Da Alegria, do Mar e de Outras Coisas de Ceci Alves é uma curta-metragem brasileira de ficção livremente baseada em acontecimentos reais e a última presente na Mostra de Inclusão Social deste edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa a decorrer no Cinema são Jorge, em Lisboa.
Esta é a história de Nem (Rodolfo Lima), um travesti que faz espectáculos na noite que tem na música Mudanças, um hino à sua própria imagem.
No entanto é depois de denunciar que viu dois polícias assassinar Joy, o seu companheiro de profissão e de vida, que Nem precisa fugir e abandonar tudo aquilo que até então conheceu, momento esse onde encontra uma redenção pela qual há muito esperava.
Num misto de evocação por um passado perdido e pela redenção e aceitação de uma vida marginalizada e desprezada, Da Alegria, do Mar e de Outras Coisas é, para além de uma curta-metragem sobre inclusão, um filme que mostra sim o outro lado, ou seja, uma reflexão sobre aqueles que tentam desesperadamente ser aceites apenas para encontrar todas as portas encerradas demonstrando assim que antes dos outros existe todo um percurso inicial que necessita ser percorrido... aquele da auto-aceitação; não pelo exibicionismo e brilho de uma vida de espectáculo mas sim pelo simples facto de um dia acordar e dizer "este sou eu", não pela referência àquilo que os outros possam dizer sobre a forma como cada um decide viver mas sim pela forma como o "eu" aceita a forma que escolheu para viver independentemente dos olhares indiscretos que ao captarem um lado fraco e susceptível de ser perseguido, o fazem sem a menor das compaixões.
Mas, para além de tudo isto, a curta-metragem de Ceci Alves é ainda uma sentida reflexão e exposição da violência perpetrada sobre aqueles que têm uma vida à margem do socialmente aceite e que, como tal, se encontram fragilizados e desprotegidos sempre vítimas de quem tem poder e força para o exercer e, não sendo um trabalho completo pois a sua acção tão depressa nos remete a um flashback saudoso de "Nem", como nos demonstra que o seu presente é em movimento e incompleto, pelo que esta curta-metragem poderia ser prolongada e mais detalhada nas vidas (passadas e futura) inicialmente das duas personagens principais e finalmente daquele que sobrevive para testemunhar um futuro em solidão.
.Num misto de evocação por um passado perdido e pela redenção e aceitação de uma vida marginalizada e desprezada, Da Alegria, do Mar e de Outras Coisas é, para além de uma curta-metragem sobre inclusão, um filme que mostra sim o outro lado, ou seja, uma reflexão sobre aqueles que tentam desesperadamente ser aceites apenas para encontrar todas as portas encerradas demonstrando assim que antes dos outros existe todo um percurso inicial que necessita ser percorrido... aquele da auto-aceitação; não pelo exibicionismo e brilho de uma vida de espectáculo mas sim pelo simples facto de um dia acordar e dizer "este sou eu", não pela referência àquilo que os outros possam dizer sobre a forma como cada um decide viver mas sim pela forma como o "eu" aceita a forma que escolheu para viver independentemente dos olhares indiscretos que ao captarem um lado fraco e susceptível de ser perseguido, o fazem sem a menor das compaixões.
Mas, para além de tudo isto, a curta-metragem de Ceci Alves é ainda uma sentida reflexão e exposição da violência perpetrada sobre aqueles que têm uma vida à margem do socialmente aceite e que, como tal, se encontram fragilizados e desprotegidos sempre vítimas de quem tem poder e força para o exercer e, não sendo um trabalho completo pois a sua acção tão depressa nos remete a um flashback saudoso de "Nem", como nos demonstra que o seu presente é em movimento e incompleto, pelo que esta curta-metragem poderia ser prolongada e mais detalhada nas vidas (passadas e futura) inicialmente das duas personagens principais e finalmente daquele que sobrevive para testemunhar um futuro em solidão.
7 / 10
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Belo texto!
ResponderEliminarObrigado Herbert :)
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