples... Enquanto o início de Jumper nos mostra toda a potencialidade que tem enquanto uma interessante e enérgica história, a sua conclusão parece ser feita de forma a que fique tudo em aberto para uma potencial sequela que, até à data, ainda não está confirmada, deixando-nos assim como uma história que, na prática, mais não é do que metade dela própria.
Com interpretações medianas e participações quase "especiais" de actores como Michael Rooker ou Diane Lane que apenas dão um ar de sua graça sem nunca serem devidamente explorados, nem Jamie Bell ou Samuel L. Jackson conseguem estar ao nível daquilo que tão frequentemente apresentam nos filmes dos quais fazem parte, nem mesmo uma jovem mas já confirmada promessa como Christensen, consegue salvar este filme que vive assim de um suposto potencial que tem mas que nunca vê cumprir limitando-se a uma eventual prequela ou sequela onde possam ser conhecidas as origens destas viagens no espaço como as consequências e rumos que as suas personagens já conhecidas podem ter levado num futuro imediato. Tudo no campo das possibilidades o que faz deste filme algo que promete mas não chega a mostrar, ou pior, algo que parece não ter deliberadamente intenções de mostrar, e nem mesmo o seu look ou personagens muito cool chegam para o safar de um buraco onde parece querer estar.
Com um conjunto de segmentos turísticos apelativos e cenários que nos fazem querer ver para onde será a próxima "viagem", não deixa também de ser verdade que na altura em que fizerem a sequela deste filme ele já "arrefeceu" tanto que na prática não sei até que ponto será bem sucedido, valendo apenas como um esboço de filme que poderia ter sido interessante e cativado uma legião de fãs mas que resolveu ficar pelo caminho perdido numa das viagens que ele próprio retrata. Entretenimento puro, mas longe de ser um grande filme do género aventura/acção, Jumper limita-se a se um filme pipoca com pouco que contar (aparentemente...), e merecia um pouco mais daquilo que poderia ter sido.
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6 / 10
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