Tomou Café e Esperou de Emiliano Cunha foi a segunda curta-metragem brasileira de ficção presente na Mostra de Inclusão Social da quinta edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa e que através de um argumento de Guilherme Cassel em parceria com o realizador Emiliano Cunha nos conta a história de Carlos (Milton Mattos), um homem já de certa idade que se prepara para tomar uma chávena de café e esperar por um momento que lhe confirmará a transformação que a sua vida irá dar a partir daquele exacto momento.
É este compasso de espera que determina aquilo que viveu ontem, num passado agora distante, com a mulher que amou, e o agora (e amanhã) que serão significativamente diferentes para o resto da sua vida.
Apesar de se escutarem as vozes de "Carlos" e de "Marina" enquanto jovens, Tomou Café e Esperou é uma curta-metragem na qual Milton Mattos toma o pulso desde os primeiros instantes em que aparece no ecrã. A sua interpretação quase exclusivamente feita num silêncio desesperante sinónimo de que ainda não ganhou consciência da realidade que agora vive, tem certos momentos em que toca de muito perto um sinal de impotência que o faz abraçar o desconhecido que é o dia de amanhã.
A sua interpretação, sentida e em silêncio, domina não só o tempo como o espaço no qual, por muito detalhe que exista para compôr todo um cenário de fim de uma etapa, o espectador apenas se sente concentrado na sua interpretação e naquele que, apesar de previsível, é o desfecho da sua já longa vida. Percepção essa que temos desde o primeiro instante quando escutamos o jovem casal à conversa e a percorrer as divisões da sua casa sem, no entanto, serem os seus vultos visíveis ao olhares do espectador mantendo-se apenas uma noção da casa que ambos habitavam.
Emiliano Cunha dirige assim este Tomou Café e Esperou como uma história que pretende reflectir sobre a vida e sobre a morte mas, principalmente, sobre a forma como ambas são experienciadas junto a um amor que compôs toda uma longa vida e que agora termina não pela sua inexistência mas pela falta de um dos seus elementos.
A sua interpretação, sentida e em silêncio, domina não só o tempo como o espaço no qual, por muito detalhe que exista para compôr todo um cenário de fim de uma etapa, o espectador apenas se sente concentrado na sua interpretação e naquele que, apesar de previsível, é o desfecho da sua já longa vida. Percepção essa que temos desde o primeiro instante quando escutamos o jovem casal à conversa e a percorrer as divisões da sua casa sem, no entanto, serem os seus vultos visíveis ao olhares do espectador mantendo-se apenas uma noção da casa que ambos habitavam.
Emiliano Cunha dirige assim este Tomou Café e Esperou como uma história que pretende reflectir sobre a vida e sobre a morte mas, principalmente, sobre a forma como ambas são experienciadas junto a um amor que compôs toda uma longa vida e que agora termina não pela sua inexistência mas pela falta de um dos seus elementos.
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