quarta-feira, 11 de maio de 2016

Ghiocel (2015)

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Ghiocel de Mara Ungureanu é uma curta-metragem portuguesa de animação nomeada ao Sophia Estudante da Academia Portuguesa de Cinema que serão atribuídos no próximo dia 13 de Maio.
Uma jovem mulher recorda o passado enquanto lê A la Recherche du Temps Perdu, de Proust. Enquanto olha para uma flor seca dentro do mesmo, recorda os momentos em que brincava com a mãe no campo. Momentos que não se repetirão pelo avançar do idade de uma mãe que agora se prepara para visitar.
Seguramente uma das mais fortes curtas-metragens a competir para o Sophia na já referida categoria, Ghiocel - nome de uma flor semelhante àquilo que vulgarmente apelidamos de "campaínhas" - dinamiza toda a atenção do espectador para o poder do passado e a sua influência nos dias de hoje e naquilo que cada um - individualmente - é graças a essas mesmas experiências ganhas.
Mara Ungureanu vai mais longe ao questionar se uma vez tidas essas experiências às quais apenas anos depois conferimos importância e fundamentais no nosso próprio desenvolvimento, recordamos ainda aqueles que para elas contribuíram e em nós depositaram todo o seu amor e dedicação. Numa viagem que se pretende ao passado, Ghiocel deixa implícito que por vezes esse "valor" nem sempre é reconhecido até que, por vezes, já seja tarde demais.
Elaborada através de uma delicada e bem delineada animação que faz o espectador recordar tempos idos em que a mesma cruzava os ecrãs nacionais, Ghiocel é uma história fundamentalmente sensível e melancólica que leva uma espectador a uma auto-reflexão sobre o seu "eu" e aqueles que o ajudaram a formá-lo.
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7 / 10
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